SÓ DOS OLHOS PRA FORA
@font-face {
font-family: Cambria Math;
}
@font-face {
font-family: Calibri;
}
@page Section1 {size: 595.3pt 841.9pt; margin: 70.85pt 56.65pt 70.85pt 2.0cm; mso-header-margin: 35.4pt; mso-footer-margin: 35.4pt; mso-paper-source: 0; }
P.MsoNormal {
FONT-SIZE: 11pt; MARGIN: 0cm 0cm 10pt; LINE-HEIGHT: 115%; FONT-FAMILY: "Calibri","sans-serif"; mso-style-parent: ""; mso-pagination: widow-orphan; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-style-unhide: no; mso-style-qformat: yes; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-font-family: Calibri; mso-hansi-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-language: EN-US
}
LI.MsoNormal {
FONT-SIZE: 11pt; MARGIN: 0cm 0cm 10pt; LINE-HEIGHT: 115%; FONT-FAMILY: "Calibri","sans-serif"; mso-style-parent: ""; mso-pagination: widow-orphan; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-style-unhide: no; mso-style-qformat: yes; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-font-family: Calibri; mso-hansi-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-language: EN-US
}
DIV.MsoNormal {
FONT-SIZE: 11pt; MARGIN: 0cm 0cm 10pt; LINE-HEIGHT: 115%; FONT-FAMILY: "Calibri","sans-serif"; mso-style-parent: ""; mso-pagination: widow-orphan; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-style-unhide: no; mso-style-qformat: yes; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-font-family: Calibri; mso-hansi-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-language: EN-US
}
.MsoChpDefault {
mso-fareast-font-family: Calibri; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-font-family: Calibri; mso-hansi-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-language: EN-US; mso-style-type: export-only; mso-default-props: yes
}
.MsoPapDefault {
MARGIN-BOTTOM: 10pt; LINE-HEIGHT: 115%; mso-style-type: export-only
}
DIV.Section1 {
page: Section1
}
Aqui as ruas não falam, mas implicitamente elas congelam em nossas memorias as diligencias de outrora em seus tapetes betumados, o primeiro olhar por estas bandas veio com o brilho da coragem presente em cães valentes, em um bando, caminhou despojado com cara de mal que chupou limão, mas vestiu-se laranja, todos rolavam mas jamais soltavam-se das coleiras de seus donos, mas ele marcava território e fincava bandeira, o verão ia passando e os cães ia voltando para suas casinhas de madeira, e o vento começava a soprar cada vez mais frio,
mas ele ainda apostava corrida nas madrugadas que na rodoviária eram extremamente divertidas, ficava horas perdido na fumacinha gelada que o frio fazia-lhe sair das narinas largas, mas depois das quatro da manhã não tinha muita graça, os outros sumiam, só as mãos de picolé lhe faziam companhia, o silêncio, gota a gota esmigalhava sua alma de sol de verão, ele não se importava pois pensava ser só dos olhos pra fora, os dias nasciam e nasciam e suas forças pouco a pouco se perdia no termino dos chás das cinco, sua pele laranja já em farrapos saiu de cena e deu lugar a uma coleira de zebra novinha que ganhou por ter andado numa só pata, agora, já não aposta mais corridas, a ultima disputa para ver quem ladrava melhor foi um fracasso o qual ele teve que sentir sozinho, não se lembra mais o caminho pra casa, nem o quer, não teria forças mesmo, em uma caixa de cimento que o deram provisoriamente pra morar ele sente no rosto o gosto do desprezo dos pombos, que sobrevoam-lhe, ele sabe que um simples rosnar seu afastaria pra muito longe todos eles, mas também sabe que os pombos só querem um pouco da sua comida, o que ele queria era sentir o cheiro de uma louça nunca usada uma única vez, afastou-se e via os pombos tripudiarem dele por cima de seu prato, do prato que foi dele, do prato que nunca foi dele, tira a coleira e espera pela carrocinha que não vem, compra uma passagem e vira palhaço de circo, e descobre que é típico dos comediantes chorarem nos bastidores.
Autor: Israel Ferreira
Artigos Relacionados
Gente
Jorge Amado
Radiopoesia
Perto E Longe
O Fado Do Eleitor
Pobre HeranÇa
Liberdade