Pendichão



Pendichão

O tosco molusco prostado no peito
O ventre em fome
Plácido osso nuvem
O sonho percorre inabitável
A idéia vagou-se por aí
Parado no quarto, absinto nada.
Se mexo esmoreço,
Se falo desacabo.
Poste fincado a solidão,
Alegria que partia no vagão.
E a cara no prato fosco,
Alma inábil andarilha,
Fugindo pra algum lugar.
Beijo estalado num beijou,
Vontade se quer vislumbrou,
A silhueta no corredor.
Comparsa no escuro
Quarto mofado espantando o desejo
Vista não vê os gerânios no sótão
Aquele dia não foi,
A trança que era dela
Embaraçou na lira.
Cravado ao portão o
Púbis emputrecido.
Jogo meu grito a esmo,
Porque sou forte e enfermo.
O norte espreita minha sanidade,
A sorte tinha certa sinceridade.
Parede alta ofusca,
Tição catedral horizontal.
Teu gosto amargou meu pranto
O que pensavas de tudo, já não é Verdade.
Desci jogado no teu jardim bougainville
Dia eólico e quadrúmano tesão,
Rasga minha tristeza,
E fundi meu ódio no tufão.

Ass, Lathea





Autor: Joao Pereira


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