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Um Gigante adormecido

Um Gigante adormecido

                                                                                          Themis Groisman Lopes

Um questionamento é feito em todo o país, após a prisão do governador do Distrito Federal: seria a prisão de Arruda, o início do fim da impunidade? As respostas são as mais variadas possíveis. Alguns mais otimistas, acreditam que sim. Outros são céticos. Muitos pensam que por ser um fato nunca antes ocorrido, mostra um posicionamento diferente das autoridades. Em especial, do Poder Judiciário, negando o habeas ao governador.

Sabemos que, em política sempre existiram os indivíduos de boa ou má conduta. Atualmente, com a democracia estabelecida no país, as comportas foram abertas, proporcionando aparecerem com clareza, as atitudes dos maus políticos. São aqueles que exploram o povo, abusando do poder em proveito próprio. Plagiando George Orwell: os mais iguais entre os iguais cometem toda sorte de desmandos, sempre objetivando o próprio bem estar e suas vantagens, não importando os meios para, maquiavelicamente, alcançar seus vergonhosos objetivos. Sabem que ficarão impunes.

Uma pergunta se impõe: quem colocou estas pessoas nas posições que ocupam? A resposta é evidente: o povo- como um todo- os elegeu.  Esta mesma sociedade eleitora está agora apavorada com o que vem ocorrendo. Foi traída e explorada. Muitos dizem: não suporto mais ver televisão ou ler jornais, pois só o que se vê e ouve são tragédias, violência e corrupção política. Como se não fosse essa última, uma tragédia e uma violência contra um povo, que inocentemente se deixou levar por palavras enganosas e promessas nunca cumpridas.

Chega! Não podemos mais ficar nesta inércia, fugindo de nossa responsabilidade. Na época do Collor existiam os caras pintadas, que emergiram através de lideranças que os orquestravam. Agora não existem mais líderes descomprometidos, que possam conduzir uma manifestação compacta. Então cabe a nós, como sociedade tomar uma atitude. Da forma mais civilizada, através da palavra, do diálogo, que leva ao entendimento. Devemos protestar, sim, mostrando aos políticos que confundem propriedade pública com privada, que eles não podem representar uma sociedade. O brado que explode, sufocado até então é: não à corrupção, chega de impunidade.

Brasil.

Gigante adormecido, em berço esplêndido, acorda de teu sono imérito. Procura resgatar nossa dignidade, através desse povo, que sempre amou a liberdade e que, agora, parece algemado e amordaçado. Vamos construir um presente mais digno, sem corrupção, sem impunidade, sem espoliação do povo. Assim terás a glória em teu futuro, podendo ostentar com orgulho teu lábaro estrelado, espelhando toda tua grandeza.

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