DESENVOLVIMENTO HUMANO ADULTO E A PROFISSIONALIZAÇÃO



Viviane Mourão de Sousa Olimpio

RESUMO

Os fatores que mais influenciam o processo de viver, de desenvolvimento humano são: aspectos socioeconômicos, políticos, culturais e religiosos. Estudos mostram elevados índices de desenvolvimento humano em regiões como Europa, América do Norte, Oceania, enquanto que na América Latina, Ásia e África predominam baixos índices. No Brasil as regiões menos favorecidas são Norte e Nordeste. O processo de viver depende da estruturação social de ações políticas efetivas e econômicas destinadas à redução das desigualdades e promoção dos sujeitos.

Palavras- Chave: Desenvolvimento humano e Profissionalização.

ABSTRACT

The factors that most influence the process of living, human development are: socioeconomic, political, cultural and religious. Studies show high levels of human development in regions such as Europe, North America, Oceania, while in Latin America, Asia and Africa dominate low. In Brazil the disadvantaged regions are North and Northeast. The process of living depends on the social structure of political action and effective economic policies to reduce inequalities and promote human beings.

Keywords: Human development and professionalization.

1 DESENVOLVIMENTO HUMANO ADULTO E PROFISSIONALIZAÇÃO

Cada indivíduo possui suas características, que os diferem uns dos outros e seu próprio ritmo de desenvolvimento. A singularidade do ser humano e que foge a padrões pré-estabelecidos é que produz avanço, o progresso e a mudança. Segundo Piaget, "é o desequilíbrio que gera o desenvolvimento, pois, este, é uma equilibração progressiva uma passagem contínua de um estado de menos equilíbrio para um estado de equilíbrio superior". No entanto, as condições de viver humano não dizem respeito apenas a opções individuais, pois, os seres humanos historicamente vivem em sociedade, em um mundo globalizado, com grandes desigualdades e perfis epidemiológicos complexos.

Nesta sistemática estão inclusos os valores individuais e os coletivos que influenciam as escolhas pessoais e as regras de convivência social. Estes valores são fortemente influenciados por determinantes políticos, econômicos e Sociais.

Dentro desta perspectiva pode-se entender porque, sob a hegemonia do modo de produção capitalista, acentuam-se cada vez mais conflitos religiosos, políticos e econômicos.

2 O PROCESSO DE VIVER NA SOCIEDADE ATUAL NA ERA DA GLOBALIZAÇÃO

O processo de viver é um contínuo aprendizado, que se inicia desde o nascimento até a morte e sofre interferências dos hábitos diários, além dos aspectos políticos, sociais e culturais.

No mundo globalizado uma maior parte da sociedade sofre, pois, o capitalismo é selvagem, esmagador e excludente, seu principal alvo são as classes menos favorecidas da sociedade, que recebem saúde, educação e trabalho em condições extremamente precárias. Mesmo pagando quatro meses de sua remuneração em impostos ao governo não recebem dignamente pelo que pagam.

No Brasil observam-se índices altos de desempregos; doenças decorrentes do sedentarismo e/ ou profissões, de má alimentação; escolaridade baixa, além de desqualificação profissional.

A globalização exige que os profissionais se reciclem constantemente, para garantirem suas vagas no mercado de trabalho, daí a dificuldade de pessoas de baixa renda sem um subsídio do governo, fazerem parte deste quadro.

Um dos marcadores da qualidade de vida da população mundial é o índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o qual enfoca três dimensões que são: vida longa e saudável, educação e padrão digno de vida. Liderando o ranking em primeiro lugar a Noruega com índices de 0, 963, e os piores com índices de 0, 348 em Guiné- Bissau, 0, 317 em Burkina Faso e 0, 281 na Nigéria em função do contexto Social, político e econômico deste continente.

Este IDH mede o nível de desenvolvimento humano dos países utilizando como critérios indicadores de educação (alfabetização e taxa de matrícula), longevidade (esperança de vida ao nascer) e renda (PIB). O índice varia de zero (nenhum desenvolvimento humano) a um (desenvolvimento humano total). País com IDH até 0, 499 tem desenvolvimento humano considerado baixo, os índices entre 0, 500 e 0, 799 são médios e com IDH superior a 0, 800 são considerados altos.

Segundo dados da United Nations Development Programme (UNDP), o Brasil situa-se na 63ª colocação no ranking mundial de 177 países avaliados, com índice médio de desenvolvimento humano de 0, 792 localizado entre a Rússia e a Romênia. Em relação à macro- regiões, o Sul do Brasil (0, 844), possuem o melhor índice e o Nordeste (0, 548), o menor. Este fato se dá pela extensão do território, deferentes localizações em relação aos trópicos e especificidades geográficas, de cada região, diferenças climáticas, de concentração da economia, processo de industrialização e de acesso à educação e a saúde constituem-se em alguns dos fatores que acentuam estas diferenças.

Em Setembro de 2000 líderes do mundo inteiro, preocupados com as grandes questões globais, se reuniram na sede da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York, durante a Cúpula do Milênio para discutir questões como erradicação da pobreza extrema e a fome, alcançarem o ensino primário universal, promoverem a igualdade de gênero e capacitar às mulheres, reduzir a mortalidade de crianças, assegurarem a sustentabilidade ambiental dentre outras questões, promovendo uma parceria mundial para o desenvolvimento até 2015.

A base do Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) é o conceito de Desenvolvimento Humano que parte do pressuposto de que para aferir o avanço de uma população não se deve considerar apenas a dimensão econômica, mas também outras características sociais, culturais e políticas que influenciam a qualidade de vida humana.

Segundo Leff (2001), com o imperativo de conseguir uma vida digna para a raça humana, coloca-se o propósito de promover um desenvolvimento orientado pelo conceito de qualidade de vida:

A qualidade de vida emerge como o supremo valor normal de nosso tempo (...) o que implica que em nenhuma das atividades e motivações do homem tentar-se-á sujeitar aos mecanismos da uniformidade, da repetição ou da necessidade lógica, nem aos imperativos da produção e do rendimento, a singularidade própria e incomparável dos seres vivos, sua iniciativa e sua espontaneidade criadora. Talvez o valor qualidade de vida possa hoje ser aceito pela primeira vez na história com caráter eficazmente universal e não como vaga aspiração humanitária, pois pela primeira vez o homem acedeu a uma tomada de consciência global da espécie humana, podendo desta forma sentir-se responsável diante dela e proporem-se objetivos concretos e práticos que afetam toda a humanidade. Graças às conquistas da técnica, e de modo especial aos avanços dos meios de comunicação social, este reconhecimento é hoje muito mais real do que nunca, mas também mais dramático, menos idealista, pois nos defronta com a triste constatação de que a humanidade em seu conjunto está mal organizada, está desperdiçando suas potencialidades e degradando as condições de sua existência e (...) alterando os equilíbrios mais elementares de sua sobrevivência (BLANCH, 1981 apud LEFF 2001, p. 91).

Para tanto, se faz necessário um, novo olhar, voltado para a redução da pobreza que está pautada no desenvolvimento de políticas sustentáveis, de educação, saúde, respeito ao meio ambiente e principalmente, acesso a profissionalização e ao trabalho que garanta uma vida digna, sem exploração a riscos ocupacionais

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O processo de viver está relacionado às questões econômicas, políticas, sócio-culturais e históricas. O modelo capitalista com ênfase na produção, consumo e lucro constitui-se em um dos complexos cenários de viver humano. Este influencia as diversas dimensões da vida, seja no biológico, social e profissional em cada etapa da vida, gerando impossibilidades de movimentos para mudanças.

O desafio atual está em repensar um modelo de re-organização do processo de viver no planeta de buscar na coletividade novas formas de exploração sustentável da natureza, diferentes modelos políticos e econômicos, para erradicação da pobreza e inclusão social, através de cursos de capacitação e educação digna a toda a sociedade, desde o período da infância.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LEFF, Enrique. Saber Ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. Enrique Leff; tradução de Lucia Mathlde Endlich Orth- Petrópolis; RJ: Vozes, 2001.

SILVA,Luiz Anildo Anacleto et al. UM OLHAR SÓCIO-EPIDEMIOLÓGICO SOBRE O VIVER NA SOCIEDADE ATUAL E SUAS IMPLICAÇÕES PARA A SAÚDE HUMANA. Florianópolis, 2006.


Autor: Viviane Mourão


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