(In)disciplina na sala de aula: do pensar ao fazer docente
atribuir um conceito para disciplina está intrinsecamente relacionado a um amadurecimento de visão sobre o que se considera indisciplina. Não somente os teóricos deverão ser consultados embora seja seus discursos, o referencial para se conhecer a realidade. Porém, é preciso conhecer o que os alunos interpretam sobre ser disciplinado ou não, uma vez que a visão formalizada no seio familiar e/ou em outros contextos, pode se contradizer à visão defendida em sala de aula.Interessa registrar, que para obter resultados seguros sobre uma intervenção nesse nível, é preciso, ainda, averiguar se os professores, em meio às situações geradoras de indisciplina, conseguem detectar as deficiências que os alunos apresentam em sala de aula, a fim de que possam construir alternativas para trabalhá-las. Situação essa, que exige do professor, tecer madura análise sobre as técnicas avaliativas empregadas tanto sobre o desempenho escolar dos alunos como do próprio trabalho que desempenha, na busca de construir bases sólidas se estas contribuem ou não para a preservação da disciplina na sala de aula.Fazer prévios levantamentos sobre a vida extra-escolar dos alunos, também contribui para o equilíbrio necessário de situações diversas que geram a indisciplina em sala de aula, como, por exemplo, se o contexto sócio-econômico é um fator que interfere nas atitudes disciplinares dos alunos, os conflitos familiares (histórico familiar), uma vez que tais áreas podem ocasionar problemas que interfiram no processo disciplinar da sala de aula.E, colocando como uma última situação em análise embora ressalta-se que o assunto por aqui não se esgota , deve-se examinar os níveis de integração entre as partes competentes que criam o universo escolar propriamente dito, quanto ao empenho em explorar mais o assunto, em planejar, analisar, discutir, avaliar e executar ações à altura das exigências que o caso requer. Assim o fazendo, fica explícita a visão de que a escola é um corpo cujos membros, independentemente da posição ao encargo que cada ente profissional ocupa deve trabalhar com vistas à coletividade, dentro de uma dinâmica que inclua desde a psicopedagogia, à orientação educacional, coordenação pedagógica, gestão, professores, pais/responsáveis, alunos, comunidade ao sistema gerencial maior. Sem eles, a escola não existiria, uma vez que eles são os protagonistas do grande processo de empreendedorismo que a escola evoca para os dias atuais, em face às exigências que nela decorrem.Em suma, cabe assinalar, que a tarefa de trabalhar situações geradoras de indisciplina implica na construção de uma nova sala de aula, portanto de uma nova escola, o que supõe a construção de um novo profissional, predisposto ao experimento de situações complexas e difíceis, porém de extrema urgência. No entanto, é importante lembrar, que os resultados advindos deste trabalho necessitam de tempo para se concretizar, porque a mudança não vai ocorrer de imediato, é um processo que exige leituras geradoras de iniciativas, formalizando aproximações sucessivas, sendo importante valorizar os passos dados, por menores que estes forem, sob a atitude de que, quanto mais participativo for o processo, mais crescem as possibilidades de dar certo.
Autor: Lídia S. C. Ribeiro
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