RUAS LARGAS (Um tributo a Brasília)



Em ruas largas, muito largasDonde o horizonte se avistaDuas metades que ladeiam duas listrasSepulcro de idéias vagas.

Templo mortífero de meros idiotasNinho de abutres poliglotasRampa que senda ofídicaReino da sagrada perfídia.

Ruas largas e desertasAonde meus passos alcançamDonde eu vejo a turba mansaCantar a hora e a vez do alerta.

Reino, que no afã, ignoraO avanço da fome em prelúdioRuas largas, onde o concílio mora,Valas... valas em valas eflúvio.

Templos em volta do temploQue o vento volta a marcar o tempoTemplos, tempo, tempo de nódoasMarcas vivas da soberana horda.

Ruas largas, entrelaçadasQuadras contadas em contos e versosMorada eterna de rudes perversosEterna residência de fábulas malvadas.


Autor: Ubirajara Gomes De Sá


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