Percepção



 

Silêncio na rua que vem de longe e passa debaixo da minha janela.

Nem um só assobio para cortar a monotonia de dias tão iguais.

Até as árvores me assombram como estátuas de mármores esquecidas aqui e ali.

 

Também eu estou passando como o vento...

SILENCIOSAMENTE!

Também eu falo baixinho para não acordar desejos!

Também eu sigo uma trajetória que um outro alguém desenhou para mim.

Escorrego, deslizo e vou!

 

Que seria a vida se não fosse esse medo de reinventar destinos?

Quem seria eu afinal se não fossem esses outros tantos não-eu?

Seria poeta, louco, santo ou pecador?

 

 

Ou simplesmente o que recolho quando fecho a janela e trago o mundo para esta minha poltrona desbotada esquecida no canto da sala?


Autor: Nara Junqueira


Artigos Relacionados


Nova Primavera

Encantamento

About Me

Quando Escrevo

A Dois

Passarás

Louvor à Gaia