Papel do Tutor nas Metodologias Ativas (Resumo).
Edson Arpini Miguel
Sérgio Lopes
Sérgio Buchewitz
Francismar Prestes Leal
Antônio Fiel Cruz Júnior
Faculdade INGÁ-UNINGÁ.
INTRODUÇÃO: O curso de medicina da Faculdade Ingá tem em sua estrutura
um modelo curricular que comporta disciplinas centradas no aluno
concomitantemente com disciplinas estruturadas nos moldes de um curso
tradicional. Em nossa matriz curricular estão descritas atividades
centradas no estudante, uma delas é o Seminário Integrador (modelo
tutorial em pequenos grupos e com problemas de papel).
OBJETIVO: Analisar o papel do tutor nestas atividades de metodologias
ativas.
METODOLOGIA: Descrição de experiências nas disciplinas de atuação.
RESULTADOS: Trabalharmos com grupos de no máximo doze alunos para cada
docente, que ao assumir a disciplina de Seminário Integrador recebe um
treinamento básico sobre o estudo em pequenos grupos, além de
atividades práticas como assistentes de tutoriais. Concomitantemente,
são disponibilizados materiais correlatos quanto ao mecanismo de
funcionamento da disciplina e dinâmica do estudo em grupo. Após 18
meses de funcionamento, as principais dificuldades encontradas são
relacionadas à condução do processo, onde a tendência do tutor é de
interferir demasiadamente nas discussões, tornando-se o centro da
discussão, papel que deve ser reservado ao aluno, mudando o conceito do
projeto inicialmente pactuado, onde a participação do mesmo deve ser
estritamente de facilitador das discussões. Nossa experiência durante
a primeira série do curso foi com cinco tutores não médicos. Embora
pouco experientes nesta estratégia de ensino, a dinâmica proposta teve
bom aproveitamento quanto à abrangência e profundidade dos conteúdos.
Durante a segunda série do curso, nossos tutores são médicos, em número
de quatro, que tem em sua vida profissional várias especialidades
clínicas. Se por um lado o médico, muitas vezes, detém conhecimentos
que podem acrescentar no aprendizado, o objetivo deste momento e neste
modelo é a busca por informações de forma individual após a sessão
inicial, onde são formuladas as questões pertinentes sobre as
necessidades de saúde do caso em questão.
LIÇÕES APRENDIDAS: Neste momento sentimos, entre as várias dificuldades
para a aplicação do método, que o acompanhamento da interferência do
tutor deve ser cuidadoso, evitando que o mesmo ultrapasse a condição de
moderador do grupo. É bem provável, que interfira nesta dinâmica a
própria formação destes médicos, sua experiência prévia na docência ou
de atividades profissionais. Cabe a ressalva que os próprios alunos, se
não estiverem engajados neste processo de ensino-aprendizagem,
estimulam esta condição do tutor. Parece-nos que a grande dificuldade
por parte dos docentes, ainda está na quebra do paradigma de permitir
que o aluno seja o centro do processo de aprendizagem.
RECOMENDAÇÕES: Acreditamos que o trabalho sistemático e continuado
centrado sobre este tema tenha aprimorado a atuação
destes docentes-tutores em nossa Instituição.
Palavras-chave: Tutor. Metodologias ativas.
REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MÉDICA
33 (2 Supl. 2): 2009, p. 6.
Francismar Prestes Leal
Autor: Francismar Prestes Leal
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