Natureza: O milagre se renova todos os dias



Natureza: O milagre se renova todos os dias

 

Edson Silva

 

Como poeticamente disse o grande Zé Ramalho, hoje literalmente tive de viajar em loucos pensamentos diante de mais uma linda cena, que Deus nos dá gratuitamente e que tantas vezes nem nos damos conta. Começava amanhecer e no céu havia uma faixa multicor. Ela tomava quilômetros do quadro azul do céu, passava por sobre prédios, ruas, árvores e vários bairros como fosse a primeira de uma extensa pincelada dada por um pintor gigante, que iniciava nova obra. Não teve como eu não imaginar o Criador de todos nós delicadamente pintando aquela paisagem.

 

Confortavelmente em roupas brancas e largas, eu o imaginei recostado numa montanha verdejante, da qual vertia uma cascata de águas límpidas, que formava refrescante bluma de espuma branca e gotas coloridas pelos primeiros raios de sol. Na mão esquerda, o Criador mantinha a palheta com tintas de variadas cores e na direita o pincel que acabara de usar para o traço. O mesmo ainda pingava gotículas da última tinta utilizada. Não sei se pelo traço perfeito e gigantesco ou pela sua magnitude diante de nossa pequenez humana, o Criador pareceu-me particularmente muito feliz.

 

Ele levou as costas de uma das mãos à testa, enxugou gotas de suor, sorriu e mais uma vez olhou demoradamente para o magnífico céu azul e que agora ele acabara de tingir com aquela longa lista de cor tão linda, puxada ao alaranjado, mas que tinha um quê de vermelho, violeta e lilás. Não imaginei nenhum grande gênio terreno da pintura conseguindo obter aquela cor tão original, tão perfeita e tão divina. Como se brincasse sobre uma maquete (na verdade o mundo que criou), Deus pegou delicadamente o fruto de uma das árvores e o levou à boca, mastigando-o com satisfação sem igual.

 

Agora, ele aparou com ambas as mãos um bocado da água que descia da cascata e o levou delicadamente até a boca. Ele utilizou as mãos úmidas para refrescar também todo o rosto. A água escorreu por sua face e se transformou em delicada chuva que fez alguns motoristas que percorriam a via Anhanguera ligarem limpadores de para-brisas dos carros. Sem pedir permissão, um arco-íris forma-se e busca de espaço naquele recém quadro de nosso Criador.

 

O artista se levanta como se desistisse de continuar a desenhar e pintar. O sol se faz mais brilhante, e ele (Deus) começa desaparecer, misturando-se com a imensidão de nuvens brancas de algodão, que começavam encher todo o céu. As nuvens eram como confortáveis lençóis e travesseiros que chegavam para abrigar o descanso de Deus, que outra vez  oferecia à toda humanidade o milagre de um novo dia.       

     

Edson Silva, 48 anos, jornalista da Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Sumaré

Email: [email protected]


Autor: Edson Terto Da Silva


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