Projeto Político-Pedagógico e participação na escola



 quando se fala na questão teórica, é importante definir essa ação como uma busca teórica preocupada em não apenas conceituar o documento, mas dialogar com as teorias educacionais e as práticas concretizadas, sob o propósito de extrair significado e essência, criando um discurso que demonstre a pertinência da mudança em face às discussões decorrentes na escola. Nesse prisma, o PPP é muito mais que o cumprimento de ações voltadas para o registro de possíveis ações a serem desencadeadas no cotidiano da escola, sinalizando, portanto, uma forma de intervenção na escola, acompanhada pela utopia da mudança, o que pode ser focado no ponto de vista de Veiga (2007) e Libâneo (2004). No entanto, para atingir os pilares da mudança, a gestão da escola deve romper com ações que fragmentem a participação do todo, devendo ocorrer a descentralização do poder, fazendo um chamado à participação, de modo a contornar os nortes necessários que atribuam ao PPP o teor instrumental de uma gestão democrática apta a discernir que é chegado o momento de fazer da escola um espaço de participação em que pais, alunos, funcionários e comunidade externa a ela, sintam-se convidados a decidir os seus rumos. Nesse sentido, a expressão participar, em sua essência, não condiz com uma prática em que as pessoas sejam convidadas a compor quorum para reuniões desgastantes, as quais ocorrem dentro de um caráter esporádico, voltado a informar decisões previamente estabelecidas, devendo, portanto, validar o sentido de se estar ali, naquele espaço, de modo a refletir, em sua essência, o significado do envolvimento. Em suma, o avanço dessa idéia deve primar por uma organização escolar além dos aparatos que a definem enquanto espaço em que só o educando é quem aprende, mas onde todos os envolvidos sintam-se sujeitos predispostos a recepcionar novas aprendizagens, daí a constatação de que as pessoas têm um potencial a ser desenvolvido, por isso, podem se tornar co-responsáveis pela intervenção necessária às ações que escreverão uma nova história para a instituição, de modo a construir a sua identidade social. ReferênciasFREITAS, Lourival C. de. Mudanças e inovações na educação. São Paulo: Edicon, 2005.LIBANEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: teoria e prática. Goiânia: Editora Alternativa, 2004.VEIGA, Ilma Passos. Projeto político pedagógico da escola: uma construção possível. Campinas-SP: Papirus, 1997.
Autor: Lídia S. C. Ribeiro


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