Me pego pensando...



Às vezes me pego pensando no que realmente importa na vida.Tal é o comichão que ataca a maioria das pessoas no tocante ao que fazer pra ser feliz.Engraçado que vivemos as benesses e os malefícios da modernidade.Bem ou mal, hoje todo mundo (digamos a maioria) tem acesso a uma boa parte dos bens de consumo.A expectativa de vida aumentou consideravelmente.Existe mais liberdade e liberalidade de costumes.Existem também leis que protegem o cidadão e já não mais o deixa entregue à própria sorte.Assim foram criados os Procons,e quando nos vemos enganados na compra de algum produto é a eles que recorremos.Podemos entrar na justiça quando somos ofendidos em nossa honra e no direito de ir e vir.A Lei Maria da Penha está aí para cercear abuso do cônjuge, temos acesso a várias instâncias judiciais que antes eram facultadas apenas a quem podia constituir um bom advogado.E se até pouco tempo aos menos favorecidos restava se conformar com os infortúnios e tributar a conta aos designios de Deus., hoje já não é bem assim.Por essa análise, vejo que evoluímos como nação, não somos mais um país de bananeiros, não mais temos que andar cabisbaixos, com vergonha de nossa brasilidade.Até porque, o Primeiro Mundo também tem suas mazelas, suas "veias abertas" ou um tapete enorme sob o qual muito lixo é ocultado.Mas sempre me pego pensando na razão pela qual tudo é lento por aqui.É essa letargia que nos dá a impressão que estamos sempre começando.A gente comemora as novas leis, a gente se ufana pelo ingresso das classes D e E ao mundo do consumo e pela sua ascensão social, mas continuamos com aquela sensação de insegurança, de incerteza.O que nos falta para que a nossa brasilidade nos seja realmente motivo de orgulho? O que é necessário para que o Brasil entre nos trilhos do crescimento sustentável, consciente e humanitário?Não tenho respostas a essas indagações, mas aceito sugestões.Só não concordo com comparações bizarras e elitistas que colocam no mesmo patamar um gigante territorial como o Brasil (mas jovem em sua construção como nação independente), com outros países do chamado Primeiro Mundo,que tiveram outro tipo de colonização, com outra formação cultural e que em nada lembra a nossa história.Quando ouço as pessoas dizerem: Na França é assim.Na Itália é assado.Na Holanda tudo funciona.No Canadá tudo é maravilhoso.Na Bélgica a gente vive tranquilo.E também no Alasca, em Dubai, Nas Ilhas caymã e por aí vai.Acho que temos que construir a nossa identidade, com os nossos valores.Devemos também trabalhar nossa auto-estima, perder essa timidez doentia que nos faz sempre pensar que tudo que é de fora é melhor.E sem correr o risco de fazer o contrário: incrementar a xenofobia, fazer o caminho inverso, deixando de lado o que temos de mais bonito e saudável que é a nossa vocação para "os braços abertos" a todo tipo de etnia e cultura.Então fico pensando na grandiosidade deste país, se todos passassem a exercer o seu papel político de forma efetiva.A partir de sua casa, do seu lar, do seu trabalho, de sua comunidade, de seu munícipio.E fazer política é muito mais do que tecer considerações meramente teóricas, ou fazer tão-somente críticas ácidas e mordazes.É preciso comparar governos, garimpar avanços, computar retrocessos.E mais ainda.É preciso arregaçar as mangas e fazer diferente, sempre pra melhor e para o bem -comum.
Autor: Amarília Couto


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