ESTRICNINA E ÓPIO.



Caindo a chuva lá fora. Fluindo a brisa inspiro. O que está fazendo agora? Pergunto. E só escuto o som do meu pensamento. Numa esquina tranco a melodia desse caminho tão sujo e fulgaz. Nessas sargetas de vida vadia Num beco escuro encontro a minha paz. Sem você. Sem você. A sua pele mais rosada é fria tocando a pele de um velho rapaz. Rompendo a noite vai caindo o dia No travesseiro encontro a minha paz. Só eu sei... Eu sei. Olhando o espelho vou vertendo em lágrimas dessas passagens de tantos se for... Dos versos nulos me caem as lembranças Dessas memórias um primeiro amor. Eu sei... Eu sei... Dessa agonia enrustida e fálica. Dessa papoula fantasia em flor retiro o ópio desse ódio amargo Morfina certa para minha dor. Sem você. Eu sei. Sem você. Só eu sei...
Autor: Thiago K. Fernandes


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