A BÍBLIA NÃO DIZ QUE JESUS MORREU NUMA SEXTA-FEIRA



A BÍBLIA NÃO DIZ QUE JESUS MORREU NUMA SEXTA-FEIRA

 

Não podemos admitir, de forma alguma, que Jesus cometeu algum erro ou proferiu uma mentira. Em Mateus 12.40 lemos algo muito sério que Jesus falou: Pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra.

 

Se nós acreditarmos na tradição romana engolida por muitos que Jesus morreu na sexta-feira, vamos ter que admitir que existe um erro horroroso neste caso. Se ele morreu na sexta-feira, por mais que alguns bem intencionados arranjem algumas continhas de chegar, ele só teria passado um dia e duas noites no seio da terra.

 

Mas um dia, lendo o evangelho de Lucas em uma tradução séria e honesta, a Fiel, pude entender o que realmente aconteceu. Lendo Lucas 6.1, eis o que encontrei: E aconteceu que, no sábado segundo-primeiro, passou pelas searas, e os seus discípulos iam arrancando espigas e, esfregando-as com as mãos, as comiam.

 

Pesquisei vários comentários, perguntei a vários irmãos sábios e não obtive resposta. Sabe por quê? Porque a resposta está nos escritos rabínicos que falam de dois sábados em uma só semana. Quem nos explica com muita propriedade isto tudo é o irmão Celso L. S. Guerche, estudioso ligado à abençoada organização http://solascriptura-tt.org. Coloquei em itálico o que ele escreveu para dar ênfase

 

Quando lemos as Escrituras, a primeira vista, começamos acreditar, erroneamente, que Jesus foi crucificado num determinado dia da semana que, realmente, não condiz com a verdade.

 

Mas surge uma primeira pergunta: Qual a importância de sabermos o dia exato da morte de Jesus, já que foi há muito tempo atrás?

 

Deus trabalha de maneira a apontar-nos os caminhos e significados da sua obra, e repete-se de tempos em tempos para que não percamos de vista o que Ele tem nos feito através dos tempos, e como todo o "Velho Testamento" aponta para Jesus, toda a obra de Jesus aponta para a salvação, para a nova Jerusalém, para o Reino eterno. Deus marca o tempo: O memorial da criação, com seis dias de trabalho e o sétimo Deus reservou ao homem para estar com Ele, e que se faz repetir no deserto quando o Senhor envia o maná ao povo hebreu, com porção dobrada no sexto dia. Há outros sinais, como os doze filhos de Jacó, que formam as dozes tribos, os doze apóstolos, os três patriarcas  a Trindade; as sete igrejas declaradas no Livro de Apocalipse, os sete continentes, entre inúmeras repetições descritas por toda a Bíblia Sagrada. E o dia da morte de Jesus se faz mais importante, não por ela mesma mas pelo dia de sua ressurreição, a qual é marcada pelo sinal de Jonas, ou seja, três dias e três noite no ventre do peixe, ou melhor, no "ventre" da terra.

 

A Bíblia é clara: Jesus morreu na véspera do sábado. Onde está o erro, então?

 

A Palavra de Deus não diz que Ele morreu numa sexta-feira, e sim numa véspera de Sábado.

 

E qual a diferença entre sexta-feira e véspera de Sábado?

 

Devemos, então, voltarmos à história e entendermos o que é para os judeus o Sábado, ou seja, o Shabbat.

 

Shabbat, conforme o dicionário da Bíblia de Estudo Almeida, corresponde a: cessar; deixar de fazer algo, descansar. Na grande maioria dos casos, o shabbat é o sétimo dia da semana, ou seja, é o nosso dia de Sábado. É considerado, também, shabbat os dias de grande festividade religiosa, que nem sempre coincidiam com o sétimo dia semanal. Como exemplo a Páscoa, que é celebrada pelos judeus no mês primeiro, aos catorze do mês, no crepúsculo da tarde (mês de Abibe ou Nisã, equivalente ao nosso calendário março/abril). Eis aqui mais um sinal de Deus: Jesus foi morto à véspera da páscoa, no crepúsculo da tarde foi sepultado.

 

Mas voltando ao assunto da véspera de Sábado, ou do shabbat, podemos comprovar que não é necessariamente a nossa sexta-feira, mas sim véspera de um dia de descanso, podendo ser um Sábado semanal ou um Sábado, coincidente ou não com o sétimo dia da semana, de grande festa dos judeus.

 

Mas como se comprova o dia semanal que Jesus morreu não foi a sexta-feira?

 

Para melhor compreensão será usado a palavra hebraica shabbat no lugar da palavra portuguesa Sábado.

 

Conforme orientação de Jesus (Jo 5:39) e elogios de Paulo (At 17:11), é o nosso dever examinar as Escrituras.

 

Examinando em Jo 19:31 conseguimos o primeiro indício de que Shabbat estava sendo relatado: "... pois era grande o dia daquele Shabbat...". Outro dado importante no início desse nosso estudo: Jesus foi sepultado no final da tarde, quando já iniciava-se o Shabbat (Lc 23:54 / Mt 27:57). Em tempo, os judeus marcam os seus dias iniciando-os no pôr-do-sol de um dia até o pôr-do-sol seguinte.

 

Até agora vimos que Jesus foi morto na véspera de um Shabbat e sepultado ao anoitecer. Aqui começa a contagem dos dias:

 

O dia seguinte à morte de Jesus era Shabbat, portando descansaram segundo o mandamento (Lc 23:56).

 

Portando já temos:

 

O dia da morte de Jesus  véspera do shabbat;

O dia seguinte  um dia de descanso  o shabbat.

 

Continuando a história, percebemos em Mc 16:1, que passado o shabbat algumas mulheres compraram aromas para ungirem a Jesus.

 

Agora já descobrimos:

 

O dia da morte de Jesus  véspera do shabbat;

O dia seguinte  um dia de descanso  o shabbat.

Depois do shabbat as mulheres foram comprar aromas para ungir a Jesus.

Nesse momento é necessária muita atenção e raciocínio lógico, pois esse dia seguinte não é narrado, porém é de fácil percepção quando analisado cuidadosamente.

 

Nos quatro evangelhos  Mateus, Marcos, Lucas e João -, é narrado o encontro do sepulcro vazio, com pequenas diferenças que não se fazem importantes:

 

Em Mateus 28:1 relata no findar do shabbat, ao entrar o primeiro dia da semana (Domingo); em Marcos (16:2), e no primeiro dia da semana (Domingo), de manhã cedo, ao nascer do sol; Lucas 24:1 relata que no primeiro dia da semana (Domingo), alta madrugada, foram levar os aromas que haviam preparado. João 20:1 narra que no primeiro dia da semana (Domingo) Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro. Vimos aqui que logo ao findar o shabbat ou antes de clarear o primeiro dia da semana, as mulheres que foram comprar os aromas, foram até ao túmulo levando os aromas comprados logo após o shabbat.

 

Assim temos:

 

O dia da morte de Jesus  véspera do shabbat;

O dia seguinte  um dia de descanso  o shabbat.

Depois do shabbat as mulheres foram comprar aromas para ungir a Jesus.

O primeiro dia da semana, ou seja o Domingo, antes de clarear o dia, que já não encontraram o corpo.

 

Olhando para os dias relatados notamos um desacerto, pois se descansaram o shabbat, e após ele foram fazer compras, e, as mesmas mulheres, foram no primeiro dia da semana, antes de clarear o dia, até o sepulcro. Há algo estranho, não é mesmo?

 

Voltemos um pouco na história da vida de Jesus. Em Mateus 12:39-40 temos uma antecipação de Jesus para entendermos a história: O sinal de Jonas. Ele, Jesus, estaria três dias e três noites no coração da terra.

 

Então usemos de coerência e raciocínio. Se depois do shabbat as mulheres foram comprar aromas, e se essas mesmas mulheres foram no primeiro dia da semana ao sepulcro logo cedo, podemos concluir que, à luz de informações anteriores sobre o shabbat, nessa semana houve dois shabbat, um religioso e um semanal, sendo o segundo não relatado, porém subentendido.

 

Fechemos a conta agora dos dias, e descobriremos o dia que Jesus morreu, e o dia que Ele ressuscitou.

 

Voltemos um pouco na história da vida de Jesus. Em Mateus 12:39-40 temos uma antecipação de Jesus para entendermos a história: O sinal de Jonas. Ele, Jesus, estaria três dias e três noites no coração da terra.

 

Trazendo, agora, para os dias da semana usados atualmente.

 

Jesus morreu numa Quarta-feira às 15:00 horas aproximadamente (hora nona) Mc 15:34, 37.

Jesus foi sepultado ao anoitecer, iniciando a contagem  Primeira noite (Quarta-feira).

Houve descanso do shabbat da páscoa  Primeiro dia e Segunda noite (Quinta-feira).

As mulheres saem para comprar e preparar os aromas  Segundo dia e terceira noite (Sexta-feira).

Houve o descanso do shabbat semanal  Terceiro dia (Sábado).

Jesus ressuscita.

As mulheres vão ao sepulcro ao iniciar o primeiro dia da semana (Domingo) e encontram o túmulo vazio.

 

Podemos afirmar, à luz dos evangelhos, que Jesus morreu numa quarta-feira, e ressuscitou ao findar o shabbat (pôr-do-sol) e início do primeiro dia da semana. Trazendo para os nossos dias semanais, certamente Jesus ressuscitou ao terceiro dia, isto é no sábado, iniciando assim mais uma semana profética de, a partir de sua ressurreição, os homens já não são mais escravos do pecado e tem um novo Senhor, que nos comprou pagando com o Seu próprio sangue, e formando uma nova nação, a nação dos salvos, daqueles que herdarão a vida eterna, do reino que é sobre todos os reinos, sendo Jesus nosso Soberano Rei e Senhor.

 

(Todas as citações bíblicas são da ACF (Almeida Corrigida Fiel, da SBTB). As ACF e ARC (ARC idealmente até 1894, no máximo até a edição IBB-1948, não a SBB-1995) são as únicas Bíblias impressas que o crente deve usar, pois são boas herdeiras da Bíblia da Reforma (Almeida 1681/1753), fielmente traduzida somente da Palavra de Deus infalivelmente preservada (e finalmente impressa, na Reforma, como o Textus Receptus).

 

É incrível como todas as outras traduções bíblicas no Brasil seccionaram a expressão sábado segundo-primeiro. Qual foi a intenção? Compartilhar a heresia romana?

 

É muito importante entendermos esta grande verdade, porque assim ninguém poderá chamar nosso Salvador de mentiroso. Existem religiões que, respaldando-se na heresia romana, criticam o que Jesus falou.

 

O que é uma verdade insofismável é que houve dois sábados naquela mesma semana. Com uma simples comparação de textos, podemos provar que na semana da morte de Jesus, houve dois sábados: O primeiro, o dia dos asmos, que caía no dia 15 de Nisã e que neste caso, foi na quinta-feira e o sábado tradicional e oficial, o sétimo dia da semana. Para melhor entendermos, tomaremos um fato ocorrido neste período, ou seja, a compra de material e o preparo das especiarias, para se ungir o corpo de Jesus.

 

Vejamos quando isto ocorreu, segundo o relato de Lucas 23:54-56: E era o dia da preparação, e amanhecia o sábado  agora sabemos que amanhecer significa entrar. E as mulheres, que tinham vindo com ele da Galiléia, seguiram também e viram o sepulcro, e como foi posto o seu corpo. E, voltando elas, prepararam especiarias e ungüentos, e no sábado repousaram conforme o mandamento.

 

Por esta passagem fica claro a ordem de acontecimento das coisas:

 

a) Já estava terminando o dia da preparação, com o pôr-do-sol, e começando o sábado. Já não havia mais tempo para comprar e preparar as especiarias para ungir o corpo de Jesus, pois já era sábado.

b) O verso 54, no entanto, fala que elas, as mulheres, prepararam tudo antes do sábado e que repousaram neste dia, conforme ordenava o mandamento.

 

Como entender isto? Se já estava iniciando o sábado, como e quando elas compraram e fizeram os preparativos se o verso final nos prova que elas observaram o sábado. Difícil, não?

 

Comparemos agora o mesmo assunto com o descrito em Marcos 16:1 E, passado o sábado, Maria Madalena e Maria mãe de Tiago, e Salomé, compraram aromas para irem ungi-lo.

 

Este texto, parece complicar mais, todavia é aqui que se esclarecem os fatos, pois fala que as mulheres foram comprar as especiarias depois do sábado. Lucas, no verso 54 nos diz que este preparo ocorreu antes do sábado e Marcos diz que foi depois! Como conciliar os dois relatos?

 

A grande e esclarecedora verdade é que naquela semana houve dois sábados: Um cerimonial, ocorrido na quinta-feira, ou seja, o primeiro dia da grande festa dos asmos e o outro, o sétimo dia da semana, ou o sábado citado pelo quarto mandamento do decálogo divino. Assim que Jesus morreu no dia 14 de Nisã, uma quarta-feira, também considerado o dia da preparação,  foi sepultado no final deste dia, próximo ao pôr-do-sol, portanto já quase na virada para a quinta-feira, que por sua vez era o dia dos asmos, um sábado cerimonial e festivo. Foi depois deste sábado cerimonial, ou seja, quinta-feira, que as mulheres compraram e prepararam as especiarias, o que harmoniza com Marcos 16:1. Cada evangelista estava se referindo a um determinado sábado: Lucas falava do Sábado Moral e Marcos do Sábado Cerimonial!

 

Portanto, uma vez preparado o material para ungir o corpo do Senhor, o que certamente se aprontou na sexta-feira, no sábado elas repousaram conforme o preceito da Lei e no primeiro dia da semana foram cedo  primeiros minutos do novo dia -  para fazer a santa unção. Isto se harmoniza também com Lucas 23:54 e 24:1 e com Marcos 16:1, 2. Portanto, fica claro que naquela semana houve dois sábados, dissipando-se assim quaisquer possíveis dúvidas sobre o assunto.

 

Portanto, Jesus morreu na quarta-feira, foi sepultado ainda naquele dia (nos últimos minutos daquele dia), foi o Cordeiro daquela páscoa (na quinta-feira, 1º dia no túmulo, os sacerdotes foram exigir de Pilatos uma guarda). Na sexta-feira (2º dia) compraram-se as especiarias e no findar do sábado, após guardarem o Sábado moral (3º dia), foram lá e não o encontraram: havia sido ressuscitado pelo Espírito Santo. O anjo disse: Não temais vós, porque eu sei que procurais a Jesus, que foi crucificado. Não está aqui porque já ressuscitou... (Mt 28.5,6)! Três dias e três noites. Pronto!

 


Autor: Paulo De Aragão Lins


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