PERCEPÇÃO DOS IDOSOS DE UMA INSTITUIÇÃO FILANTRÓPICA



 


PERCEPÇÃO DOS IDOSOS DE UMA INSTITUIÇÃO FILANTRÓPICA

NO MUNICÍPIO DE BARREIRAS-BA, ACERCA DA QUALIDADE DE VIDA E SAÚDE

 

 

 

ADRIANA DE MACEDO DE ARAUJO[i]

                                                                                            DEDIANA CRUZ NOVAIS[ii]

MARIA GABRIELA IZOTTON iii

ORIENTADORA Esp. VANESSA DOS SANTOS PICÃO iv

 

RESUMO

 

O envelhecer é a ultima etapa do circuito da vida e é concretizada por diminuição de capacidades funcionais, de trabalho e de resistências agregando-se a solidão, perdas motoras entre outras é também uma etapa da vida onde ocorrem diversas mudanças fisiológicas, psicológicas, bioquímicas e morfológicas. A condição de vida na terceira idade determina que cada um merece uma atenção especial, pois cada idoso é um ser único com suas experiências,anseios e percepções acerca do mundo. A partir desta contextualização a questão norteadora para essa pesquisa foi: Qual o perfil dos idosos de uma instituição filantrópica no município de Barreiras e suas percepções acerca de qualidade de vida e saúde? O estudo visa analisar o perfil e percepções dos idosos atendidos em uma instituição filantrópica no município de Barreiras-Ba. A investigação se configurou em um estudo qualitativo, de caráter descritivo.

    

 Palavras chaves: Envelhecimento; Filantropia; Políticas públicas.

 

 

 

 

i Acadêmica de Graduação em enfermagem, 8º semestre, FASB - BA.

ii Acadêmica de Graduação em enfermagem, 8º semestre, FASB - BA.

Iii Acadêmica de Graduação em enfermagem, 8º semestre, FASB - BA.

iv Enfermeira Docente da Faculdade São Francisco de Barreiras, FASB  BA.

 

 

 

 

 

1.                                                               INTRODUÇÃO

 

O envelhecimento tem uma evolução de vitória para muitos. É um acontecimento natural em decorrência do aumento das sociedades, mas grande parte da população vê o idoso como um problema. Entretanto á uma contradição: os anos ganhos podem constituir uma vida de angústia e consternação. Para muitos governantes, são pendências difíceis de resolver, tais como cuidado à saúde e socialização (FREITAS, 2006, p.147).

O processo do envelhecer é uma etapa da vida sem retorno ao qual estamos sujeitos, e que deve ser bem entendido especialmente porque o Brasil enfrenta um crescente aumento da população idosa. E adjacente a isto a sociedade ainda se encontra despreparada para lidar com essa realidade, assim como destaca Ramos (1995, p.52).

A população brasileira e mundial deve, a partir de agora, conhecer e valorizar as necessidades de uma crescente parte da comunidade na qual hoje as necessidades são vistas como indivíduos doentes e sem capacidades, assim como será demonstrada a seguir

É necessário que a sociedade considere e aceite o idoso como pessoa, porém sem desconhecer suas necessidades distintas, que devem ser atendidas. Pois o que geralmente se observa é a visão do idoso apenas como alguém improdutivo e doente a espera da morte. Este conceito deve mudar, pois, conforme previsões teremos em 2025 uma população de 15% de idosos, o que corresponderá a aproximadamente 33.882 pessoas com mais de 60 anos (VERAS, 1994, p.67) .

Pesquisas vêm mostrando que, quaisquer que sejam os indicadores observados na avaliação da qualidade de saúde da população idosa, eles apontam para maior utilização de serviços e custos maiores, quando comparados com os da população mais jovem.

Segundo Freitas (2006, p.149), Qualidade de vida é a percepção do individuo a cerca de sua posição na vida, de acordo com o contexto cultural e o sistema de valores com os quais convive e em relação a seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações.

Diante destes fatos, fica clara a necessidade de um maior zelo à população idosa em franco desenvolvimento e que permanece desassistida. É de suma importância que se iniciem programas de notável atenção aos idosos, por apresentarem por vezes suas necessidades e problemas pouco conhecidos tanto pelo público em geral quanto pelos profissionais de saúde.

A partir desta contextualização a questão norteadora para essa pesquisa foi: qual o perfil dos idosos de uma instituição filantrópica no município de Barreiras e suas percepções acerca de qualidade de vida e saúde? Entendemos que as pessoas que estão na terceira idade devem ser chamadas de idosas, pois é um termo bem mais suave e a palavra "velha", deve ser ignorada por ser carregada de aspectos negativos.  Para designar as pessoas que estão na terceira idade é melhor utilizar a palavra idoso  quando se falar da última fase do ciclo vital velhice  e envelhecimento para tratar do processo de mudanças físicas, psicológicas e sociais que se acentuam a partir dos 45 anos. A partir deste momento sentimos necessidade de analisar a concepção que o idoso asilado tem de sua qualidade de vida e saúde, frente à sobrevida dos mesmos.

O presente trabalho visa analisar o perfil e percepções dos idosos atendidos em uma instituição filantrópica no município de Barreiras bem como verificar a condição da qualidade de vida e saúde atribuída aos mesmos, assim como descrever o perfil dos idosos atendidos nessa instituição,identificar as percepções dos idosos em relação à instituição em que são atendidos atrelado a qualidade de vida, assim como verificar como ocorre à assistência a saúde desses idosos.

2.      METODOLOGIA

Segundo Minayo (1994) as modalidades de pesquisa  quantitativo /qualitativo, subjetivo/objetivo de caráter descritivo são interdependentes, interagem e não podem ser pensadas de forma dicotômica. Preserva a honestidade que se registra a existência de opiniões em sentido contrário, analisa e interpretam dados relativos á natureza dos fenômenos, já o estudo descritivo, que segundo Gil (2002 p. 70) compreende a delineação do que é compreendido: descrição, registro, análise e interpretação da natureza atual ou processo dos fenômenos. Este enfoque se caracteriza pela obtenção de dados descritivos mediante ao contato direto e interativo do pesquisador com a situação objeto de estudo.

Na primeira etapa utilizou-se de um formulário onde os pesquisadores coletaram dados documentais através de prontuários, ou outros documentos disponíveis na instituição. Esse procedimento só ocorreu mediante autorização dos participantes através do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido os dados foram analisados e posteriormente transcritos.

E na segunda etapa foi utilizada a escala de Likert, ou seja, um tipo de escala de resposta psicométrica usada comumente em questionários é a escala mais usada em pesquisas de opinião. Esta escala tem seu nome devido à publicação de um relatório explicando seu uso por Rensis Likert (ANDRADE, 2000, p.56).

Os entrevistados responderam a um questionário baseado na escala supracitada e demostraram seu nível de concordância quanto ao questionado realizo-se uma especificação através de três ícones destintos onde demostraram seu grau de satisfação e concordância no que se perguntou, para tanto criamos categorias para avaliar os dados sendo estas respectivamente: concordo, não concordo e não sei, ou sim, não e não sei. As mesmas foram caracterizadas através de figuras personalizadas.

A pesquisa foi realizada em uma instituição filantrópica, estabelecido na Rua Camaçari, nº 115 no bairro Vila Dulce, que possui 12 quartos com suítes, sendo sete para o público feminino e cinco para o público masculino, 1 enfermaria, 1 consultório odontológico, sala de reunião, escritório, capela e uma área de recreação onde abriga 15 Idosos, situado no município de Barreiras, no extremo oeste baiano á 843 km de Salvador, capital do estado e á 628 km de Brasília, capital federal do país, a cidade destaca-se pela produção de agricultura, em especial da soja. Segundo censo demográfico realizado em 2008, pelo instituto brasileiro de geografia e estáticas, o município possui uma população total de 135 835 mil habitantes (IBGE, 2008).

 

3.      FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O envelhecer é uma etapa da vida onde ocorrem diversas mudanças fisiológicas, psicológicas, bioquímicas e morfológicas em que pode ocorrer um maior número de Patologias que pode levar o individuo a morte.

O envelhecimento é um processo dinâmico, progressivo no qual há modificações morfológicas, fisiológicas, bioquímicas e psicológicas, que determinam perda progressiva da capacidade de adaptação do individuo ao meio ambiente, ocasionando maior vulnerabilidade e maior incidência de processos patológicos que determinam por levá-lo a morte (FIGUEREDO 2OO6, p. 200).

O mecanismo humano passa por diversas etapas do desenvolvimento, puberdade, maturidade, estabilização e envelhecimento, e por isso acontece uma diminuição de capacidades em indivíduos idosos e por isso alguns fisiologistas definem o processo de envelhecimento.

O organismo humano passa pelas fases de desenvolvimento, puberdade, maturidade ou estabilização e envelhecimento. Em vista do decréscimo da capacidade fisiológica existente de pessoas idosas, alguns fisiologistas definem o envelhecimento soma total de todas as alterações que ocorrem no organismo vivo e que acarretam declínio funcional e morte (MACHADO, 2002, p 150).

O envelhecimento é a ultima etapa do circuito da vida e são concretizadas por diminuição de capacidades funcionais, de trabalho e de resistências, agregando-se a solidão, perdas motoras entre outras, como conceitua Freitas (2006, p.85).

As manifestações somáticas da velhice, que é a ultima fase do ciclo da vida, e que são caracterizadas pela redução da capacidade funcional, calvície, canície, redução da capacidade de trabalho e da resistência, entre outras, associam-se perdas de papéis sociais, solidão, perdas psicológicas, motoras e afetivas.

Envelhecer constitui aumento do numero de anos vividos. E assim a população idosa era sempre vista e atribuída comumente em países, mais desenvolvidos. No entanto, nos dias atuais, o fato vem chegando aos países em franco desenvolvimento, como será observado a seguir.

Segundo Machado (2002, p.65), no ponto de vista individual envelhecer significa aumentar o numero de anos vividos. Paralelamente as evoluções cronológicas consistem fenômenos de natureza biopsiquica e social, importantes para a percepção da idade do envelhecimento. A população idosa esteve habitualmente associada aos países desenvolvidos, como o Japão, na Europa e na América do norte. No entanto, o que devemos considerar é que o envelhecimento populacional é nos dias atuais um fenômeno mundial que ocorreu e vem ocorrendo nos países em desenvolvimento. A partir dos 60 anos, a maioria dos idosos, em números absolutos, vive em países do terceiro mundo, e as projeções estatísticas demonstram que está é a faixa etária que mais crescerá na maioria dos países em desenvolvimento.

Dois conceitos são analisados e diferenciados a senescência e a senectude que derivam de varias funções envolvidas no organismo humano, são próprios do processo envelhecer, e a senilidade que distingue por características que se ressalta em indivíduos idosos.

A distinção entre senescência ou senectude, que resulta do somatório de alterações orgânicas, funcionais e psicológicas próprias do envelhecimento normal, e senilidade, que é caracterizada por modificações determinadas por afecções que frequentemente acometem a pessoa idosa, é por vezes extremamente difícil. O exato limite entre esses dois estados não é preciso e caracteristicamente apresenta zonas de transição freqüentes o que dificulta discriminar cada um deles (FREITAS, 2006, p 150).

O aumento freqüente da população idosa no país se deve ao incremento da expectativa de vida nos anos passados, que poderá chegar a 72,1 anos em 2020. Dois fatores são relevantes no aumento de expectativa de vida: a ampliação dos anos vividos e o conhecimento de diversos problemas de saúde e sociais particularmente encontrados nos anciões.

O crescimento do numero de idosos no Brasil se deve ao aumento da expectativa de vida, que entre 1900 e 1990, passou de 33,7 anos para 65,5 anos, estimando-se 72,1 anos em 2020. O aumento da expectativa de vida e o conseqüente crescimento do numero de idosos revelam dois fatores aparentemente antagônico: o do aumento da duração de vida da população e, do outro lado, o de trazer á tona os múltiplos problemas médicos, sociais e econômicos, que com freqüência, se acham interligados, particularmente, em indivíduos dessa faixa etária (MENDES, 2001, p. 180).

3.1 FISIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO

Do ponto de vista cientifico, a questão envelhecimento sempre ficou em outros planos devido a importância dos laboratórios não manifestarem interesse em estudar a ultima fase do ser vivo.

O estudo do processo de envelhecimento do ponto de vista científico ficou sempre relegado a um plano secundário, pois não havia interesse em se dispender verba e tempo, em se utilizar laboratórios sofisticados, para estudar uma fase do ser vivo em que ele deixa de ser produtivo e passa a ser, muitas vezes dependente (NETTO, 2005, p.60).

Devido ao aumento relevante de idosos nos últimos anos e a necessidade de desempenhar atividades no mercado de trabalho, surgiu à necessidade de estudar o processo do envelhecimento progressivamente, como será descrito a seguir por Freitas (2006, p.60).

No entanto o aumento acentuado do número de idosos nas últimas décadas e o fato de grande número deles permanecer em atividades e produzindo, fizeram com que o interesse pelo estudo do envelhecimento fosse se desenvolvendo progressivamente.

Verifica-se que o processo do envelhecer relaciona-se a alterações de proteínas que constituem o organismo humano. Dentre algumas teorias que explicam alterações que envolvem as proteínas está teoria da deteriorização da síntese protéica a teoria do relógio biológico, como verificado a seguir.

Atualmente se considera que o envelhecimento relaciona-se fundamentalmente com alterações das proteínas que compõem o organismo. Elas constituem cerca de15% dos componentes orgânicos e são os elementos responsáveis pela formação de estruturas nobres do organismo como células, tecidos, órgãos, sendo também componentes dos sistemas bioquímicos relacionados a produção de energia. Existem diversas teorias que procuram explicar essa alteração protéica do envelhecimento, sendo duas delas, mas aceitas pelos pesquisadores e provalvemente se completam: a) teoria da deteriorização da síntese protéica; e b) teoria do relógio biológico. Além disso, existiriam diversos fatores que teriam influência sobre esse mecanismo de alteração protéica. Eles têm sido classificados em intrínsecos e extrínsecos. Entre os primeiros encontra-se a hereditariedade, os radicais livres, as alterações imunológicas e, entre os últimos, a alimentação, as variações climáticas e a radioatividade (NETTO, 2005, p.60).

3.2 QUALIDADE DE VIDA

O termo Qualidade de vida nasceu nos Estados Unidos expondo o efeito ocasionado pela obtenção de bens no cotidiano das pessoas, para, em seguida, utilizar como parâmetros de estimar a intenção de avanços na saúde e educação, como será conceituado por Ferraz a seguir.

O conceito qualidade de vida surgiu nos Estados Unidos, após a segunda guerra mundial, descrevendo o efeito gerado pela aquisição de bens materiais (tecnologia) na vida das pessoas, sendo posteriormente utilizado como parâmetro a ser valorizado com intuito de resgatar avanços nas áreas da saúde e da educação (FERRAZ, 1998, p. 215).

O conceito qualidade de vida foi aplicado pela primeira vez pelo presidente americano no ano de 1964 ao afirmar que a qualidade de vida não pode ser analisada por avaliações de banco, por isso o referido termo designa-se dentro das ciências biológicas e humanas para estimar controles de sintomas, diminuição da mortalidade e ampliação da expectativa de vida. Assim como mostra a seguir:

A expressão qualidade de vida foi empregada pela primeira vez pelo presidente dos estados unidos, Lyndon Johnson em 1964 ao declarar que os objetivos não podem ser medidos através do balanço dos bancos. Eles só podem ser medidos através da qualidade de vida que proporcionam as pessoas. O interesse em conceitos como padrão de vida e qualidade de vida foi inicialmente partilhado por cientistas sociais, filósofos e políticos. O crescente desenvolvimento tecnológico da medicina e ciências afins trouxe como uma conseqüência negativa a sua progressiva desumanizarão. Assim a preocupação com o conceito de qualidade de vida refere-se a um movimento dentro das ciências humanas e biológicas no sentido de valorizar parâmetros mais amplos que o controle de sintomas, a diminuição da mortalidade ou o aumento da expectativa de vida (SANTOS, 2007, p. 251).

3.3 QUALIDADE DE VIDA NA TERCEIRA IDADE

A qualidade de vida na terceira idade tem grande variedade de aspectos e influências intrínsecos a este fenômeno que estão inter-relacionadas em quatro dimensões. A primeira tem relação com o ambiente, à segunda com a capacidade do desempenho dos indivíduos, a terceira visa percebe a qualidade de vida sobre o reflexo da própria vida e a quarta e ultima dimensão faz analise da avaliação integral da satisfação da própria vida.

Construí um modelo de qualidade de vida na velhice em que a multiplicidade de aspectos e influências inerentes ao fenômeno é representada em quatro dimensões inter-relacionadas. A primeira- condições ambientais, diz respeito ao contexto físico, ecológico e ao construído pelo homem, que influi na competência adaptativa (emocional cognitiva e comportamental), ou seja, o ambiente deve lhe oferecer as condições adequadas à vida das pessoais. A segunda- competência comportamental traduz o desempenho dos indivíduos frente às diferentes situações de sua vida e, portanto, depende do potencial de cada um, de suas experiências e desenvolvimento pessoal que, por sua vez, é influenciado pelo histórico cultural. A terceira- qualidade de vida percebida reflete na avaliação da própria vida, influenciada pelos valores que o individuo foi agregando e pelas expectativas pessoais e sociais. A quarta- bem-estar subjetivo, significa satisfação com a própria vida, satisfação global e satisfação específica em relação a determinados aspectos da vida; reflete as relações entre condições objetivas (ambientais), competência adaptativa e percepções da própria qualidade de vida, as três dimensões precedentes (LAWTON apud FREITAS, 2006, p152).

3.4 QUALIDADE DOS CUIDADOS AOS IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS

Não se pode mencionar o ancião institucionalizado sem primeiramente falar da idéias contrárias que eram vinculadas aos institutos que mantém os idosos que eram denominados asilos e que continuam a imperar até os dias de hoje. Como veremos a seguir:

Não se pode falar de idoso institucionalizado sem antes fazer referência a imagens negativas frequentemente associadas a entidades que o abrigam, para as quais a denominação popular asilo continua a prevalecer. Associado a pobreza e ao abandono apesar de ser precursor de programas de gerontologia social, anos recentes o asilo não mereceu atenção daqueles que se interresavam por trabalhos (FREITAS, 2006, p. 1131)

A Política nacional do idoso visa o acolhimento ao ancião deve ser desenvolvido primeiramente e principalmente através de seus familiares, as instituições deve se fazer presente apenas em casos que as famílias e amigos não possuem condições adequadas para manter o idoso.

A política nacional do idoso assinala que o atendimento ao idoso deve, prioritariamente, desenvolver-se através de suas próprias famílias, em detrimento do asilar, executando-se os casos dos que possuem condições necessárias para sobrevivência. (Lei 8.842 de 04/01/94). Nessa linha de raciocínio, a modalidade asilar é considerada uma alternativa assistencial para suprir a ausência de família e socorrer o idoso em situação de abandono ou pobreza, não levando em conta quaisquer outras condições que possam tomar necessário o atendimento em regime de internato, numa instituição para idosos, em caráter temporário ou permanente (FREITAS, 2006, p.1131).

 

 

3.5 EPIDEMIOLOGIA

As transformações na estrutura de mortalidade de idosos no país podem ser analisadas por meio da mortalidade proporcional, todos os óbitos por motivo especifico, diante disso pode ser avaliadas demandas de patologias que podem ocorrer sobre o sistema de saúde.

As modificações na estrutura da mortalidade de idosos no Brasil podem ser avaliadas por meio da mortalidade proporcional (óbitos por uma causa especifica/ todos os óbitos). Esse tipo de informação permite caracterizar demandas que incidem sobre o sistema de saúde (p. ex., aumento de doenças respiratórias e redução das circulatórias.) e inferior sobre seus determinantes e estratégias para mitigar seu impacto (FREITAS, 2006, p.109).

As principais patologias que levam mulheres idosas a morte no país são de patologias do aparelho circulatório, e doenças por causas mal definidas como neoplasias diversas, doenças do aparelho respiratório e diabetes mellitus, assim são descritas em homens em menor proporção, como a seguir:

As principais causas de mortes em mulheres idosas no Brasil em 2003 foram doenças do aparelho circulatório (cerebrovasculares, e isquemias do coração), seguidas pelos óbitos por causas mal definidas, neoplasias (principalmente as das mamas), doenças respiratórias (pneumonias e DPOC) e diabetes. Os grupos são os mesmos entre os homens, embora as neoplasias (no caso, principalmente as da próstata) ocupem o segundo lugar (GUIMARÂES, 1996, p.110).

3.6 ANALISE E DISCUSSÃO

Podemos afirmar que a análise de dados é uma forma de compreender todo o conteúdo, confrontando com analise bibliográfica que permitem a influência de conhecimentos relativos ás categorias de produção e recepção das mensagens.Assim demonstramos na tabela abaixo o perfil dos idosos pesquisados.

 

Gráfico 1  Avaliação da estrutura física da instituição

Fonte: Pesquisa de Campo, 2009.

Da ILPI pesquisada, 40% 4 idosos gostam da estrutura física, com suas áreas de lazer, dormitórios, enquanto 30% 3 idosos não gostam e outros 30% 3 idosos não souberam opinar.

A estrutura física do ambiente onde o idoso irá residir deve conter atmosfera simples e acolhedora, fazendo lembrar-se da vida familiar e do seu ambiente doméstico, com suas atividades diárias.

Em outras palavras, podemos afirmar que a ILPI é uma moradia especializada, que integra um sistema continuado de cuidados. Sendo-se uma moradia, que deve mostrar, tanto nos seus aspectos físicos quanto em toda a sua programação, detalhes que lembram uma casa, um lugar para morar, a vida numa família. As linhas arquitetônicas tradicionais de instituições, geralmente não cabem mais quando se fala em cuidado prolongado. Instituições adequadas podem ajudar o idoso a não se sentir abandonado, mas estimulado e acolhido. Deve possuir mobiliário simples, atraente e seguro, disposição adequada sem risco á movimentação e promover conforto e bem-estar, com maior segurança possível (FREITAS, 2006, p.1135).

 

  

Gráfico 2- Avaliação quanto à qualidade do sono da população idosa.

Fonte: Pesquisa de Campo, 2009.

Da população pesquisada 40% 4 idosos deles referem dormir bem, enquanto outros 30% 3 idosos referem não dormir bem, outros 30% 3 idosos não souberam opinar.

O sono permite uma renovação celular, recuperação dos tecidos quando se tem uma boa noite de sono sem interrupções, garantindo um bom desenvolvimento de suas atividades, na instituição os idosos referem ter uma boa noite de sono devido à adaptação ao ambiente em que vive e a outra parte da população revela não dormir bem por não ser o seu lar. 

O Sono e Repouso no idoso têm importância reparadora, garantindo equilíbrio físico e mental no individuo da terceira idade, o sono permite a reparação e recuperação dos tecidos após as atividades (FREITAS, 2006, p. 1138).

Gráfico 3 - Avaliação quanto ao sentir-se feliz na instituição

Fonte: Pesquisa de Campo, 2009.

Sobre sentir-se feliz na instituição, 60% ou seja 6 idoso responderam que não são felizes na instituição  ressalta - se que durante a pesquisa muitos idosos demonstraram nitidamente receio em manifestar uma avaliação negativa da ILPI onde viviam, enquanto 20% 2 idosos se sentem felizes por estarem ali na instituição, e 20% 2 idosos da população não souberam responder.

Os anciões demonstraram sua infelicidade na instituição por não terem um convívio próximo com sua família, uma assistência digna e prazerosa para sua saúde, e autonomia para suas atividades diárias.

O histórico de vida do idoso e sua cultura, entre vários outros precursores, pesam na reação da nova residência do individuo institucionalizados. É possível que a maioria dos idosos de hoje venha a interpretar a admissão como situação de falência: do ser humano e da sociedade. Independentemente de todas as causas que a determinaram ou a precipitaram, o planejamento de vida do individuo foi alterado. Seu projeto existencial foi desviado e, na maioria das vezes, de maneira dramática (FREITAS, 2006, p. 1137).

 

 

 

Gráfico 4 - Qualidade de vida refletida através dos cuidados de enfermagem.

Fonte: Pesquisa de Campo, 2009.

No gráfico 10, observa-se que 80% 8 idosos entrevistados concordam que os cuidados de enfermagem podem determinar uma boa qualidade de vida, enquanto 10% 1 ancião não concordam com a idéia de que a sua qualidade de vida está ligada aos cuidados de enfermagem, e 10% 1 idoso não opinou.

A saúde do idoso depende dos cuidados prestados por uma equipe multidisciplinar, inclusive o da enfermagem que tem como missão manter uma boa qualidade de vida e avaliação dos serviços prestados aos anciões, contudo devemos ressaltar que na instituição não havia uma equipe de enfermagem e que os cuidados eram prestados por uma enfermeira e por cuidadores.

Se a ILPI é uma moradia especializada, ela não será apenas, mas uma nova categoria de instituição, de caráter hibrido ou sócio- sanitário como a denominam os países de língua espanhola. Nessas ILPIs os idosos podem recuperar a saúde e autonomia, estabelecer novos laços afetivos e encontrar a possibilidade e receber cuidados até o final dos seus dias e deve oferecer ás pessoas de 60 anos ou mais serviços na área social, psicológica, medica, de enfermagem, de fisioterapia, de terapia ocupacional, de odontologia e outras, conforme necessidades especificas desse grupo etário (FREITAS, 2006, p. 1135).

4.      CONCLUSÃO

Pode-se perceber que o Brasil está se tornando cada vez mais um País velho, porém o envelhecimento populacional é muito bem vindo, pois tem um desenvolvimento de sucesso para muitos. É um evento natural em decorrência do aumento das sociedades, mas grande parte da população vê o idoso como um problema, embora seja um mérito para o país que está se desenvolvendo.

As Instituições que abrigam idosos são mais conhecidas popularmente como asilos. Destinavam-se á velhice desvalida. Nos tempos de hoje, as instituições tem como missão, cuidar de idosos necessitados de vigilância institucional, em momentos onde as pessoas da terceira idade sofrem de problemas na vida a sós ou sob o cuidado dos familiares.

A procura por uma Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI) deve acontecer de maneira responsável e de preferência que o futuro morador conheça o lugar onde vai passar a residir.

Contudo, após a pesquisa, podemos confirmar que a comunidade de idosos pode adquirir déficits no que diz respeito a sua qualidade de vida, encontramos pacientes acamados, com graves debilidades físicas e psicológicas entre outros. Relatamos que os idosos asilados necessitam de maiores cuidados, devido ao isolamento social e familiar, diante da vulnerabilidade biopsicossocial e por isso é necessário que haja um acompanhamento holístico desta população.

Na pesquisa realizada, constatamos que os idosos atendidos possuem renda mínima, nível de escolaridade baixo, muitos vivem longe da família. Já em relação às percepções sobre sua qualidade de vida, a pesquisa mostrou a insatisfação que os mesmos têm sobre os cuidados prestados pelos cuidadores, assim como suas atividades diárias na instituição.

Os objetivos projetados para essa pesquisa foram esclarecidos uma vez que os idosos contribuíram com as nossas questões sobre a qualidade de vida na instituição.

Assim devemos enfatizar a importância da enfermagem como uma profissão que tem um papel admirável no cuidado aos idosos, onde deve cuidar para que o idoso consiga aumentar os hábitos saudáveis, diminuir e equilibrar as limitações inerentes da idade confortar-se com a angústia e debilidade da velhice, compreendendo o processo de morte. A ação da enfermagem também é de grande importância na redução das incapacidades e limitações dos idosos institucionalizados, promovendo assim maior independência na execução das atividades de vida diária, evolução da auto-estima e, por conseguinte, melhora na qualidade de vida destes idosos.

 

5.      REFERENCIAS

ANDRADE, D. F.; TAVARES, H. R; VALLE, R. C. Teoria da Resposta ao Item: conceitos e aplicações. São Paulo, 14o. SINAPE, Associação Brasileira de Estatística - ABE 2000, p.56.

FREITAS, E.V. Tratado de Geriatria e Gerontologia, Editora Guanabara, 2º ed. Rio de Janeiro, 2006, p 80- 85-106-108-109-110-111-112-147-148-149-150- 152-155-231.

FREITAS, E.V. Tratado de Geriatria e Gerontologia, Editora Guanabara, 2º ed. Rio de Janeiro, Cap.119, , 2006, p 1131-1141.

FERRAZ, M.B. Qualidade de vida, conceito em um breve histórico. Revista jovem médico, São Paulo, v.4, 1998, p. 215-222.

FIGUEIREDO, N. M. A.; TONINI, T. Gerontologia: Atuação da enfermagem no processo de envelhecimento. São Paulo: Ed. Yendis, 2006, p.200.

GIL, A.C. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. Editora Atlas, 4 ed. São Paulo, 2002,  p.25- 70.

GUIMARAES R. M.; CUNHA, U. G. Sinais e Sintomas em Geriatria, Editora Athneu, 2º ed. São Paulo, 2004, p.80.

MACHADO J.C. Tratado de geriatria e gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002, p.65.

MENDES, W. Uma Modalidade de Assistência à Saúde. Rio de Janeiro: Universidade Aberta da Terceira Idade, 2001, p.180.

MINAYO, M. C. S. ET AL. Pesquisa social. Teoria, método e criatividade, 13. ed. Petrópolis, RJ:vozes,1994, p 40- 45.

NETTO, M.P. BRITO F. C Urgências em Geriatria, Editora Atheneu, São Paulo, 2001, p.68.

RAMOS, L.R. O país do futuro não pensa no futuro, Gerontologia. 3 v. n.1, 1995, p.52-54.

SANTOS, F.; LOPES J.R. Revista de saúde pública, 41 v. Supl. 2. São Paulo, 2007, p. 251.

VERAS, R.P. País jovem com cabelos brancos: a saúde do idoso no Brasil, Rio de Janeiro: Ed. Dumará/UERJ, 1994, p. 67-80.

 

 


 

 


Autor: Dediana Novais


Artigos Relacionados


A Importância De Atividades De Lazer Para Qualidade De Vida Dos Idosos Asilados

Humanização E O Cuidado Aos Idosos Pela Enfermagem No Psf

Consulta De Enfermagem / Instituição De Longa Permanência Para Idoso.

A Perspectiva De Vida Do Idoso Em Uma Instituição Filantrópica De Itumbiara – Go

O Idoso No Contexto Da Atenção Básica à Saúde Do Município De Almadina-ba

O Abandono Dos Idosos

Exercício Físico E Idosos