A responsabilidade da escola para formação de cidadãos no trânsito.



Por que o nosso trânsito faz tantas vítimas? É uma guerra surda e sem fronteiras, onde o inimigo não é definido, melhor dizendo, o inimigo sou eu e conseqüentemente, o outro que está trafegando pelas vias também é meu inimigo. O veículo que é um meio de transporte que dá mais mobilidade as coisas e é claro, traz qualidade de vida as pessoas se tornam uma arma nas mãos de condutores irresponsáveis, embriagados e sem consciência do que é viver em sociedade e partilhar espaços comuns. Quem tem o carro maior não dá o ar da graça para os que estão trafegando em veículos menores e por conta disso se encontra vulnerável em relação ao outro, que no jargão do dia a dia "patrolam tudo". O que fazer para formar condutores mais responsáveis e solidários, afinal o trânsito é constituído de pessoas, você e eu. Nesse aspecto entendo que a escola pode contribuir em pelo menos três quesitos. Primeiro: ensinar regras de trânsito aos alunos enquanto pedestre. Depois, discorrer com eles sobre o CTB de forma que os futuros condutores sejam mais conscientes que os atuais e por fim, inserir no currículo da escola as leis de trânsito como disciplina opcional, mas isso dependeria de outros fatores.

Podemos entender que se os alunos receberam educação para o trânsito eles atravessariam as vias utilizando apenas a faixa que lhes é destinada aumentaria a segurança dos próprios pedestres e os condutores trafegariam pela via sabendo não se seriam surpreendido por um apressadinho cruzando na pista em qualquer lugar. Só essa medida reduziria as estatísticas de acidentes e tornaria o trânsito menos tenso, pois uma das maiores causa de irritação no trânsito é a imprevisibilidade a que estamos sujeitos. É claro que os condutores devem praticar direção defensiva e a maior responsabilidade é de quem está ao volante visto que em relação ao pedestre ele está em situação privilegiada dentro de uma couraça de ferro ou fibra e se deslocando a 100km/h, mas o pedestre deveria ser mais prudente e não entrar e m luta desigual. Acredito que a escola como lugar de instrução formal está em condições de contribuir de maneira positiva para melhorar essa situação.

Em seguida fazer uma abordagem preliminar com os alunos -por ora pedestres, mas futuros condutores- a respeito das leis de trânsito. Muitos dos nossos condutores que trafegam diariamente pela cidade só tiveram contato com o CTB quando fizeram requerimento da CNH e foram "obrigados" a ir participar de aulas teóricas em um CFC. Aprendem pouco e mal e do pouco que aprendem esquecem no limiar da porta de escola e por isso são tão maus condutores pondo em risco a vida de nossos filhos e as nossas próprias num trânsito caótico e violento. Para se ter prova disso -que não cumprem ou sabem da legislação- basta sair à rua. É motoqueiro pilotando de chinelo, (calçado inadequado) com crianças menores de sete anos, que não consegue se proteger, previsto como infração no art. 244 do CTB, constituindo-se falta gravíssima, cuja é multa de 191,54 mais sete pontos na CNH, sem prejuízo de outras sanções como recolhimento da CNH e suspensão do direito de dirigir. Isso sem falar que anda sempre em velocidade superior a máxima permitida na via, andam nos corredores deixados pelos carros, quando devia ocupar o lugar de um veículo, afinal, moto é um veículo, avançam sinal vermelho, ultrapassam sem segurança e por ai via o calvário de infrações dos pilotos de moto em nossa cidade. E os senhores dos automóveis também não ficam para trás: fumam ao volante, falam ao celular, dirigem embriagados....Parece que não tem solução. Seria uma tentativa válida se desde os primeiros rudimentos da escola fossem conscientizados de que o trânsito é feito de vidas, nossas vidas, ensinado-lhes o CTB

E para finalizar, seria importante que as regras do trânsito fossem inseridos no currículo da escola tais quais as disciplinas de Matemática, Língua Portuguesa e Filosofia. Esse processo de respeito pela vida no trânsito já estaria arraigado nos cidadãos como um principio vital, indispensável para a vida em sociedade. É claro que uma medida dessa envergadura deve ser discutida de maneira ampla com a sociedade civil e as instituições. A inclusão da disciplina deveria ser tema de seminários e congressos entre outros eventos culturais já promovidos pela autarquia. É indubitável que o poder público investe em propaganda de conscientização veiculada pelos canais de televisão, mas parece que o espectador vê a propagando como vê o da cerveja e tenho minhas dúvidas sobre o potencial de convencimento de cada uma.

Acredito que a escola tem a obrigação de vestir a camisa e lutar por um trânsito mais pacifico e os educadores estão em condições de fazê-lo. A escola está em todas as partes e a maioria das crianças vai à escola com disposição de aprender. É o tempo e a oportunidade, deve-se aproveitar.     

 


Autor: Irzair Ciro Correa


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