Nós, as mulheres!



Nós, as mulheres!

                E mais uma vez, 8 de março, dia internacional das mulheres. É dia de relembrar nossas companheiras que lutaram por justiça social e liberdade. Dia de homenagens e discursos, exaltando nossa capacidade de sermos desdobráveis.

                Hora de se parar para pensar no que fizemos contra nós mesmas: De rainha do lar, passamos a um leque de atribuições e facetas.

                Buscamos igualdade, queríamos votar, escolher o marido, trabalho e remuneração qualificados, exatamente como acontece para os homens. Hoje,  somos profissionais, esposas, matrizes, acompanhantes, enfermeiras, motoristas dos filhos, babás, lavamos, passamos e o escambau.

                Tudo como era antigamente e mais um pouco! Quem abre a porta do carro para descermos carregadas de sacolas? Quem nos dá o lugar no ônibus ou na espera do dentista? Quem nos dá a vez na fila do cinema? Ao transpormos uma porta? Quem nos dá a vaga no estacionamento? Burras! Burras que fomos!

                Se facilitarmos, acabamos nós por fazer por eles tudo isso, porque, apesar de tudo, o que não nos tiraram foi a capacidade de nos enternecermos, de sermos suaves e delicadas, atenciosas e elegantes.

Apesar de nossas jornadas duplas, triplas, de trabalho, ainda temos tempo para cultivar o amor, o romantismo, a meiguice e o carinho.

                São muitos os deveres e poucos os prazeres, e para administrarmos isso, temos que ter equilíbrio para fazer do limão, uma limonada

                Quanto mais adentramos no universo masculino, maior o conjunto de obrigações e responsabilidades. Entretanto, que força estranha é essa que nos permite ser  mil em uma?

                Não deve ser por acaso que nosso dia seja em março, mês das águas, mês da harmonia com o universo.  Devem ter escolhido este mês por sermos tão semelhantes às águas: Profundas e misteriosas, no entanto, tão leves. Tão tranquilas e, repentinamente, agitadas quanto fecundas e protetoras.

                Nossa capacidade de perseverar é como as ondas na praia, seu ir e vir tão manso e natural. Somos graciosas como seus requebros e manejos, exercendo incontestável sedução. Afrodite nasceu das espumas do mar e como nós, acredita poder transformar tudo através do amor.

Somos o equilíbrio no Cosmos: Desde a antiguidade, na realeza quanto na plebe, as mulheres são elos de união com o Cosmos e exemplos de força e grandeza que se perpetuam pelos séculos na perenidade do tempo.

                Somos o Santo Cálice (Santo Graal), como se percebe através da taça invertida  nosso centro reprodutor, símbolo da fertilidade e da vida.

Somos mulheres repletas de luz que irradia com as diferentes faces da alma feminina: somos guerreiras e doces, dóceis e felinas, mulheres de fases lunar. Ser sagrado que gera e nutre a vida com amor. Somos Vênus, temos o pentagrama como símbolo pelo movimento geocêntrico. Nossos braços, sempre em forma circular, abraçam o mundo e os que nele estão.

Esse é o nosso papel: Deusas, Mãe Terra, Lua, Natureza, somos divindades unindo o humano com o Universo.

               

 

 

 


Autor: Lucia Czer


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