Chuva fina



Chuva finaEsse dia chuvoso assim me faz voltar para mim Sempre que o tempo se fecha e se torna sombrio o meu recolhimento se faz necessário até do rosário eu me lembro e por um momento me ponho a rezar É como se o dia sem Sol e a noite ainda mais escurame exarcebasse a ternura que tenho no coração E na chuva que cai lentamente qual lágrimas macias numa face triste vejo uma mensagem celeste que em dias comuns inexiste como um pedido de prece um convite à introspecção É que o mundo está por demais acelerado os nervos andam extremamente exaltados e poucos prestam atenção no vazio que fica na falta absoluta de contemplação Aí Deus manda uma chuva fina ininterrupta mas que nada lembra aquela abrupta e torrencial É como se o Criador dissesse que é na mansidão que o amor acontece e como a chuva fina e suave o amor deve ser leve para adubar um continente inteiro e fazer nascer na terra mais árida a sementinha da compreensão da boa vontade e de tudo genuinamente verdadeiro assim como uma carícia infantil sem nenhum alarde Essa chuva fria esse quê de nostalgia pode até despertar a tristeza mas me traz de volta pra mim me coloca de novo nos trilhos me põe novo brilho no olhar Me sinto de alma lavada até mesmo expurgada de tantas inquietações Lá se vão os lamentos e a ansiedade também se esvai a vontade é só de abraço de tudo envolver num grande laço em que todos os afetos possam entrar Enquanto a chuvinha miúda persistir as minhas cores serão sempre amenas nada de tons fortes nem sons que não sejam sussurrantes E quando ela (a chuva) passar aí terei o arco-íris com cores vibrantes alegres e passionais que também serão bem-vindas depois desse apagão circunstancial para o mundo lá de fora que uma chuvinha despretensiosa pôde provocar
Autor: Amarília Couto


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