INCLUSÃO SOCIAL: O problema da inclusão social nas escolas públicas de Barbalha



INCLUSÃO SOCIAL

O problema da inclusão social nas escolas públicas de Barbalha

Ruth Rodrigues Santos[1]

RESUMO

Neste artigo abordaremos o tema inclusão social pelo prisma da educação transformadora e inclusiva, na qual a qualidade acadêmica proposta poderá derrubar as barreiras das tradicionais formas de ensino. Revolucionar a educação rumo à transformação inclusiva implica mudanças estruturais, tanto políticas quanto nas propostas educacionais, e seu potencial para a inclusão perpassa pela adequada incorporação das novas tecnologias no âmbito pedagógico e do desenvolvimento de novas formas de ensinar.Os princípios legais traduzindo os direitos e deveres dos portadores de deficiência, tanto no contexto social quanto educacional. Colocando-se em destaque as principais características e os diferentes tipos de deficiência, com o objetivo de esclarecer e informar ao pesquisador as necessidades e dificuldades pelas quais passam os portadores de deficiência dentro da sociedade.Expondo o trabalho da médica e educadora Mª Montessori, com considerações essenciais no trato educacional de portadores de deficiência. Finalizando trazendo propostas de soluções que qualitativamente realizadas trará importantes avanços na questão da Educação Especial na rede pública de ensino.

Palavras-chaves: Inclusão Social; Educação Especial; Capacitação pedagógica; Sociedade; Portadores de deficiência.

INTRODUÇÃO

A abordagem do tema Inclusão Social é feita a partir dos problemas associados a seu oposto que é a exclusão social. Inclusão social significa em termos práticos, trazer aquele que foi excluído socialmente por questões culturais, raciais, religiosas, econômicas, políticas e, pelo viés que se seguirá, pelas deficiências, para que este venha novamente fazer parte da sociedade desempenhando seu papel de cidadão, participando ativamente de todas as manifestações político-culturais por ela oferecidas.

Tanto a comunidade quanto os órgãos públicos responsáveis pelo desenvolvimento da sociedade: Secretarias de Educação Especial, de Ação Social, de Saúde, as Prefeituras, estas desempenham papel determinante na instauração da educação especial nas escolas.

É necessária tanto uma reestruturação física nas escolas, nos hospitais, nas ruas, nas igrejas, nos lugares de circulação pública, quanto uma reestruturação psicológica nos portadores de deficiência, nos familiares, na comunidade e nos profissionais pedagógicos. Um dos quesitos imprescindíveis para iniciar uma mudança, é ter conhecimento do problema através de informações básicas referentes à deficiência, deficientes, inclusão social, educação, com o objetivo de após essas informações, fazer-se uma interação, reintegração e reabilitação dos portadores de deficiência.

O desenvolvimento deste trabalho é baseado na pesquisa bibliográfica de livros de referência informativa, revistas, monografias e artigos, bem como pesquisa etnográfica de algumas escolas públicas da cidade de Barbalha. Tendo por objetivo esclarecer possíveis duvidas e trazer informações básicas para o pesquisador sobre o problema da inclusão social nas escolas públicas a cerca das dificuldades enfrentadas pelos deficientes para adentrar nas escolas e principalmente a permanência dos mesmos. Bem como uma explanação sobre algumas leis de prioridade dos deficientes, e os deveres dos órgãos públicos referidos a educação, que é um direito de todos.

A conclusão trará uma contribuição para a compreensão do processo educativo das crianças com dificuldades educacionais especiais, propostas de soluções a curto e longo prazo no processo ensino-aprendizagem, uma vez que a proposta baseia-se em trabalhar as potencialidades da criança não a sua deficiência, inovações na metodologia disciplinar, capacitação dos profissionais pedagógicos, medidas estas que possibilitaram melhoria considerável no quadro da Educação Especial básica no ensino público.

O PROBLEMA DA INCLUSÃO SOCIAL NAS ESCOLAS PÚBLICAS DE BARBALHA

Dentre os inúmeros problemas sociais presentes dentro da sociedade brasileira e que exige soluções urgentes, a Educação Especial é um deles.

Considerando as dificuldades que os alunos com deficiência apresentam em seu desenvolvimento educacional, é importante oferecer-lhes um ambiente de aprendizagem que ajude a abandonar a postura passiva de quem apenas recebe o conhecimento dos outros e que, ao contrário, incentive uma postura ativa, de busca e produção de conhecimento.

Incluir socialmente um indivíduo não é somente inseri-lo em meio à comunidade ou colocá-lo numa escola regular, mas, além disso, priorizar a qualidade das condições onde a pessoa com deficiência estará. Para tanto é necessário que a sociedade em geral, esteja disposta a mudar essa realidade, focando, não as diferenças, mas a capacidade de desenvolvimento intelectual particular de cada indivíduo.

A Educação Especial é um subsistema da Educação Geral, e como tal, é um processo continuo que se identifica a partir de observações de alterações no desenvolvimento global da criança e continua ao longo de sua vida. È necessário que se enfatize as potencialidades do individuo e oferecer-lhes meios para desenvolvê-las ao máximo. A Educação Especial necessita de recursos pedagógicos específicos, diferentes dos utilizados comumente no processo de ensino-aprendizagem.

A Educação Especial deve abranger metas de alcance tridimensionais, tais são:

1.Dimensão individual  o educando especial deverá tornar-se útil a si mesmo pelo trabalho e conquista de realizações próprias através do desenvolvimento de suas potencialidades.

2.Dimensão político-social  os órgãos públicos devem tornar acessíveis e de maior acervo as informações básicas sobre as deficiências e os deficientes, bem como capacitar (através de cursos) os profissionais da área pedagógica.

3.Dimensão social  o educando tornar-se-á apto a exercer qualitativamente seu papel de cidadão, e como tal, participar ativamente de todas as manifestações sócio-político e cultural ofertadas pela sociedade.

Considerando estas três dimensões, a Educação Especial insere-se no contexto da Educação Básica necessária a todo educando. É necessário que esta inserção se dê, não a partir do viés da quantidade, mas da qualidade de todo processo. Deve ser planejada, desenvolvida e realizada dentro dos parâmetros legais e formalizados pela justiça.

Todos os indivíduos, independentemente de serem deficientes ou não, tem seus direitos assegurados por leis pré-estabelecidas na Constituição. Contudo há leis que são exclusivamente estabelecidas para os portadores de deficiência.

Obviamente não se pode pensar que apenas as leis, os órgãos públicos, as instituições especificas, as ONGs (Organizações Não Governamentais), solucionaram o problema da Inclusão Social dentro das escolas publicas. É necessário que antes de tudo, a sociedade e o Estado se mobilizem e, se organizem de tal forma a se tornarem capacitados para corresponder a todas as exigências básicas das pessoas com deficiência. Quando o Estado e os pais cumprem seu papel, o direito à educação está assegurado. Mas, e quando um deles ou, até mesmo, os dois violam esse direito? Quais são, então, as alternativas existentes no campo da legislação para que se possa exigir o cumprimento da lei?

Oliveira (2001: 33), ao discorrer sobre os instrumentos viabilizadores do direito à educação, explicita que estes são: mandato de segurança coletivo, mandato de injunção e ação civil pública. Ainda, analisa que:

"... a própria declaração desse direito [à educação], pelo menos no que diz respeito à gratuidade, constava já na Constituição Imperial. O que se aperfeiçoou, para além de uma maior precisão jurídica - evidenciada pela redação -, foram os mecanismos capazes de garantir, em termos práticos, os direitos anteriormente enunciados, estes sim, verdadeiramente inovadores."

Mas, quais são os recursos que a sociedade tem para exigir o cumprimento de tais direitos constitucionais?

Existem algumas leis especificamente dirigidas às pessoas com deficiências que asseguram os direitos constitucionais dos mesmos. Uma delas é a Declaração de Salamanca e Linhas de Ação (1998). Porém, o acesso a essas informações dos direitos a cerca de pessoas com deficiência são muito escassas fazendo com que os deficientes não procurem o cumprimento de tais leis por simplesmente não ter conhecimento de sua existência.

2.1- Princípios Legais

Declaração Universal dos Direitos Humanos- 10 de dezembro- assembléia geral da Organização das Nações Unidas- ONU

Art. I- Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direito. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito e fraternidade.

Constituição da República Federativa do Brasil- 05/10/1998

Art. 205- a educação é direito de todos e dever do estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Lei 9.394/96- Lei de diretrizes e bases de educação- 20/12/1996

Capítulo V

Art. 58- Entende-se por educação especial, para os efeitos desta lei, modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino para educandos portadores de necessidades especiais.

Lei 7.853, de 24 de outubro de 1989- CORDE

Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua integração social, sobre a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE), insistiu a tutela jurisdicional de Interesses coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do Ministério Público, define crimes, e dão outras providencias.

Declaração de Salamanca e Linhas de Ação (1998)

Nº 15- a educação integrada e a reabilitação apoiada pela comunidade representam dois métodos complementares de ministrar o ensino à pessoa com necessidades educativas especiais. Ambas se baseiam no principio da integração e participação e representam modelos bem comprovados e muito eficazes em termos de custos para fomentar a igualdade de acesso das pessoas com necessidades educativas especiais, que faz parte de uma estratégia nacional cujo objetivo é conseguir a educação para todos. (Bueno, 1993).

Os preconceitos constitucionais determinam que o direito à educação das pessoas portadora de deficiência deverá ser garantido pelo Estado por meio de um "atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino" (artigo 208, Inciso III, da Constituição Federal nº 7.853, de 1989, que dispõe sobre o apoio às pessoas com deficiência, também explicita que "Ao poder público e seus órgãos cabe assegurar às pessoas com deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos inclusive dos direitos á educação".

Segundo a Constituição Federal que elegeu como fundamentos da República a cidadania e a dignidade da pessoa humana (art. 1º, inc. II e III), e como um dos seus objetivos fundamentais a promoção do bem para todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação (art. 3º, inc. IV).

A Lei de diretrizes e Bases de Educação Nacional- LDBEN surgiu também com uma nova legislação, que como toda lei nova revoga as disposições anteriores que lhe são contrárias ou complementa eventuais omissões. Trata-se da Convenção Interamericana para eliminação de todas as formas de discriminação contra a pessoa com deficiência, celebrada na Guatemala.

A convenção da Guatemala deixa clara a impossibilidade de tratamento desigual com base na deficiência, definindo a discriminação como diferenciação, exclusão ou restrição baseada em deficiência, antecedente de deficiência, conseqüência de deficiência anterior ou percepção de deficiência presente ou passada, que tinha o efeito ou propósito de impedir ou anular o reconhecimento, gozo ou exercício por parte das pessoas portadoras de deficiência de seus direitos humanos e suas liberdades fundamentais (art. 1º, nº 2, "a").

O cumprimento destas leis trará aos deficientes uma evolução considerável referente à sua inclusão social, principalmente dentro das escolas publicas de ensino regular.

Verifica-se que diferentes autores, a partir de diversas perspectivas e adotando referenciais que nem sempre comungam na totalidade, têm defendido um mesmo princípio, qual seja: a educação escolar para todos. Para Mazzotta (2002: 36),

"... a efetivação da educação escolar para todos, mediante recursos tais como educação especial, preferencialmente na rede regular de ensino, para os que a requeiram ou educação inclusiva onde a diversidade de condições dos alunos possa ser competentemente contemplada e atendida, demandará uma ação governamental e não governamental marcada pela sinergia, que algumas vezes parece ser até enunciada. Isto sem ignorar que a verdadeira inclusão escolar e social implica, essencialmente, a vivência de sentimentos e atitudes de respeito ao outro como cidadão."

Aranha (2001), referindo-se especificamente aos portadores de deficiência, advoga que:

"... cabe à sociedade oferecer os serviços que os cidadãos com deficiência necessitarem (nas áreas física, psicológica, educacional, social e profissional). Mas lhe cabe, também, garantir-lhes o acesso a tudo de que dispõe independente do tipo de deficiência e grau de comprometimento apresentado pelo cidadão."

Para Sousa e Prieto (2002: 123), "tem-se previsto o 'especial' na educação referindo-se a condições que possam ser necessárias a alguns alunos para que se viabilize o cumprimento do direito de todos à educação." Para estas autoras, "O que é o 'especial' da educação?

"O 'especial' refere-se às condições requeridas por alguns alunos que demandam, em seu processo de aprendizagem, auxílios ou serviçosnão comumente presentes na organização escolar. Caracterizam estas condições, por exemplo, a oferta de materiais e equipamentos específicos, a eliminação de barreiras arquitetônicas e de mobiliário, as de comunicação e sinalização e as de currículo, a metodologia adotada e, o que é fundamental, a garantia de professores especializados bem como de formação continuada para o conjunto do magistério. (Sousa e Prieto, 2002: 124)."

Para tanto é necessário priorizar a acessibilidade a estas informações, não somente para as pessoas com deficiência, mas para toda a sociedade. Inclusive e principalmente levar essas informações para dentro das escolas, com o objetivo de informar tanto o corpo docente quanto os alunos com a finalidade de fazer-se conhecer previamente uma nova realidade social que será estabelecida.Mas onde buscar essas informações?

O observatório de Educação da Rede SACI, presente no canal Educação do site http://www.saci.org.br, está disponível para os monitores como uma fonte de consulta e um canal para troca de experiências entre os educadores da América Latina. Seu objetivo é produzir e difundir informações sobre vivências e práticas de educação inclusiva envolvendo todos os tipos de deficiência e todos os níveis de ensino (de creches até o ensino superior), tanto na rede pública (municipal e estadual) quanto na particular.

Qualquer ambiente, seja na escola, no trabalho ou no lazer, só tem a ganhar com a diversidade de pessoas que os freqüentam. Para que esta seja uma oportunidade de convívio prazerosa e gratificante, é preciso criar as condições necessárias para que a heterogeneidade se transforme em ganho educacional para todos e não em uma tarefa desgastante para um monitor despreparado.

Considerando-se a inclusão social ou, dentro desta, a inclusão escolar de crianças com necessidades especiais, entende-se que os profissionais representam mediadores importantes no processo de inclusão. Esses, de forma dominante, são destacados interlocutores junto às famílias, por elas procurados em função dos quadros, das limitações e/ou dificuldades da criança, o que os tem feito ocupar uma importante posição na abordagem e no encaminhamento dessas crianças.

2.2- Capacitação dos profissionais pedagógicos

A preparação do professor é uma das etapas fundamentais para a inclusão social no ensino público dos portadores de deficiência. Além da família, este profissional desempenhará uma importância impar para o desempenho e desenvolvimento social qualificado do aluno deficiente, pois é na escola que este entrará em contato com outros indivíduos, independentemente, das diferenças e particularidades de cada um.

A capacitação é realizada de forma presencial, com utilização de técnicas e estratégias que possibilitem à participação, a reflexão, a revisão de valores, a desconstrução, a reconstrução e compreensão de significados, o diálogo, a construção coletiva e a apropriação do seu processo de construção de conhecimento. Entendendo como metodologia participativa àquela que permite ao participante tomar iniciativas e decisões próprias, elaborar, executar e avaliar projetos e propostas. Oficinas, aulas discursivas, dinâmicas, jogos, simulações, exercícios em grupo. As pautas dos encontros são desenvolvidas com base nos saberes, experiências e expectativas dos educadores.Construção do projeto político pedagógico que garanta o desenvolvimento e permanência das ações educativas propostas, com sustentabilidade e manutenção da qualidade do ensino.

Em conseqüência dessa mudança no perfil pedagógico da escola, torna-se discutível, não somente a quantidade com que essas mudanças ocorreram, mas a qualidade em que estas ocorreram. De maneira que se enfoque não a quantidade de pessoas deficientes dentro das escolas, mas da qualidade do ensino e principalmente a permanecia desses indivíduos.

A preparação dos gestores se dará através de cursos profissionalizantes no trato com pessoas deficientes, especificando a sua área de atuação com os diferentes tipos de deficiência, seja ela auditiva, visual, mental, etc. Há algumas categorias para os diferentes tipos de deficiências, e estas terão que ser apresentadas aos gestores bem como a todos os alunos da escola para informação prévia do novo sistema educacional.

O profissional deve está livre de todo e qualquer preconceito, pré-noções estabelecidas pela sociedade e se encontrar disposto e aberto para a aceitação dessa experiência inovadora e revolucionária de ensino. A colunista Juliana Mafra diz que:

"Um ponto importante sobre a inclusão social é percebemos que o fato de incluir significa também que devemos capacitar, a quem, as pessoas, aos professores, as empresas e até mesmo aos alunos, pois a eles competem à maior tarefa que é a de aceitação do grupo. Claro é que essa capacitação não é de uma hora para outra, mas aos poucos isso é relevante e dará muitos resultados."

2.3- Prioridade no atendimento educacional especializado

A classificação desses alunos, para efeitos de prioridade no atendimento educacional, consta da referida política e dá ênfase a alunos com:

·Deficiência mental, visual, auditiva, física e múltipla;

·Conduta típica;

·Superdotação.

A Secretaria de Educação Especial da Educação propõe as seguintes características referentes às necessidades especiais dos alunos, que serão descritas a seguir:

Superdotado- Notável desempenho e elevada potencialidade em quaisquer aspectos isolados ou combinados:

* Capacidade intelectual geral;

* Aptidão acadêmica especifica;

* Capacidade de liderança;

* Talento especial para artes;

* Capacidade psicomotora.

Condutas Típicas- portadores de síndrome e quadros psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos, que causam atraso no desenvolvimento e prejuízos no relacionamento social.

Deficiência auditiva- perda total ou parcial, congênita ou adquirida, da capacidade de compreender a fala por intermédio do ouvido. Apresenta-se como surdez moderada: perda auditiva de ate 70%, mas que não impede de se expressar oralmente com o uso do aparelho auditivo, melhorar o código da língua oral. Os surdos optam por línguas de sinais. "Perda parcial ou total das possibilidades auditivas sonoras, variando em graus e níveis"

Deficiência física: afeta em termos de mobilidade, de coordenação motora geral ou da fala, em decorrência das lesões neurológicas, neuromusculares e ortopédicas ou más formações congênitas ou adquiridas. Alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física

Deficiência visual: é a redução ou perda geral da capacidade de ver. "Acuidade visual igual ou menor que 20/200 no melhor olho, após a melhor correção, campo visual inferior a 20, ou ocorrência simultânea de ambas as situações";

* Cegueira- perda da visão, em ambos os olhos.

* Visão reduzida/ baixa visão: acuidade.

Deficiência mental: "Funcionamento intelectual geral significativamente abaixo da média, oriundo do período de desenvolvimento, concomitante com limitações associadas a duas ou mais áreas da conduta adaptativa ou da capacidade do indivíduo em responder adequadamente às demandas da sociedade";

Deficiência múltipla: é o comprometimento que acarreta atrasos no desenvolvimento global e na capacidade adaptativa. É importante enfatizar, primeiramente, as necessidades de aprendizagem e as respostas educacionais requeridas pelos alunos na integração dinâmica do processo de ensino e aprendizagem. É a associação, no mesmo indivíduo, de duas ou mais deficiências primárias (mental/visual/auditiva/física), com comprometimentos que acarretam conseqüências no seu desenvolvimento global e na sua capacidade adaptativa.

Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura- UNESCO (1994, p. 40), nos últimos anos, mudanças importantes estão ocorrendo na conceituação da educação especial, as quais estão gerando novos enfoques educativos em muitas partes do mundo:

"Falar de necessidades educacionais especiais implica aquilo que a escola pode fazer para compensar as dificuldades do aluno (a). Já que, neste enfoque, entende-se que as dificuldades para aprender têm um caráter interativo e dependem não apenas das limitações dos (as) alunos (as), mas também da condição educacional que lhe é oferecida."

2.4- Teoria de aprendizagem por Montessori

Os primeiros trabalhos da médica e educadora Mª. Montessori foi com as crianças retardadas e apoiaram-se consideravelmente nos escritos de Itard e Séguin. Montessori não construiu uma estrutura teórica que pudesse servir de base a seu método. Ao contrario para explicar os fenômenos que não eram descritos em nenhuma teoria existente na época, constantemente utilizava-se de termos d outros teóricos.

Desenvolveu trabalhos dirigidos a respeito do desenvolvimento humano, dedicando-se principalmente a criança. Como os resultados de suas experiências iniciais comprovassem a importância da educação na formação do ser humano, Montessori dedicou-se especialmente a esta área. Ela afirmava que: "O grande poder do homem consiste em sua capacidade de se adaptar a qualquer meio e até mesmo transformá-lo, enquanto constrói sua própria personalidade.". (Montessori Jr, p. 25).

A penetração da filosofia montessoriana está em todos os setores que dizem respeito à educação das crianças tais como: Centro de Assistência, Hospitais, Clinica de tratamento de Desajustados, Estabelecimentos de Educação de Crianças Cegas, subnutridas e mentalmente retardadas, na alfabetização de adultos e mesmo nos próprios lares.

Numa escola montessoriana, a ênfase é dada a liberdade, ou seja, a criança escolhe a atividade que quer fazer e como vai realizá-la. A essência do Método Montessori é a crença em que a criança quer trabalhar e vai fazê-lo desde que o trabalho seja apropriado a sua idade e desenvolvimento, assim as crianças agem de acordo com as suas necessidades internas, num ritmo próprio, manifestando-se, portanto resultados e características não esperadas para os demais..

Rompendo com as tradições de que via no movimento apenas a possibilidade de desenvolvimento físico, Maria Montessori passou a tratar o movimento como peça importante do desenvolvimento mental. Afirma que: "O homem se apropria do ambiente com a sua mão e, ao transformá-lo orientado pela inteligência cumpre a sua missão no grande quadro do universo". (Montessori, p.81). Embora muito criticado, o método Montessoriano representou uma verdadeira revolução educacional.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O problema da Inclusão Social tem que ser encarado em primeiro momento, como sendo um problema de responsabilidade pública e, que, portanto, solucionável pelos mesmos. Para isso, é fundamental que se estabeleça uma mudança comunitária onde cada indivíduo desempenhe qualitativamente seu papel de cidadão ativo, independente de sua condição física.

A sociedade deve se encontrar disposta a receber os deficientes livre de todo pré-conceito, aceitar as diferenças, como sendo uma particularidade do individuo "diferente", agindo de maneira a ajudar no seu desempenho moral, ético, psicológico, social e, principalmente de pessoa humana.

As escolas devem reivindicar mudanças tanto na estrutura física quanto na capacitação dos profissionais da educação, por meio de cursos profissionalizantes, tornar a escola qualitativamente adaptada para o ingresso das pessoas portadoras de deficiência. Inovar os métodos de ensino-aprendizagem de modo a abarcar e satisfazer a capacidade de execução das tarefas de cada aluno.

Viabilizar, através de um projeto previamente elaborado, a criação de uma instituição especificamente dirigida ao apoio dos portadores de deficiência, onde não somente estes, mas a população em geral encontre um acervo de informações, bem como realizações de tarefas, manifestações culturais como apresentação de filmes, encenação de peças teatrais que requerem contato pessoal, entretenimento, a presença de profissionais das diferentes áreas de saúde: dentista, psicólogo, assistente social, fisioterapeutas, enfim, um local em que os indivíduos que o constitui se responsabilize a validar os direitos dos deficientes, oferecendo-lhes toda a estrutura adequada para que futuramente possam eles mesmos lutar por seus direitos. É dever das prefeituras, da Secretaria de Educação, Secretaria de Ação Social e outras instituições torná-lo possível e não menos importante, mantê-lo ativo.

A educação é um direito de todos e a outra face da moeda é que ela também é um dever de todos. O conhecimento, a educação, a readaptação, o restabelecimento de regras, assim como a criação de novas, um novo jeito de pensar e ver o mundo, são atitudes que deverá partir de cada um, e como conseqüência haverá mudança em todo contexto social das sociedades.

Incluir os portadores de deficiência no meio social é respeitar, valorizar e reconhecê-lo na qualidade de ser humano, priorizando o que temos de comum, a diferença.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICA

ALMEIDA, Mª Montessori. Uma historia no tempo e no espaço, s/d.

FONSECA, Victor da. Educação Especial, 2 Ed; Artes médicas, Porto Alegre, 1990.

www.brasilescola.com

www.scielo.br

BRASIL. Ministério da Educação. Portal na Internet do Ministério da Educação. Página educação à distância. Disponível em: . Acesso em: 22/04/2008.

PROJETO uma escola do tamanho do Brasil. Disponível em: . Acesso em: 22 de Abril 2008. RATTNER, H. Sobre exclusão social e políticas de inclusa. Revista Espaço Acadêmico, ano II, n. 18, nov. 2002. TEDESCO, J. C. Educação e novas tecnologias: esperança ou incerteza? São Paulo: Ed. Cortez, 2004.

MRECH, Leny Magalhães. O que é educação inclusiva. Disponível em www.inclusão.com.br/index_htm. Acesso em 20/04/2008.

NASCIMENTO, E. P. O fenômeno da exclusão social no Brasil. INED, n. 3, 1996.

[1] Graduanda do curso de Ciências Sociais da Universidade Regional do Cariri (URCA).

[email protected]


Autor: Ruth Rodrigues


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