O DESAFIO EDUCACIONAL E OS AVANÇOS TECNOLÓGICOS
A
segunda metade do século XX e o início deste
século XXI tiveram sua caracterização
marcada pela explosão
científico-tecnológica que integrou a maioria dos
países. Foram quebradas as barreiras da
comunicação, resultando em uma
cooperação econômica e
tecnológica do mundo.
Essa explosão foi
caracterizada por Schaff como uma revolução
técnico-científica, que adquiriu força
a partir do final da Segunda Guerra Mundial e está presente
em objetos produzidos como os relógios de quartzo, as
calculadoras de bolso, o forno microondas, os microcomputadores, os
telefones celulares, etc., provocando inúmeras
transformações na sociedade, que vão
desde a formação econômica
(produção de bens, serviços, e
desemprego estrutural), passando pela formação
social (o trabalho, o trabalhador e a classe trabalhadora adquiriram
outros significados), atingindo a esfera cultural (em que um novo
espaço social foi criado o
ciberespaço, também chamado de virtual) local em
que ocorrem manifestações culturais de toda
natureza, como reuniões, pesquisas, conferências,
compras, encontros, bate papos, entre outros tipos de
interação.
Então percebe-se uma
nova forma de viver, de se relacionar e de se comunicar da sociedade
desde as ultimas décadas do século XX; o que
começa a questionar a escola desse tempo em sua
organização
didático-pedagógica ancorada nos compartimentos
das disciplinas inseridas nas grades curriculares; o
currículo escolar orientado por conteúdos
previamente selecionados e ministrados aos alunos agrupados em classes
organizadas por série e faixa etária; os
métodos de ensino e de aprendizagem centrados na figura do
professor; os instrumentos de trabalho desse professor, etc.
Esse
processo de transformação social e cultural
originados do desenvolvimento tecnológico, nunca antes
observado em outro período histórico, vem criando
condições para que as
informações e os conhecimentos sejam apresentados
em diversos formatos, enriquecendo as possibilidades de um aprender
mais interativo.
Essa técnica elaborada pelas
ciências está transformando a atual sociedade, que
por sua vez está modificando a ciência,
construindo um rol de mudanças, contínuo e
acelerado, evidenciando que a sociedade de hoje está
tecnologicamente avançada em relação
à de ontem e será tecnologicamente atrasada em
relação à de amanhã.
Se
antes da revolução industrial no
século XVIII trabalhava-se com a dimensão do
passado no presente e com a certeza, hoje com a
revolução tecnológica trabalha-se com
a dimensão do futuro e com a incerteza. Fazem-se
previsões e espera-se realizá-las.
De
acordo com Alves (2001) as funções sociais da
escola contemporânea e a nova forma de
organização do trabalho didático
ocasionam conseqüências, por exemplo, sobre a
concepção de espaço escolar e a
arquitetura escolar. O espaço físico da
instituição, como decorrência das
necessidades formativas de crianças e jovens, precisa ser
concebido como espaço de vida.
Sob essa
ótica, para justificar a existência da escola em
nossos dias, a sociedade está exigindo-lhe os cumprimentos
à contemporaneidade, desconsiderando que a
incorporação das mudanças pela escola,
passa pela compreensão de que nela o velho e o novo, o
estático e o dinâmico ocupam e dividem o mesmo
espaço físico, e que é
imprescindível considerar a subjetividade dos sujeitos
envolvidos, em especial o professor.
Quando o
laboratório de informática é montado,
se coloca um especialista em informática para coordenar. O
que acontece é que o verdadeiro interessado em utilizar esta
ferramenta e obter ganhos, que é o professor de sala de
aula, não está envolvido no processo. Acrescenta
ainda, que a pessoa encarregada pelo laboratório,
é designada sem a formação adequada, a
dar aula de matemática. Há uma expectativa de
que, sendo um instrumento lúdico que encanta e atrai, possa
servir de suporte pedagógico para superar tais dificuldades.
Para
tanto é imprescindível preocupar-se com os
sentimentos do professor diante dos computadores que estão
chegando à escola, para que esse professor compreenda que a
necessidade individual que está sendo posta, surgiu
primeiramente como necessidade social, e a
inserção desse instrumento na sua atividade
docente, está influenciando a sua
constituição pessoal e profissional, e,
conseqüentemente redefinindo a sua atividade docente.
A
nossa escola mudou, mesmo que a própria escola e o professor
não percebam. A escola não é mais o
espaço privilegiado do saber, nem o professor a principal
fonte de transmissão do conhecimento. Os mundos das imagens,
dos sons e dos movimentos não fazem parte do universo
escolar. Os alunos estão acostumados a aprender
através dos ritmos, sons, movimentos, cores. E a escola
continua em preto e branco.
Contudo, a escola não deve
se apropriar criticamente das novas tecnologias, mas devemos ressaltar
que nessa nova Sociedade da
Informação é preciso que se
aprenda a utilizar as informações
disponíveis, através dos recursos
tecnológicos. Isso significa saber selecionar e se
posicionar criticamente frente a essa avalanche de
informações.
Assim, o aprendizado cooperativo,
onde a o agrupamento do conhecimento adquirido e da
inovação, resultante da
utilização dos recursos informatizados, em
especial o uso da Internet, criam possibilidades ilimitadas fazendo com
que os professores aprendam ao mesmo tempo em que os estudantes e
atualizem constantemente tanto seus saberes disciplinares quanto suas
competências pedagógicas. O docente se torna um
mediador da inteligência coletiva.
Autor: Daniela Rodrigues Lopes
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