A FORÇA DA MULHER



Normal 0 21 false false false PT-BR X-NONE X-NONE MicrosoftInternetExplorer4 /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Tabela normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-priority:99; mso-style-qformat:yes; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-para-margin-top:0cm; mso-para-margin-right:0cm; mso-para-margin-bottom:6.0pt; mso-para-margin-left:35.45pt; line-height:115%; mso-pagination:widow-orphan; font-size:11.0pt; font-family:"Calibri","sans-serif"; mso-ascii-font-family:Calibri; mso-ascii-theme-font:minor-latin; mso-fareast-font-family:"Times New Roman"; mso-fareast-theme-font:minor-fareast; mso-hansi-font-family:Calibri; mso-hansi-theme-font:minor-latin;}

A esse facetado ser

 

Desde os primórdios a mulher se alvorota com a sociedade, buscando seu espaço. A insurreição de 1857 foi apenas uma gota dágua nessa luta milenar. A mulher que em muitas sociedades é tida como mera reprodutora, sem o direito de participação nem mesmo na educação de seu rebento, nos últimos tempos, vem se revelando uma verdadeira heroína, encontrando a duras penas seu lugar de direito universal.

Hoje, uma mobilização mundial se agrupa, confirmando tendências de igualdade entre os sexos, e os homens machos de bom senso têm aderido a esses conceitos, os tomando por justiça, legais.

Sempre que abordo esse assunto, tento fazer um paralelo da força da mulher com as forças indomáveis da água e do vento. Vejo a mulher  suave como uma brisa que se alarga mansa e envolvente a nos acariciar a pele nas manhãs ternas da primavera, nos envolvendo e perfumando com o aroma das flores silvestres. Tem ela também a maciez da água com seu poder penetrante e penetrável, que desliza serena e pacifica, no regato manso e sossegado, e vai vitalizando a relva fresca que o margeia.

Essa mesma  brisa que refresca nos dias de primavera, que nos acaricia o rosto com seu toque mágico, tem o poder de produzir com seus elem, elementos, tempestades e furacões, capaz de remoer qualquer obstáculo que se anteponha em seu caminho. E essa mesma água que desliza mansa no regato, tem também força bastante para lançar enxurradas devastadoras, com capacidade de transformar  em escombro qualquer estrutura.

Assim é a mulher que com toda sua magia feminina, com todo seu ar de fraqueza, com toda a meiguice que lhe é simbólica, quando tolhida  em seus direitos, quando ferida em seus brios. Desce de seu altar de mesuras e carinhos, e parte célere em sua defesa. O feminino, a fêmea, a delicadeza e todos os atributos que a condiciona a uma visão dócil e frágil; toma outra forma, e mostra seu lado intenso. É nesse momento crítico que ela incorpora uma guerreira, uma combatente audaz, expondo todas as suas certezas. Intensa e poderosa, se revela forte e potente, quando se ver  lesada no que lhe é justo. Nela se ergue um castelo potente e bem fundamentado, uma fortaleza em proteção a sua luta pela liberdade. Essa fortaleza guarda uma fúria insigne, expressa em sua dedicação, tal qual de uma fêmea irracional, que, para defender sua cria torna inexpurgável a sua  toca.

Quando uma mulher se dispõe a fincar trincheiras em defesa de seus princípios, seus atos tomam dimensões colossais, sua obstinação pela Igualdade não se mede. Apesar de sua árdua luta em prol desse intento, só agora, bem ai, no século vinte, tem se consolidado algumas  conquistas. Hoje, em nossa sociedade ainda machista, já se sente acanhados avanços, mas, um caminho se forja para uma total e definitiva igualdade.

Esse pequeno progresso se deve a pertinácia e porfia da própria mulher, que foi capaz de volver barreiras com base solidam edificadas pela intransigência machista ao longo dos séculos. Mesmo com tanta valentia revelada,  temos que ressaltar aqui a sua generosidade, que sabedora de sua capacidade de persuasão, não alimenta o sentimento da vingança, pois o único legado cobrado por suas conquistas, se restringe em culminar com o homem duma vida participativa, justa e igual.    Cobra pouco, uma igualdade sem restrições, mas, com tráfego livre nas diferenças. Como pode ser igual e diferente ao mesmo tempo? Essa pergunta os que me lêem hão de fazer, observem então como poder-se-ia viver dessa maneira. Quando a mulher fala de igual, está ela dizendo do lado social  em si, na concessão de tarefas, no direito a decisões, no caminhar e crescer juntos. Já o diferente está ela referindo-se ao lado sentimental, onde ela espera uma verdadeira cumplicidade, com criatividade, com fidelidade, e uma relação intensa e produtiva, sem que nenhuma das partes perca a sua identidade, deixando fluir instintivamente as condições de macho e fêmea, que lhes são pertinentes. Pois ela continua sendo a mulher instintiva, dócil e carinhosa, terna e atraente alusiva e transigente. Mas, deseja ela também que seu homem seja o cavalheiro sonhador, o pujante macho que doma, o afetuoso amante que lhe afaga, e o seu intrépido protetor.

Se avaliarmos cuidadosamente as prerrogativas femininas, descobriremos serem elas de igual teor das masculinas, assim sendo, presumo não está tão longe o dia em que os dois possam viver pacificamente em igualdade. 


Autor: Francisco Sobreira


Artigos Relacionados


Feliz

Gente

Nem Sempre A Carne

Radiopoesia

Pobre HeranÇa

A Seara Das Saras

A Realidade