Quando só a emoção nos conduz



Das diferenças intrínsecas do homem e da mulher muito se sabe.Que temos alguns pontos incompatíveis, que pertencemos a planetas distintos, também.Mas o interessante (usando aqui um eufemismo) é que informação só não basta.Não adianta saber simplesmente.E isso não se restringe apenas às idiossincrasias entre machos e fêmeas.A distância entre o conhecimento e a praticidade, ou a diferença entre o que é aprendido e a aplicação do que se sabe em benefício próprio é imensa.Assim é na adolescência na descoberta do sexo .Todos sabem como fazer, o que se deve evitar, no entanto...Em relação ao uso das drogas também é assim.As informações vêm de todos os meios de comunicação, mas nem por isso o número de usuários diminui e os problemas ligados ao consumo crescente deixam de fazer vítimas.Onde quero chegar com essas digressões? Aqui mesmo, no nosso mundinho do hoje, do presente.As mulheres continuam reféns de suas emoções.São elas que nos conduzem, que dirigem nossas ações.Se o homem da vez não nos ama como queremos, a gente vai se adaptando, vai contornando, vai construindo um mundo paralelo, de fantasia, bem de acordo com nossos anseios.Assim ,se ele pisa na bola, se esquece dos elogios, dos compromissos, se vai se tornando um egoísta de primeira ( ou vai apenas se revelando, pois o egoísmo estava lá o tempo todo), a gente aumenta a ternura, faz um contraponto, deixa barato, continua acreditando naquele sentimento que é só da gente, que sempre esteve apenas do lado de cá.E quando tudo fica feio em demasia, nem sempre a gente rompe.Ainda insistimos.Voltamos para o casulo dos nossos sonhos, nos recolhemos ao mundinho cor-de-rosa construído com tanto cuidado.E ficamos lá, até que os arrufos passem, que os esquecimentos não machuquem mais, que a falta de delicadeza não provoque lágrimas.Será que estou divagando? Que estou falando por mim mesma?Será que as mulheres que conheço não representam a maioria?Até gostaria de tomar conhecimento de alguma estatística que provasse o contrário.Que as coisas estão mudando.Que muitas mulheres já não se deixam enganar facilmente pela lábia de um sedutor, e que estão muito mais determinadas naquilo que querem.E o que queremos mesmo?Aí volto a falar por mim.E me desculpem se o meu pensamento parecer retrógrado, demodê demais.A gente quer ser feliz, com o amor do lado.A gente quer amar com poesia, a gente quer ternura junto com tesão.A gente quer brilho nos olhos depois de uma noite(ou manhã, ou tarde ) de amor feito com cuidado e beleza.A gente quer companheirismo, nem que seja no preparo de um jantar.A gente quer sonhar junto, rir e chorar também.A gente quer esgotar as possibilidades, sem nenhuma maldade, só para poder dizer: lutei pelo que queria, fiz de tudo por nós dois. Pois só assim, sem superficialidades, é possível um novo recomeço, sem se refugiar no mundinho do faz-de-conta.Fico ouvindo as histórias de vida de minhas amigas e, somadas às minhas, percebo que muito temos a aprender com os homens.A emoção tem que estar a nosso favor, não contra.A razão usada na medida certa pode ser o grande diferencial.O que nos vai credenciar a uma conduta amorosa mais assertiva, o que nos vai possibilitar a ver as coisas como elas são, não do jeito que gostaríamos que fossem.Por outro lado, seria muito bom que os homens tentassem aprender conosco a linguagem da ternura, o código da sensibilidade, a acuidade do olhar.Com essa troca de peculiaridades só teríamos a ganhar e as relações afetivas ganhariam em qualidade, beleza e verdade.
Autor: Amarília Couto


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