MODO DE ORAR
MODO DE ORAR
É interessante como algumas pessoas comentam sobre a Doutrina Espírita, sem coinhece-la de maneira mais profunda. Uma das afirmações que me deparo vez por outra é a de que o espírita não ora. Muito bem. O leitor mais atento abservará que o Capítulo 28 de "O Evangelho Segundo o Espiritismo" é todo dedicado a prece. Ele denomina-se "Coletânea de Preces Espíritas" e lá podemos encontrar preces para praticamente todos os momentos. São elas:
1 ? Preces Gerais
Orações Dominicais
Reuniões Espíritas
2 ? Preces Pessoais
I ? Aos Anjos Guardiões E Aos Espíritos Protetores
II ? Para Afastar Os Maus Espíritos
III ? Para Corrigir Um Defeito
IV ? Para Resistir A Uma Tentação
V ? Graças Por Uma Vitória Sobre A Tentação
VI ? Para Pedir Um Conselho
VII ? Nas Aflições Da Vida
VIII ? Graças Por Um Favor Obtido
IX ? Submissão e Resignação
X ? Diante De Um Perigo
XI ? Ao Escapar De Um Perigo
XII ? No Momento De Dormir
XIII ? Prevendo A Morte Próxima
3 ? Preces Pelos Outros
I ? Pelos Que Estão Em Aflição
II ? Graças Por Um Benefício Concedido A Outro
III ? Pelos Inimigos E Os Que Nos Querem Mal
IV ? Graças Por Um Bem Concedido Aos Inimigos
V ? Pelos Inimigos do Espiritismo
VI ? Prece Para Um Nascimento
VII ? Por Um Agonizante
4 ? Preces Pelos Espíritos
I ? Para Logo Após A Morte
II ? Por Aqueles Que Amamos
III ? Pelos Sofredores Que Pedem Preces
IV ? Por Um Inimigo Que Morreu
V ? Por Um Criminoso
VI ? Por Um Suicida
VII ? Para Os Espíritos Em Arrependimento
VIII ? Pelos Espíritos Endurecidos
5 ? Preces Pelos Doentes E Obsedados
I ? Pelos Doentes
II ? Pelos Obsedados"
Vejam ainda que interessante orientação recebida em 1862, constante de "O Evangelho Segundo o Espiritismo" sobre o modo de orarmos:
"O primeiro dever de toda criatura humana, o primeiro ato que deve assinalar o seu retorno à atividade diária, é a prece. Vós orais, quase todos, mas quão poucos sabem realmente orar! Que importam ao Senhor as frases que ligais maquinalmente uma às outras, porque já vos habituastes a repeti-las, porque é um dever que tendes de cumprir, e que vos pesa, como todo o dever?
A prece do cristão, do Espírita, principalmente, de qualquer culto que seja, deve ser feita no momento em que o Espírito retoma o jugo da carne, e deve elevar-se com humildade aos pés da Majestade Divina,mas também com profundeza, num impulso de reconhecimento por todos os benefícios recebidos até esse dia. E de agradecimento, ainda, pela noite transcorrida, durante a qual lhe foi permitido, embora não guarde a lembrança, retornar junto aos amigos e aos guias, para nesse contato haurir novas forças e mais perseverança. Deve elevar-se humilde aos pés do Senhor, pedindo pela sua fraqueza, suplicando o seu amparo, a sua indulgência, a sua misericórdia. E deve ser profunda, porque é a vossa alma que deve elevar-se ao Criador, que deve transfigurar-se, como Jesus no Tabor, para chegar até Ele, branca e radiante de esperança e de amor.
Vossa prece deve encerrar o pedido das graças de que necessitais, mas de que necessitais realmente. Inútil, portanto, pedir ao Senhor que abrevie a vossa provas, ou que vos dê alegrias e riquezas. Pedi-lhe antes os bens mais preciosos da paciência, da resignação e da fé. Evitai dizer, como o fazem muitos dentre vós: "Não vale a pena orar, porque Deus não me atende". O que pedis a Deus, na maioria das vezes? Já vos lembrastes de pedir-lhe a vossa melhoria moral? Oh, não, tão poucas vezes! O que mais vos lembrais de pedir é o sucesso para os vossos empreendimentos terrenos, e depois exclamais: "Deus não se preocupa conosco; se o fizesse, não haveria tantas injustiças!" Insensatos, ingratos! Se mergulhásseis no fundo da vossa consciência, quase sempre ali encontraríeis o motivo dos males de que vos queixais. Pedi, pois, antes de tudo, para vos tornardes melhores, e vereis que torrentes de graças e consolações se derramarão sobre vós! (Ver cap. V, nº 4).
Deveis orar incessantemente, sem para isso procurardes o vosso oratório ou cairdes de joelhos nas praças públicas. A prece diária é o próprio cumprimento dos vossos deveres, mas dos vossos deveres sem exceção, de qualquer natureza que sejam. Não é um ato de amor para com o Senhor assistirdes os vossos irmãos numa necessidade qualquer, moral ou física? Não é um ato de reconhecimento a elevação do vosso pensamento a Ele, quando uma felicidade vos chega, quando evitais um acidente, ou mesmo quando uma simples contrariedade vos aflora à alma, e dizeis mentalmente: "Seja bendito, meu Pai!"? Não é um ato de contribuição, quando sentis que falistes, dizerdes humilde para o Supremo Juiz, mesmo que seja num rápido pensamento: "Perdoai-me, Deus meu, pois que pequei (por orgulho, por egoísmo ou por falta de caridade); dai-me a força de não tornar a falir, e a coragem de reparar a minha falta"?
Isto independe das preces regulares da manhã e da noite, e dos dias consagrados, pois, como vedes a prece pode ser de todos os instantes, sem interromper os vosso afazeres; e até, pelo contrário, assim feita, ela os santifica. E não duvideis de que um só desses pensamentos, partindo do coração, é mais ouvido por vosso Pai celestial do que as longas preces repetidas por hábitos, quase sempre sem um motivo imediato, apenas porque a hora convencional maquinalmente vos chama."
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Autor: Silney De Souza
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