Dia Internacional das Mulheres, até quando vão comemorar?



Nasci na efervescência da Revolução Feminina. Na nossa casa assinavam-se várias revistas entre elas a Revista Manchete. Todas as matérias relacionadas á mulher eram lidas por mim, mesmo sem ter idade suficiente para entender o que se passava e muita coisa se passava nesse panorama: liberdade sexual, pílula anticoncepcional, direitos iguais. Compreendi melhor o que se passava quando comprei uma revista "Carícia", nas bancas e sofri duras críticas de um parente meu que logo ganhou a adesão da minha avó e de minha mãe também, que atendendo as solicitações dele, arrancaram de mim a revista, rasgaram, jogaram no lixo e me descriminaram dizendo que eu estava sendo leviana. Fiquei chocada com esse ato de barbaridade. Lembro-me desse episódio e todos os seus detalhes, roupas que usávamos, móveis da casa, fisionomia das pessoas, palavras que usaram. Comecei a entender porque as mulheres lutavam e comecei a gostar desse movimento e querer lutar também. Comprei outras revistas "Caricia", pois elas não continham nada que pudesse modificar a minha personalidade. Para entrar na luta eu passei a desafiar os meus familiares dizendo que comprei e compro e que os direitos são iguais, se o homem pode eu também posso. Fui uma garota rebelde que no dizer de quem quer dizer: dei muito trabalho aos meus pais. No meu entendimento fui condizente com a minha época e não alienada. Há mais ou menos uns 35 anos desse episódio até os dias atuais e as mulheres continuam se agredindo: mães, avós, irmãs etc. O discurso é que no contexto temos uma sociedade preconceituosa, dominada por homens. Esse é apenas um discurso falso. Na realidade somos uma sociedade preconceituosa sim mas, dominada por mulheres que despertam nos homens todo o preconceito e a subjugação que sofremos desde que o mundo é mundo. É a mulher a responsável por essa sociedade machista que temos, é a mulher que agride, critica, humilha e espanca umas as outras. È a mulher que semeia a discórdia, a desunião e a desavença. Excluindo-me e excluindo outras raras exceções porque já assimilamos a necessidade de nos unirmos e nos defendermos seja em qual circunstância for. Devemos assumir um comportamento que nos una e não que nos separe. Enquanto não nos unirmos vamos continuar comemorando o dia internacional das mulheres e sendo cada vez menos femininas e mais feministas.
Autor: Helena Conserva


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