Pelo Fim Da Internet



O cantor inglês, Elton John pediu o fim da Internet, pois segundo o artista "a Internet está destruindo a indústria musical e as relações interpessoais".

Analisando a velocidade de crescimento da Internet, o susto tem suas justificativas, pois a internet supera as melhores invenções da humanidade.

Para atingir 50 milhões de usuários a eletricidade levou 46 anos. O automóvel, 35 anos, o telefone três décadas, o rádio 22 anos, a televisão 26 anos, o forno de microondas, 30 anos, o microcomputador, 16 anos e o celular 13 anos.

A internet alcançou esta marca em apenas quatro anos. E este fato aconteceu entre 1995 e 1999.

Segundo o Instituto do Futuro, Califórnia – EUA, uma inovação tecnológica leva em média 30 anos para ser absorvida pela sociedade.

E quando o assunto é Internet, o Brasil também faz história. Segundo pesquisa Ibope/NetRatings, o total de pessoas com acesso residencial à internet no Brasil alcançou 27,5 milhões em maio.

O número de internautas residenciais ativos, que se conectaram pelo menos uma vez em 30 dias, foi de 17,9 milhões em maio, 13,1% maior que em abril. O estudo aponta ainda que o total de pessoas com acesso à internet em qualquer ambiente (casa, trabalho, escolas, universidades e outros locais) é de 33,1 milhões no País.

"O vigor da internet brasileira é resultante de uma junção de fatores: políticas de inclusão digital, financiamentos para compra de equipamentos e barateamento do preço final dos PCs, transferência de muitas atividades para a internet, como a busca de emprego, busca de imóveis, pesquisas escolares, compras e pagamentos de contas, entre outras", afirmou o coordenador de análise do Ibope Inteligência, Alexandre Sanches Magalhães.

Mas nem tudo são flores. Agora se discute cada vez mais o uso ético e legal da tecnologia.

Nas escolas, aumenta exigência para que os alunos citem as fontes de suas pesquisas, e evitem o plágio, ou seja, o simples "copiar" e "colar" mudando apenas o nome do autor. E, ainda, as questões éticas, além das boas maneiras na rede e o acesso aos sites de relacionamento.

Pelo lado das empresas, veto ao Orkut e MSN. A comunicação rápida, instantânea e em tempo real, levou muitos funcionários a ficar na rede muitas horas por dia, deixando o trabalho e as tarefas de lado, ou seja, sem trabalhar.

E para todos os países, plágio, direitos autorais, cyberbullying (roubos de senhas no Messenger, falsas páginas no Orkut, ofensas e desrespeitos via rede de computadores), segurança e privacidade, são os desafios deste século XXI.

Por isso, Elton John pediu que as pessoas "saiam mais e se comuniquem". "Esperamos que o próximo movimento no mundo da música acabe com a Internet. Saíamos às ruas, marchemos e façamos protestos, em vez de nos sentarmos em casa e entrarmos em blogs", disse.

O músico defendeu "o fechamento por cinco anos da Internet para ver que tipo de arte se produz neste período". "Há muita tecnologia disponível. Estou certo de que em termos de música, (sem a Internet) seria muito mais interessante do que agora", disse.

O cantor de 60 anos disse que é um "tecnófobo" e que muitas vezes se sente "atrás dos tempos modernos".

"Não tenho telefone celular, nem iPod ou nada parecido. Quando tenho que compor música, simplesmente me sento em frente ao piano", afirmou.

Segundo a agência ANSA, o último disco de Elton John, "The Captain & The Kid", vendeu apenas cem mil cópias e o músico culpou os downloads pela Internet pela forte queda de vendas.

O sentimento que se acerca de Elton John pela internet neste momento, não é diferente da frustração dos grandes inventores, como o brasileiro Alberto Santos Dumont ao ver seu invento "o avião" ser usado na guerra "entre irmãos" quando da Revolução Constitucionalista de 1932 ou de Alfred Bernhard Nobel, fascinado pela descoberta da nitroglicerina e seu potencial na engenharia civil, mas que viu sua "dinamite" ser utilizada para outros fins.

Assim, a cada nova descoberta, surgem não somente os benefícios pensados por seus criadores, mas outras descobertas nem sempre benéficas para humanidade.

A vítima desta vez é a indústria da música.

Parece que o futuro não é mais o mesmo.


Autor: Alfredo Passos


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