Resenha Crítica: A Sociologia da Educação



Aluna: Ana Lariça.Resenha crítica: II Avaliação como requisito para obtenção de nota e aprovação do módulo.Texto: A educação como tema da sociologia. (Coletânea de textos)Estudar a sociologia é compreender a sociedade de forma sistemática, no sentido de que existem fatores sociais responsáveis pela sua formação e modificação. O homem vivendo em permanente conflito cria, transforma e estabelece mecanismos de relações. È nesse olhar de investigação da sociedade, que o texto: A educação como tema da sociologia vem propor uma análise detalhista do que o indivíduo necessita para se manter vivo em uma sociedade e o papel da educação por várias esferas sociais transformando o pensamento humano, principalmente, o inatista, o não sociável, o não construído, aquilo que já nasce pronto.Esse texto busca, por meio de concepções sociológicas, compreender a Sociologia como a ciência que estuda a sociedade, a forma pela qual os indivíduos vivem em grupo, as relações que são estabelecidas e as conseqüências dessas. Nessa perspectiva, sociólogos como Sonia Kruppa, doutora em sociologia da USP e da Fundação Santo André, vem reafirmando a grande importância da educação no ciclo social, uma vez que o homem precisa ter garantia dos seus direitos, enquanto cidadão, bem como a responsabilidade de cumprimento dos seus deveres.È notório que ao decorrer da história as mudanças e conflitos sociais são os principais agentes de desestruturação da sociedade. Isso no sentido de que o homem é capaz de mudar qualquer ambiente e permite-se influenciar por forças externas no contato com outros seres. Entretanto, é a educação que o possibilita essa ação libertária de criação e construção de sua própria identidade. Não se faz apenas menção a uma educação formal, partidária, mas de um saber advindo da família, do conhecimento empírico, das experimentações do dia-a-dia.O texto deixa claro que os homens vêm ao mundo inacabados, precisando trabalhar para suprir as suas necessidades. Essa afirmação remete ao pensamento de Karla Marx, filósofo do século XIX, que defende o trabalho como principal fator da consciência humana. ao trabalhar, o homem produz cultura. E sendo a cultura o principal agente de formação de uma identidade.Marx, em linhas gerais, defende o materialismo, o concreto, a divisão do trabalho, num elo entre teoria e prática aliada ao poder do que se é ter uma sociedade capitalista. Nesse sentido, a sua visão de educação é metaforicamente uma empresa em que o professor faz parte de uma classe proletariada, desprestigiada pelo salário sobrevivente que se tem, enquanto os alunos são indivíduos acumuladores de conceitos que aprendem pelo método da recompensa: boas notas em troca de premiações, disciplina comportamental em troca de não levarem deveres de casa.Essa visão marxista do século XIX, mas bem efervescente, na atualidade, está desprendida do amor a profissão, do que se denomina trabalho por prazer, uma vez que não é somente a missão de educar que faz do professor um profissional de verdade. Outro fator apontado pela teoria marxista é a alienação.A palavra alienação vem do latim que significa alienus, ou seja, tudo aquilo que está alheio a nossa realidade, tudo que se deseja fora de si, tudo que é absorvido e que muda uma forma de comportamento. Para Marx a alienação do objeto do trabalho simplesmente resume a alienação da própria atividade do trabalho. (1987:401). Quer dizer que, na medida do envolvimento do homem pelo trabalho que realiza, essa atividade terá mais poder sobre ele do que o inverso.As desigualdades na educação e no trabalho, frutos de muitas dicotomias, uma delas a falta de oportunidade a todos os sujeitos, modificam espaços e demarcam territórios. È nítida a diferença entre o meio urbano e o meio rural não, somente, no sentido de cultura, de história, de etnias, mas da própria escola vista em muitas bandeiras de defesa que deve ser para todos.Acontece que não se existem escolas estruturadas para o homem do campo, em muitos locais não passam de lugares fantasmas. O deslocamento do homem do campo para cidade já é uma rotina, por falta de opção e da vontade de se querer aprender. Não que as escolas urbanas, no tocante a estrutura e ensino, sejam paradigmas que não se precisam modificar e lutar por melhoria. Fala-se de hierarquização, de discriminação a culturas alheias de relações entre saber e poder.O ser humano vive e adéqua-se a um meio social pelo processo denominado de socialização. De acordo com o texto, o processo de socialização é permanente e faz parte do conjunto de experiências do indivíduo. Em outras palavras, é na socialização que o homem conhece, se desconhece, se transforma e se acultura seja na família, na escola, por meio da religião e do meio social em que está inserido.A linguagem, nesse eixo de socialização, é de suma importância, uma vez que expressa aquilo que o homem é, suas necessidades de ir ao encontro ao outro. Serve, também, para mostrar o que mudou e o que continua dentro de uma instituição social. Embora sofra grandes alterações, a linguagem é a única forma de comunicação existente, seja de forma oral ou escrita. O que se nota, principalmente no Brasil, é um grande preconceito com as variações lingüísticas existentes em diversos cantos do país, sendo prevalecida a linguagem escrita que é necessária, mas não é única.A oralidade e a escrita são dois processos distintos, mas necessários. O que não deve ser mais permitido é um sujeito ser julgado pela maneira que se fala e que se escreve. Por isso, a educação existe, para facilitar o contato entre as pessoas, criando novas formas de comunicação e privilegiando diversidades.Ao enxergar a linguagem sobre um ponto de vista unívoco, a sociedade vai sendo dividida entre os que pensam e os que executam. O que se vê é uma manipulação de poder, em que todos os desejam ter, mas só a minoria, a considerada detentora do conhecimento, consegue monopolizar.O papel da escola, como instituição formal, é de mudar essa realidade, de promover oportunidades e de fazer com que o aluno seja realista diante da sociedade que vive. Saber é poder, mas, um poder de crescimento, compartilhado e democrático.Se o conhecimento da escola se distancia do que o aluno necessita, o resultado será a marca de exclusão desse com a sua realidade e, possivelmente, reproduzirá valores de uma sociedade marcada pelo desigual.A mudança desse quadro compete à escola, ao currículo por ela adotado e aos sujeitos que nela fazem parte: educadores, coordenadores, administradores e demais funcionários. Uma vez que, é pelo ensino contextualizado que os alunos compreenderão o meio em que vivem e atuarão nas mudanças que ele necessitar.Para isso, compreender as variações culturais existentes na escola é dá significado a uma prática educativa. Para Brandão, a palavra cultura deve ser entendida como compreendendo tudo que existe transformado na natureza pelo trabalho do homem e que, através de sua consciência, ganha significado. (1981:25).A cultura torna-se uma ferramenta imprescindível para análise da identidade humana. No ramo da Sociologia, é o conjunto de costumes, dos modos de viver, de vestir, de morar, das maneiras de pensar e de expressar uma linguagem.Já a Antropologia não dissocia o comportamento cognitivo do comportamento cultural. Reafirma sobre um ponto de vista ideológico que a cultura deve ser analisada por um contexto, da mesma forma o aprendizado sobre situações que o aluno vivencia.Há muitas indagações a respeito do fracasso escolar: De quem é a culpa por um número considerável de repetência? Como combater a evasão escolar? Entretanto, não há indagações DE COMO MANTER UM ALUNO NA SALA DE AULA E TORNAR AQUELE ESPAÇO PRAZEROSO.Enquanto a educação enxergar o problema de forma individualizada, fragmentada de fatores históricos, sociais e culturais, nada se tornará concreto. Carregar o tema ápice da Revolução Francesa, 1889: Liberdade, Igualdade e Fraternidade, numa época que o homem compete consigo mesmo é de total contradição, visto que o homem tem a liberdade de produzir, mas a igualdade e a fraternidade voam para um mundo utópico.E Por falar de utopia, sociólogos como Durkeim,1858, mantém uma corrente não apenas sociológica, mas em entrelinhas, filosófica, partindo da afirmação que os fatos sociais devem ser encarados como coisas.Deve-se a Durkeim o reconhecimento da Sociologia enquanto ciência, com objeto de estudos próprios. Na sua concepção, a educação tem a função nítida de conservar uma sociedade. Mesmo que exista a divisão do trabalho, mas o homem precisa entender que cada um tem uma aptidão diferente.A sociedade é um corpo que necessita de órgãos para funcionar harmonicamente. Trazendo para o real, o principal órgão dessa funcionalidade seria a educação. Ela propicia ao indivíduo uma ascensão na vida, de forma meristocrática: os indivíduos podem vencer na vida pelos seus métodos pessoais.A grande contradição do pensamento de Durkeim é analisar que a sociedade deva sobreviver num consenso entre os seus membros, prezando a solidariedade, em contrapartida, afirma que os fatores individuais constituem um sujeito e não o social.Com abordagens diferentes, mas não perdendo suas essências significativas, a Sociologia, ciência do século XIX, ainda tem um longo caminho de investigação, análise e formulação de possíveis respostas para fatores sociais, sobretudo a desigualdade que tantas mazelas trazem ao direito primordial de existência humana: a própria vida.O texto lido e estudado detalhadamente sobre o papel da sociologia da educação abordou de forma clara, objetiva e redentora que a educação é o pilar de construção maior de uma sociedade.
Autor: Ana Leite Santos


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