TURBINAS



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1INTRODUÇÃO

Desde o surgimento da civilização agrícola e o desenvolvimento das necessidades básicas do homem, o desafio da força da água e sua utilização vêm sendo colocado entre os principais requisitos da existência do homem e de seu avanço econômico e cultural. Um exemplo disso é a quantidade de esquemas hidráulicos encontrados na Mesopotâmia e no Império Egípcio da época dos Faraós, por volta de 3.000 a 2.000 anos A. C..

Na idade média a utilização da energia em cidades que possuíam cursos da água, freqüentemente determinava a produtividade de seus negócios e seu apogeu comercial. Leonardo da Vinci, naturalmente, também pesquisou a utilização da força hidráulica. Seus projetos de turbinas para acionar laminadores, máquinas têxteis e outros equipamentos, os quais nunca foram colocados em prática, já eram bastante avançados para a época. No século XVII, foi construído um esplêndido dispositivo aquático nos jardins do rei francês Luís XIV, em Versailles, acionado por uma máquina movida pela água, com um custo enorme. Ela tinha algo em torno de 100HP, era um triunfo tecnológico na época, mas com um rendimento muito baixo, não passando de apenas 6,5%.

Embora a história registre a construção de dispositivos rudimentares, que se baseavam nos mesmos princípios, de ação ou de reação, das turbinas atuais em épocas bastante remotas, o desenvolvimento da turbina a vapor, como um tipo realmente útil de acionador primário até a sua forma atual, ocorreu somente nos últimos setenta anos.

A turbina é um motor rotativo que converte em energia mecânica a energia de uma corrente de água, vapor d'água ou gás. O elemento básico da turbina é a roda ou rotor, que conta com paletas, hélices, lâminas ou cubos colocados ao redor de sua circunferência, de forma que o fluido em movimento produza uma força tangencial que impulsiona a roda, fazendo-a girar. Essa energia mecânica é transferida através de um eixo para movimentar uma máquina, um compressor, um gerador elétrico ou uma hélice. As turbinas se classificam como hidráulicas ou de água, a vapor ou de combustão. Atualmente, a maior parte da energia elétrica mundial é produzida com o uso de geradores movidos por turbinas.

1.1Justificativa

O estudo das turbinas hidráulicas e das turbinas vapor visa desenvolver e aprimorar, com base na literatura científica, o conhecimento sobre as máquinas térmicas e hidráulicas utilizadas na geração de energia elétrica, relatando seus benefícios, viabilidade, vantagens e desvantagens.

2DESENVOLVIMENTO

2.1Turbinas Hidráulicas

Turbinas hidráulicas são máquinas que transformam a energia proveniente da água em energia mecânica para posterior geração de energia elétrica. Os tipos de turbinas usadas mundialmente e fabricadas para centrais hidrelétricas ou mesmo para aplicação de caráter mecânico na transmissão de força em pequenos sítios são:

1- A Turbina Pelton;

2- A Turbina Francis;

3- A Turbina Kaplan;

4- A Turbina Bulbo;

5- A Turbina Turgo;

6- A turbina de fluxo cruzado;

7- A turbina Axial;

8- A turbina sifão;

9- A turbina S;

10- A bomba centrífuga funcionando como turbina;

11- A turbina de águas correntes.

Neste estudo, serão apresentadas apenas as Turbinas Pelton, Francis, Kaplan e Bulbo por se tratarem de turbinas usualmente encontradas nas usinas hidrelétricas de pequena, média e grande capacidade geradora.

2.1.1Funcionamento

Em todos os tipos há alguns princípios de funcionamento comuns. A água entra pela tomada d`água, a montante da usina que está num nível maior, e é levada através de um conduto forçado até a entrada da turbina. Lá a água passa por um sistema de palhetas guias móveis, que controlam a vazão volumétrica fornecida à turbina. Para se aumentar a potência as palhetas se abrem, para diminuir a potência elas se fecham. Após passar por este mecanismo a água chega ao rotor da turbina. Nas turbinas Pelton, como será tratado adiante, não há um sistema de palhetas móveis, e sim um bocal com uma agulha móvel, semelhante a uma válvula. O controle da vazão é feito por este dispositivo.

2.1.2Tipos

2.1.2.1Turbina Pelton

Essa turbina foi idealizada cerca de 1880 pelo americano Pelton de onde se originou o nome.

São adequadas para operar entre quedas de 350 m até 1100 m, sendo por isto, muito mais comuns em países montanhosos. Este modelo de turbina opera com velocidades de rotação maiores que os outros, e tem o rotor de característica bastante distinta.

A turbina Pelton é constituída basicamente por um rotor que possui pás duplas igualmente espaçadas pela sua periferia, formando a roda da turbina, e um bocal que consiste em uma peça cônica fixada ao extremo da tubulação que injeta a água com uma agulha interna acionada por uma haste, a qual regula o fluxo de saída da água para a roda da turbina, conforme é visto na figura 01. Essa turbina é classificada como uma turbina de ação, pois a energia hidráulica é transformada em energia cinética para, depois de incidir nas pás do rotor, transformar-se em mecânica. A principal característica é a velocidade do jato na de saída do bocal que, dependendo da altura de queda, pode chegar a uma velocidade de 150 m/s até 180 m/s. Na turbina Pelton, o torque é gerado pela ação de um jato livre sobre a dupla concha do rotor. Por essa razão a turbina Pelton também pode ser chamada de turbina de jato livre.

Os rotores atuais são fundidos em uma só peça, com as conchas e a roda formando um só conjunto. Entretanto é possível a fabricação separada das conchas e da roda e a fixação por meio de pinos e parafusos. No primeiro caso, caso haja uma concha danificada o rotor precisa ser substituído por inteiro, enquanto no segundo caso, basta substituir a pá danificada. A geometria das conchas é bastante complicada o que torna sua fabricação um serviço quase artesanal principalmente a etapa de acabamento. A concha deve ter a capacidade de absorver convenientemente a energia cinética transmitida pela ação do jato que sai do bocal e ao mesmo tempo distribuí-la no seu retorno, sem interferir com a pá subseqüente. No bocal, a pressão da água é convertida em velocidade. Encontram-se, no Brasil, várias centrais hidroelétricas funcionando com esse tipo de turbina, principalmente no campo das pequenas centrais, porém o número é bastante reduzido quando comparado com as tradicionais Francis e Kaplan.

Um dos maiores problemas destas turbinas, devido à alta velocidade com que a água se choca com o rotor, é a erosão provocada pelo efeito abrasivo da areia misturada com a água, comum em rios de montanhas. As turbinas pelton, devido à possibilidade de acionamento independente nos diferentes bocais, têm uma curva geral de eficiência plana, que lhe garante bom desempenho em diversas condições de operação.

Os rotores atuais são fundidos em uma só peça, com as conchas e a roda formando um só conjunto. Entretanto é possível a fabricação separada das conchas e da roda e a fixação por meio de pinos e parafusos. No primeiro caso, caso haja uma concha danificada o rotor precisa ser substituído por inteiro, enquanto no segundo caso, basta substituir a pá danificada. A geometria das conchas é bastante complicada o que torna sua fabricação um serviço quase artesanal principalmente a etapa de acabamento. A concha deve ter a capacidade de absorver convenientemente a energia cinética transmitida pela ação do jato que sai do bocal e ao mesmo tempo distribuí-la no seu retorno, sem interferir com a pá subseqüente. No bocal, a pressão da água é convertida em velocidade. Encontram-se, no Brasil, várias centrais hidroelétricas funcionando com esse tipo de turbina, principalmente no campo das pequenas centrais, porém o número é bastante reduzido quando comparado com as tradicionais Francis e Kaplan.

Figura 01  Turbina Hidráulica tipo Pelton

Para mini e micro aplicações, a turbina Pelton pode ser usada para baixas quedas em alguns casos até menos de 20 m. A maior queda em turbina PELTON situa-se na Suíça (Dixence) com 1750 m e potência de 65 MW, já a maior potência é gerada no Brasil (Cubatão) com 719 m de queda e potência de 110 MW. A UHE São Bernardo em Piranguçu/MG é outro exemplo de utilização das turbinas Pelton, gerando 6,7 MW de potência. As turbinas Pelton podem ser de eixo horizontal ou vertical e são caracterizadas por terem um baixo número de rotações, tendo, no entanto, um rendimento de até 93%.

2.1.2.2Turbina Francis

A turbina Francis foi idealizada em 1849, tendo o nome do seu inventor, sendo que a primeira turbina foi construída pela firma J.M. Voith em 1873, passando desde então por aperfeiçoamentos constantes. Tem sido aplicada largamente, pelo fato das suas características cobrirem um grande campo de rotação específica. Atualmente se constroem para grandes aproveitamentos, podendo ultrapassar a potência unitária de 750 MW.

É uma típica turbina de reação, pois recebe água sob pressão na direção radial e descarrega numa direção axial conforme figura 02, havendo transformação tanto de energia cinética como de energia de pressão em trabalho e o escoamento na zona da roda se processa a uma pressão inferior á pressão atmosférica. A vazão trazida até a turbina pelo conduto forçado é dirigida em direção radial para a roda e, ao sair, ganha uma direção axial indo para o canal de fuga através do tubo de sucção.

Figura 02  Turbina Francis, Vista Lateral e Superior

A roda Francis apresenta um íntimo contato com a água que percorre os seus canais, não sendo, por isto, recomendável o seu emprego em usinas cuja água possua alto teor de sólidos em suspensão, que acarretam excessivo desgaste da roda por erosão. As turbinas Francis podem ser instaladas de eixo horizontal ou vertical, sendo este ultimo mais comum nas usinas de grande potência.

Essa turbina é caracterizada por ter uma roda formada por uma coroa de aletas fixas, as quais constituem uma série de canais hidráulicos que recebem a água radialmente e a orientam para a saída do rotor numa direção axial. A entrada na turbina ocorre simultaneamente por múltiplas comportas de admissão dispostas ao redor da roda, e o trabalho é exercido sobre todas as aletas ao mesmo tempo para fazer rodar a turbina e o gerador. Os outros componentes desta turbina são a câmara de entrada, a qual pode ser aberta ou fechada com uma forma espiral, o distribuidor constituído por uma roda de aletas fixas ou móveis que regulam o caudal e o tubo de saída da água (figura 03).

As turbinas Francis são utilizadas em quedas úteis superiores aos 20 metros, e possuem uma grande adaptabilidade a diferentes quedas e caudais. As turbinas Francis, relativamente às Pelton, têm um rendimento máximo mais elevado, velocidades maiores e menores dimensões. Podem-se encontrar turbinas Francis na UHE Luíz Dias em Itajubá/MG que gera 2,7 MW de potência e na UHE de Itaipú em Foz do Iguaçú/PR com capacidade total de 14.000 MW.

Figura 03  Turbina Hidráulica tipo Francis

2.1.2.3Turbina Kaplan

A tendência e também a necessidade de se obter rotores mais velozes levou a construção, por Victor Kaplan, das turbinas hélices. A seguir, decorrente de pesquisas e experiências que mostravam haver uma estreita relação entre as potencias das hélices da roda, a abertura das aletas e o rendimento, construiu-se uma turbina dotada de um dispositivo de regulagem que possibilitasse as hélices acompanhar a variação das aletas. Assim as turbinas deste tipo, com pás móveis no rotor, passaram a ser chamadas de turbinas Kaplan, enquanto as pás fixas receberam o nome de turbinas Hélice.

A turbina Kaplan também é classificada como turbina de reação, adaptadas ás quedas fracas e caudais elevados. É constituída por uma câmara de entrada que pode ser aberta ou fechada, por um distribuidor e por uma roda com quatro ou cinco pás em forma de hélice.

As turbinas Kaplan são reguladas através da ação do distribuidor e com auxílio da variação do ângulo de ataque das pás do rotor o que lhes confere uma grande capacidade de regulação. Cada pá está individualmente presa à ogiva, possuindo movimento de rotação em torno de seu próprio eixo, mudando de ângulo, como se pode observar na figura 04. Este movimento é simultâneo para todas as pás. Essas turbinas são comuns em baixas quedas; pensa-se atualmente, estender seu campo de aplicação para saltos médios, em consideração a sua grande flexibilidade de ação frente às variações de capacidade e também às variações de velocidade e queda, graças as regulação das pás motrizes.

Em instalações de baixa queda, a casa de força é integrada às obras de tomada d'água ou localizada a uma pequena distância. As turbinas são do tipo Kaplan ou Hélice, com baixa velocidade (entre 70 e 350 rpm). As obras civis podem ser reduzidas pelo uso de grupos axiais do tipo bulbo e o custo dos geradores também pode ser reduzido, com o uso de multiplicadores de velocidade. No Brasil, um exemplo típico de aproveitamento hidrelétrico de baixa queda é o da UHE de Jupiá em Três Lagoas/SP, que possui 14 turbinas Kaplan, totalizando uma potência instalada de 1.551 MW.

Figura 04  Turbina Hidráulica tipo Kaplan

2.1.2.4Turbina Bulbo

A turbina bulbo apresenta-se como uma solução compacta da turbina Kaplan, podendo ser utilizada tanto para pequenos quanto para grandes aproveitamentos. Caracteriza-se por ter o gerador montado na mesma linha da turbina em posição quase horizontal e envolto por um casulo que o protege do fluxo normal da água (figura 05).

É empregada na maioria das vezes para aproveitamentos de baixa queda e quase sempre a fio d'água. Sua concepção compacta de uma turbina Kaplan reduz consideravelmente o volume das obras civis, tornando a mesma de menor custo. Em compensação, o custo do equipamento eletromecânico, turbina e gerador são maiores que os das turbinas convencionais, pela tecnologia e processos de fabricação aplicáveis em termos de ajustes e vedações.

Figura 05  Turbina Hidráulica tipo Bulbo

2.2Turbinas a Vapor

Uma turbina a vapor é uma máquina motriz que utiliza a elevada energia cinética da massa de vapor expandido, fazendo com que forças consideráveis, devidas à variação de velocidade, atuem sobre as pás do rotor. As forças, aplicadas às pás determinam um momento motor resultante que faz girar o rotor. São usadas, por exemplo, para o acionamento de geradores elétricos, compressores, turbo bombas e sopradores. Resumindo, a turbina a vapor converte a energia térmica do vapor em energia mecânica.

A turbina a vapor é um equipamento muito versátil, sendo amplamente utilizada em termelétricas, propulsão marítima e indústrias de processos em geral, principalmente onde se requer energia elétrica e energia térmica para aquecimento. Na indústria em geral podemos encontrar turbinas a vapor em usinas de açúcar e álcool, indústria de papel e celulose, indústria petroquímica, indústria alimentícia e usinas de processamento de lixo.

2.2.1Funcionamento

Em uma turbina a vapor a transformação de energia do vapor em trabalho é feita em duas etapas.

Inicialmente, a energia do vapor é transformada em energia cinética. Para isso o vapor é obrigado a escoar através de pequenos orifícios, de formato especial, denominados expansores, onde, devido à pequena área de passagem, adquire alta velocidade, aumentando sua energia cinética, mas diminuindo, em conseqüência, sua entalpia. Em um expansor, além do aumento de velocidade e da diminuição da entalpia, ocorre também queda na pressão, queda na temperatura e aumento no volume específico do vapor.

Na Segunda etapa da transformação, a energia cinética obtida no expansor é transformada em trabalho mecânico. Esta transformação de energia pode ser obtida de duas maneiras diferentes: Segundo o princípio da Ação ou segundo o princípio da Reação.

2.2.2Componentes

Uma turbina a vapor é composta, basicamente de:

2.2.2.1Estator (roda fixa)

É o elemento fixo da turbina (que envolve o rotor) cuja função é transformar a energia potencial (térmica) do vapor em energia cinética através dos distribuidores;

2.2.2.2Rotor (roda móvel)

É o elemento móvel da turbina (envolvido pelo estator) cuja função é transformar a energia cinética do vapor em trabalho mecânico através dos receptores fixos.

2.2.2.3Expansor

É o órgão cuja função é orientar o jato de vapor sobre as palhetas móveis. No expansor o vapor perde pressão e ganha velocidade. Podem ser convergentes ou convergentes-divergentes, conforme sua pressão de descarga seja maior ou menor que 55% da pressão de admissão. São montados em blocos com 1, 10, 19, 24 ou mais expansores de acordo com o tamanho e a potência da turbina, e conseqüentemente terão formas construtivas específicas, de acordo com sua aplicação.

2.2.2.4Palhetas

São chamadas palhetas móveis, as fixadas ao rotor; e fixas, as fixadas no estator. As palhetas fixas (guias, diretrizes) orientam o vapor para a coroa de palhetas móveis seguinte. As palhetas móveis são peças com a finalidade de receber o impacto do vapor proveniente dos expansores (palhetas fixas) para movimentação do rotor.

2.2.2.5Diafragmas

São constituídos por dois semicírculos, que separam os diversos estágios de uma turbina de ação multi-estágio. Entre o eixo e o diafragma existe um conjunto de anéis de vedação que reduz a fuga de vapor de um para outro estágio através da folga existente entre diafragma-base do rotor, de forma que o vapor só passa pelos expansores.

2.2.2.6Disco do rotor

É a peça da turbina de ação destinada a receber o empalhetamento móvel.

2.2.2.7Tambor rotativo

É basicamente o rotor da turbina de reação, que possui o formato de um tambor cônico onde é montado o empalhetamento móvel.

2.2.2.8Coroa de palhetas

É o empalhetamento móvel montado na periferia do disco do rotor e dependendo do tipo e da potência da turbina pode existir de uma a cinco coroas em cada disco do rotor.

2.2.2.9Aro de consolidação

É uma tira metálica, secionada, com dupla finalidade: aumentar a rigidez do conjunto, diminuindo a tendência à vibração das palhetas e reduzindo também a fuga do vapor pela sua periferia.

2.2.2.10Labirintos

São peças metálicas circulantes com ranhuras existentes nos locais onde o eixo sai do interior da máquina atravessando a carcaça cuja finalidade é evitar o escapamento de vapor para o exterior nas turbinas não condensantes e não permitir a entrada de ar para o interior nas turbinas condensantes. Esta vedação é chamada de selagem externa.

2.2.2.11Carcaça

É o suporte das partes estacionárias tais como diafragmas, palhetas fixas, mancais, válvulas, etc. Na grande maioria das turbinas é de partição horizontal, na altura do eixo, o que facilita sobremaneira a manutenção.

2.2.2.12Mancais de apoio

São distribuídos, normalmente, um em cada extremo do eixo da turbina com a finalidade de manter o rotor numa posição radial exata. Os mancais de apoio suportam o peso do rotor e também qualquer outro esforço que atue sobre o conjunto rotativo, permitindo que o mesmo gire livremente com um mínimo de atrito.

2.2.2.13Mancais de escora

O mancal de escora é responsável pelo posicionamento axial do conjunto rotativo em relação às partes estacionárias da máquina, e, conseqüentemente, pela manutenção das folgas axiais. Deve ser capaz de verificar ao empuxo axial atuante sobre o conjunto rotativo da máquina, que é mais acentuado nas turbinas de reação.

2.2.2.14Válvulas de controle de admissão

Uma vez que a turbina opera normalmente entre condições de vapor estáveis, as variações da carga devem ser atendidas por meio do controle da vazão de vapor admitida na máquina. Esta função é executada, automaticamente, pelas válvulas de controle de admissão, sob controle de um dispositivo, o regulador (governador). Existem dois tipos básicos para as válvulas de controle de admissão: a construção "multi-valve" e a construção "single-valve".

2.2.2.15Válvulas de controle de extração

Algumas turbinas possuem uma retirada parcial de vapor, em um estágio intermediário e, portanto, a uma pressão intermediária, entre a de admissão e a de descarga, conhecida como extração. Como a pressão em um ponto qualquer ao longo da turbina varia, quando variam as condições de carga da turbina, se a extração consistir simplesmente em um flange, através do qual poderemos retirar vapor, após um determinado estágio da máquina, a pressão do vapor extraído será influenciada pelas condições de carga da turbina. A este tipo de extração chamamos de extração não automática.

As válvulas de controle de extração funcionam de maneira semelhante às válvulas de controle de admissão, só que controladas pela pressão do vapor extraído, através do controlador de pressão de extração, e não pela velocidade da turbina, através do governador. Assim, em qualquer aumento incipiente da pressão de extração, seja causado por flutuação da carga da turbina ou do consumo de vapor extraído, o controlador de pressão de extração comandará uma abertura maior da válvula de extração, permitindo um maior fluxo de vapor para a descarga da máquina, e, em conseqüência, um fluxo menor para a extração, o que restabelecerá a pressão no nível controlado.

2.2.2.16Válvulas de bloqueio automático

A maneira usual de parar uma turbina a vapor é pelo fechamento rápido de uma válvula, chamada válvula de bloqueio automático, colocada em série com válvula de controle de admissão, o que corta totalmente a admissão de vapor para a turbina. Esta válvula é também conhecida como válvula de desarme rápido e como válvula de "trip".

Figura 06  Turbina a Vapor: estator, eixo do rotor e palhetas móveis

2.2.3Classificação

As turbinas a vapor são classificadas quanto:

2.2.3.1Modo de atuação do vapor:

Ação - o vapor se expande unicamente no sistema diretor da máquina (bocais ou canais diretrizes expansores) e não nos canais móveis do rotor, de modo que a pressão sobre as faces das palhetas não varia sensivelmente (modelo clássico é a turbina de Laval).

Reação - quando o vapor se expande também nos canais móveis do rotor, de modo que a pressão na entrada do mesmo é maior que na saída, a turbina é considerada de reação (modelo clássico é a turbina de Parsons). Algumas turbinas de reação de vários estágios possuem um estágio de ação, no qual acontece uma queda elevada de pressão. Isso determina uma turbina menor e de menor custo.

2.2.3.2Número de estágios:

Mono estágio - as turbinas a vapor de mono estágio apresentam um único rotor que em geral é um estágio de ação.

Vários estágios - as turbinas de vários estágios montados num mesmo eixo podem apresentar estágios de ação (turbinas Curtis-Rateau) ou de reação. Os vários estágios móveis são intercalados por pás fixas diretrizes, dispostas de tal forma que evite que a entrada do vapor se processe com choque.

2.2.3.3Número de pás sobre as quais incide o vapor:

Admissão total - turbinas são de admissão total quando o vapor é admitido por toda a periferia do rotor, ou seja, o vapor incide simultaneamente sobre todas as pás do rotor.

Admissão Parcial - são de admissão parcial quando o vapor incide somente em uma parte do rotor.

2.2.3.4Condições do vapor à descarga da turbina

Escape livre  o vapor sai diretamente na atmosfera.

Condensação  o vapor é conduzido a um condensador.

Contrapressão  o vapor de descarga é conduzido a um processo em particular onde a pressão do vapor na descarga é ligeiramente superior à atmosférica.

Combinadas - uma parte do vapor é extraída em estágios intermediários da máquina, e conduzida a outros equipamentos (trocadores de calor), e a outra parte do vapor continua sua expansão pelos estágios de menor pressão da turbina.


3CONCLUSÕES

Comparando as turbinas hidráulicas com as turbinas a vapor é possível perceber uma maior diversificação de utilização das turbinas a vapor, enquanto que as turbinas hidráulicas têm suas aplicações focadas na geração de energia. Pode-se concluir também que o princípio de funcionamento das turbinas a vapor é um pouco mais complexo que o das turbinas hidráulicas.

Com relação às turbinas hidráulicas verificou-se que a dificuldade está em atender instalações com máquinas de rotações específicas muito altas, como é o caso das turbinas Bulbo para as instalações maiores. Em grandes centrais hidrelétricas as turbinas somente são construídas após a definição de todos os parâmetros topográficos, hidrológicos e operacionais. Com isto, existe uma perfeita caracterização da rotação específica e a preocupação do fabricante é obter um ganho do rendimento que é resultante de extensos estudos hidrodinâmicos na máquina. Já em instalações de pequeno porte, a maior preocupação é obter energia elétrica de baixo custo. Neste caso, a escolha das turbinas é feita de maneira análoga às das grandes instalações e tem como fator limitante a rotação mínima admissível para o gerador, além da necessidade de utilizar modelos padronizados oferecidos pelo fabricante dificultando o ótimo funcionamento da máquina.


REFERÊNCIAS

BOMBAS Hidráulicas. Disponível em http://www.engenhariaconcursos.com.br/arquivos/Hidraulica/bombas.pdf. Acesso em 25 nov. 2009.

ENERGIA Hidráulica. Disponível em http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/Atlas/energia_hidraulica/4_4.htm. Acesso em 25 nov. 2009.

SOLUÇÕES para Grandes Aplicações. Disponível em http://www.weg.net/files/products/WEG-solucoes-para-grandes-aplicacoes-641-catalogo-portugues-br.pdf

TIPOS de Turbinas Hidráulicas. Disponível em http://www.gforum.tv/board/876/184081/tipos-de-turbinas-hidraulicas.html. Acesso em 22 nov. 2009.

TIPOS de Turbinas Hidráulicas. Disponível em http://www.ebah.com.br/tipos-de-turbinas-hidraulicas-doc-a20274.html. Acesso em 27 nov. 2009.

TURBINA Pelton. Disponível em http://www.hisa.com.br/tpelton.html. Acesso em 24 nov. 2009.

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TURBO Máquinas Hidráulicas. Disponível em http://w3.ualg.pt/~rlanca/sebenta-hid-aplicada/ha-06-turbinas.pdf. Acesso em 23 nov. 2009.


Autor: Mario Cesar Machado Junior


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