Aos que tentam fazer da Ciência Contábil um diferencial para a sociedade



Dia 09 de fevereiro de 2010. Terça-feira. Final da tarde. Curitiba. Paraná. Uma triste notícia mudaria o rumo de várias vidas e muitos fatos. O Professor Everaldo Leonel de Oliveira, 35 anos, faleceu.

Mas quem foi o Professor Everaldo? O que ele fez de tão marcante? Qual o legado deixado por ele? Por que a ausência dele mudaria vidas e fatos?

O Professor Everaldo Leonel de Oliveira era (e dói colocar este verbo no passado) Mestrando em Ciências Contábeis pela Universidade Regional de Blumenau, Bacharel em Ciências Contábeis pela UFP, Especialista em Gerência Contábil, Auditoria e Controladoria e Magistério Superior, atuava como professor de cursos de graduação e pós-graduação na área de Contabilidade e Finanças, foi Consultor financeiro e professor titular da Escola de Negócios da Universidade Positivo, e ainda, foi Coordenador do Programa de Atividades Complementares da Universidade Positivo (se acaso esqueci de mencionar algum título ou atividade por ele desenvolvida, faço aqui minhas excusas).

Como Professor sempre foi um aluno instigado a aprender. E tal qual, como aluno, contribuia para que a matéria lecionada e discutida pelos Professores fosse abordada sempre em alto nível. O que o fez ser um Coordenador de Curso (Ciências Contábeis  Facinter) dos mais empenhados em qualificar o Ensino da Ciência Contábil.

Um dos legados deixados por ele é o de questionar sempre! Não parar na primeira dúvida, mas alcançar todas elas!

Para entenderem o título deste artigo, é preciso fazer aqui um parenteses, faz-se necessário explicar a minha relação (articulista) com o Professor Everaldo. Minha formação acadêmica (2003-2006) em Ciência Contábil teve participação fundamental dele, que lecionou para a nossa turma matérias como Sistemas Contábeis e Contabilidade Gerencial. Ao final do curso, ele já coordenando, foi escolhido por nossa turma como paraninfo. Em 26 de novembro de 2005, publiquei e fui palestrante do II Evento de Iniciação Científica da Facinter, apresentando o trabalho Ensino Prático da Contabilidade Básica, tendo como Orientador o Professor Everaldo Leonel de Oliveira.

O que mais marcou nesse fato, é que, na época, fui o único aluno de Ciências Contábeis que se aventurou nesse Evento, com total apoio e confiança do Orientador. Apoiar e confiar nos estudantes era marca da personalidade do Professor Everaldo.

Fechando o parenteses feito, o Professor, além de articulista preciso e muito homenageado (em vida, o que é difícil e o torna ainda mais meritório de todas elas), tornou simples ensinar, porque foi um apaixonado porque fazia aquilo de que realmente gostava.

Aos seus alunos (jamais ex-alunos, mas eternos alunos), deixou viva a intensidade de um profissionalismo exemplar, de uma condução ética e com retidão inigualáveis. Sem maiores, ou sem nenhum comentário a ser dirigido.

Deixou aos alunos que pretendiam, pretendem e pretenderão adentrar no mundo da Ciência Contábil uma impressão de que não é fácil, mas que também não é impossível. Que há de se obter resultado fazendo tudo com amor, mesmo que tenha que se doar mais que 100,00%. Ainda que tenha que refazer as 24 horas de um dia em tantas quanto forem necessárias.

Sangue, suor e lágrimas (estas restaram no nosso último encontro)...

Por isso e por muito mais, por todo o legado deixado pelo Professor Everaldo Leonel de Oliveira, ele merece um destaque, sendo considerado por este articulista (ainda de luto) como um diferencial na sociedade.

Portanto, aos que tentam fazer da Ciência Contábil um diferencial para a sociedade, fica aqui a homenagem, através da memória do inesquecível Professor Everaldo Leonel de Oliveira, pois se cada um fizer sua parte, dia-a-dia, a cada insante, a cada matéria lecionada (e os Professores são a extensão do conhecimento difundido), a cada trabalho desenvolvido, a cada artigo publicado, a cada notícia veiculada em jornais, revistas, televisão, internet...

Enfim... Se cada um de nós tiver a coragem para ousar, a ousadia para tentar, a tentativa para mudar, a mudança para refazer... Se cada um de nós conseguir difundir esta Ciência com as informações fidedignas e com o tamanho da importância que ela tem, e que o Professor Everaldo tão dignamente o fez, com certeza, a ausência dele far-se-á em presença. A cada débito e crédito, a cada demonstrativo fechado, a cada informação gerencial repassada, a cada explanação sobre os conceitos da Contabilidade (a teoria sempre será um alicerce)...

Deixo neste artigo, algumas palavras proferidas pelo Professor Everaldo Leonel de Oliveira, ditas em 09 de março de 2007, quando foi homenageado como paraninfo:

Caríssimos afilhados, a escolha de vocês, efetivamente me comove e me envaidece. Entre tantos ótimos Professores vocês me escolheram. Eu, aquele Professor que sempre fazia a chamada encostado a porta e nos últimos minutos da aula. Aquele Professor que sempre pedia para resolver mais um exercício antes de irem embora. Que insistia sempre para não apenas executar, mas também, e principalmente, interpretar, analisar e ainda expor o resultado final para a turma. Enfim me sinto com a positiva sensação de dever cumprido. Vocês, durante um ano como meus alunos perceberam que para mim, ensinar é mais do que uma arte, uma técnica ou um oficio. É fazer aquilo de que realmente gosto. E ser homenageado, cada vez mais me entusiasma e enobrece a minha missão. Agradeço-lhes profundamente a homenagem que me prestam.

Nós é que seremos eternamente gratos Professor Everaldo, pela enorme lição que deixou e por tudo que realizou. Cumpriu perfeitamente a sua missão.

A ÚLTIMA ESTRELA

Quando a última árvore tiver caído, quando o último rio tiver secado, quando o último peixe for pescado, daí sim, vocês entenderão todos os ensinamentos. A partir de então vocês perceberão que a última estrela acabou de se apagar. E que a tristeza momentânea não se tornará eterna. Não. Porque começarão a notar tudo que sempre foi ensinado. Perceberão mais o mundo a sua volta e verão que há tanta gente precisando de tão pouco, mas que também há poucos prontos a ofertar tanto. Quando o sol se for, talvez chorem, talvez silenciem, mas que cada um saiba lidar com essa situação da melhor maneira que assim lhe convier. Não importa, mas todos levarão no coração os ensinamentos, a saudade e viverão mais tranqüilos e serenos, pois todos nós estivemos juntos, até o dia em que a última estrela se apagou.


Autor: Johney Laudelino Da Silva


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