Uma questão de desenvolvimento Humano ou uma questão punitiva?



Introdução

No entanto, como só consigo ver desenvolvimento institucional através do desenvolvimento das pessoas que trabalham na instituição, vejo a avaliação como um instrumento de desenvolvimento humano. Mas quero tentar ir mais longe, apresentando aqui novas idéias acerca desta relação, mostrando não só que avaliação é duplamente uma questão de desenvolvimento humano.

Sendo assim, competitividade, palavra que vem marcando e fortalecendo a famosa onda da globalização, esta por sua vez, que vem destruindo organizações despreparadas e ao mesmo tempo construindo impérios. Impérios fundamentados em Produtividade, Flexibilidade, Agilidade e Qualidade. Princípios que devem fazer parte de toda instituição que deseja perpetuar no mercado.

O objetivo deste artigo é de trabalhar apenas o critério de avaliação de Qualidade, realizando uma analogia entre as avaliações do modelo preconizado pelo Prêmio Nacional da Qualidade  FPNQ nas organizações e os critérios de avaliação e aprovação dos alunos em instituições educacionais.

·Qualidade X Quantidade:

Para atingir a Qualidade X Quantidade é necessária a mobilização de toda a organização, do mais alto nível estratégico ao mínimo detalhe operacional e do fornecedor ao cliente. Todos os sistemas técnicos, gerenciais e pedagógicos da empresa são envolvidos, incluindo, por exemplo, os sistemas de normas e padrões, toda a administração de recursos humanos por diante. Esta mobilização só é possível com o envolvimento diário e total das lideranças da empresa para objetivo estratégico da qualidade.

O que não deve existir é um pensamento único em quantidade, ou seja, elaborar todas as estratégias visando apenas o maior número possível, ou melhor, a meta a ser alcançada a qualquer preço, pois, a medida que o resultado é alcançado, a qualidade pode estar sendo perdida. Como por exemplo, essas faculdades novas no mercado: vestibulares acontecem durante o ano todo, preços acessíveis aos clientes, muitos desses cursos oferecidos não são reconhecidos pelo MEC, sem contar na avaliação desses cursos através do Provão, pois na verdade nem sabemos quem são avaliados professor/aluno/instituição, quais critérios usam para avaliação? Alcançar o maior número de alunos é o objetivo maior, e a qualidade do ensino ficou à segundo prazo.

A base fundamental da qualidade total está em considerar uma empresa um sistema aberto. Se a empresa é um sistema, todas as partes são interligadas e afetam umas às outras. A conseqüência principal desta consideração que é impossível uma empresa produzir algo com qualidade se não existe o envolvimento de toda a organização nesta tarefa. Qualidade é portanto a tarefa de todos.

·Qualidade e Desenvolvimento:

Abusca da qualidade deve ser encarada como um processo contínuo e permanente, em busca de um estágio cada vez mais completo de ofertar condições que garantam a plenitude da satisfação dos clientes. Este processo contínuo deve vir de cima para baixo, partindo da cúpula diretiva da organização. Para ser posto em prática, deve envolver todas as pessoas, todas as áreas de atividades e apoiar-se na crença de que todas as atividadestêm em si um desafio escondido: sempre poderão ser feitos de uma maneira melhor do que hoje existentes.

* Qualidade e Humanidade:

Transformações positivas a serem processadas nas pessoas em suas formas de pensar, de agir e de se comportar com referência `a qualidade e à sua busca. Em outras palavras, educação para a qualidade significa preparar as pessoas para se inserirem a sua contribuição para atingi-la em alta escala, pois acreditam nelas e estão convencidas de seu valor e de sua importância para a obtenção de resultados.

Através da busca simultânea da eficácia e da eficiência. Eficácia pelo direcionamento dos esforços para a consecução dos objetivos estabelecidos. Eficiência pelo aprimoramento dos processos de trabalho, buscando o uso ótimo dos recursos disponíveis.

Portanto, o conceito de Qualidade sempre estará associado à avaliação, que por sua vez, estará ligada ao avaliador. Na realidade, o conceito de qualidade é operacionalizado mediante a definição do objeto a ser avaliado, do avaliador e seus motivos e de seu método de avaliação. A multiplicidade de resultados de avaliação decorrentes do método de avaliação empregado tornam a avaliação um processo passível de abordagens que variam do extremamente quantitativo para o extremamente qualitativo.

Diariamente estamos sendo avaliados, seja em qualquer circunstância: pelas pessoas que convivemos, no trabalho, na escola, enfim, todas nossas atitudes e reações de alguma maneira estão sendo avaliadas.

Definimos que avaliação é julgar, é determinar o valor com base em uma escala de valores com objetivo de se tomar decisões. Os resultados dos instrumentos usados para medir devem ser interpretados em termos de estar avaliando, fazendo julgamento em base de critérios estabelecidos, no qual é possível detectar falhas que possam ter ocorrido no processo ensino-aprendizagem e, portanto serem corrigidas.

Avaliação é um instrumento de melhoria, é um campo cujo domínio é disputado por diversas disciplinas e práticas sociais de distintos lugares acadêmicos, sociais e políticos, não sendo uma disciplina autônoma que se encerra nela própria, necessita de uma pluralidade de enfoques e a cooperação ou a concorrência de diversos ramos do conhecimentos e de metodologias oriundas de várias áreas.

Atualmente, o campo de trabalho gera muita competitividade, sendo assim, quem tem o poder da avaliação pode se esquecer que a mesma é fundamental para o processo Institucional. Por outro lado, o avaliado por não ter o domínio do processo avaliativo, também se esquece ou não compreende que a avaliação não é um caminho de mão única, ou seja, pessoal, pois ele também pode ter o poder da avaliação, porém, em pontos diferentes.

A verdade é que nós não gostamos de ser avaliados, pois definimos e associamos que avaliação acontece em forma de punição, modelos independentes e delimitados. Podemos citar como exemplo: o cotidiano escolar, há impregnação dos rituais aos quais professores e alunos se submetem despercebidamente ou incorporam na cultura escolar o "ritual de provas".

"Camargo ( 1996 ) apresenta as representações dos alunos do curso de Pedagogia, traziam consigo de suas experiências escolares, descreve que a marcação do dia de prova fazia parte do início do ritual do suplício dos alunos, alterando a relação entre professor/aluno e provocando mudanças no estado emocional dos alunos." O pânico da nota baixa e reprovação do ano letivo.

A prática de avaliação é constituída por esses momentos pela avaliação formal e informal de maneira punitiva, ou seja, "não estudou, não aprendeu, a nota será abaixa conseqüentemente repetirá o ano". A avaliação está presente em toda a vida escolar do aluno e professor, além de marcar as práticas pedagógicase as organizações das relações escolares. Nas práticas rotineiras, os educadores não costumam pensar que na avaliação como conceito geral pode haver relações, sentidos e intencionalidades que pouco ou nada têm a ver com a questão das aprendizagens e da formação humana, isto é, não apresentam intencionalidade educativa.

Como exemplo o provão do MEC, onde torna-se um instrumento central de sua gestão, de sua concepção de educação superior: autonomia/avaliação/qualidade. As reformas na educação superior corresponde a autonomia de mercado. É uma autonomia que se refere à flexibilização e liberação dos processos, facilitando a criação de novos cursos , sendo assim, avaliação é a contrapartida da autonomia, não é algo construtivo.

A avaliação deveria ser vista de maneira "normal" , pois permite a reflexão sobre o que se está fazendo, ajuda a compreender o que ocorre na organização, favorece a organização e a participação, permite tomada de decisão, impede o contratempo, permite corrigir os erros entre outros pontos favoráveis. Avaliação, em um sentido amplo, é uma atividade que faz parte da vida humana e está presente no cotidiano dos indivíduos. O fato é que antes mesmo da institucionalização das escolas, a avaliação já era praticada para fins de seleção social. Com efeito, avaliação está à questão de escolhas, e a seleção social é tão naturalmente adquirida ela que passa como constituinte de sua essência.

É importante esclarecer que a visão de ESCOLAe EMPRESA não são duas áreas distintas, no qual devemos ter posturas e tomadas de decisões diferentes, não devemos esquecer que ambas visam resultados e esses resultados refletem nas satisfações dos clientes, onde não devemos esquecer que os clientes das escolas são os alunos/pais.

Desta forma, há um claro senso de direção quanto aos rumos do negócio da organização, promovendo o engajamento e comprometimento das pessoas. O planejamento deve ser voltado para o sucesso ao longo prazo, bem como para resultados no presente, sem comprometer o futuro em função de ganhos no curto prazo. A organização com visão de futuro planeja, pensa e aprende formando sucesso em suas atividades .

A valorização das pessoas leva em consideração a diversidade de anseios e necessidade que, uma vez identificados, utilizados na definição das estratégias, promovem o desenvolvimento, o bem-estar e a satisfação da força de trabalho, a atração e retenção de talentos humanos, bem como um clima organizacional participativo e agradável, possibilitando o alcance do alto desempenho da organização e o crescimento das pessoas

Portanto, essa imagem que possuímos de avaliação, deveria ser recebida através de formas mais amiga, criativa, construtiva, ou seja, sempre estabelecendo uma visão participativa entre o grupo, ao invés de punitiva. Quem avalia está no PODER.

Cuidado, você poderá sofrer as conseqüência!

Embora, muitas pessoas não se deram conta que PODER não é forma de avaliare muito menos de possuir o sucesso, é necessário persistência e sabedoria, para conseguir lidar com essa diversidade de pensamentos e idéias.

Considerações Finais

Tendo como base o parecer acima, temos de estar sempre buscando melhorar as organizações, tornando-as em instrumentos mais eficazes para o atendimento das necessidades humanas. O motivo disso é que as organizações, dessa forma ou de outra, sempre estarão presentes em nossas vidas. As organizações devem ser flexíveis e suscetíveis de ajuste periódicos em função das mudanças ocorridas no ambientes.

Portanto, a avaliação é necessária para que se tenha uma organização de trabalho e a estrutura de cargos são definidas e implementadas, de forma a : promover a flexibilidade em relação às características do negócio e das pessoas, a pessoas, a respostas rápidas, o aprendizado e oportunidades para que as pessoas desenvolvam a iniciativa, criatividade, a inovação e todo o seu potencial, individual e em equipe. Descrever o grau de autonomia dos diversos níveis de pessoas da força de trabalho para definir, gerir e melhorar os processos da organização.

Referências Bibliográficas:

FREITAS, Luiz Carlos .Avaliação Construindo o Campo e a Crítica. Ed. Insular.

Critérios de Excelência  2003 -


Autor: Mirian Bossolani Xavier


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