A FUGA
A FUGA
Ao longo das altas arvores, um fio de fumaça subia. Anunciava o inicio do incêndio.
Quebrando a quietude da mata, ouvia-se grande alvoroço. Alguns animais, apressados, procuravam o melhor caminho para fugir do iminente perigo. Outros, confiante em sua agilidade e perícia em locomoção, continuavam impassíveis em suas atividades cotidianas. Aos poucos, o estampido dos bambus estourando e das folhas queimando, se aproximava mais. Os animais que se apressaram em fugir antes agora olhavam para traz e viam as grandes labaredas engolindo árvores e tudo que encontravam pela frente. Já aqueles bichos que se atrasaram pelo excesso de confiança , agora em desespero, tentavam se desvencilhar de cipós e árvores caídas pelo meio do caminho, a fim de não serem também queimados. Mas, infelizmente, a maioria daqueles que não fugiu a tempo, também sucumbiu junto com tudo o mais que havia naquele ecossistema.
Algum tempo depois, agora com as cinzas sendo levadas por redemoinhos, aqueles animais sobreviventes por terem sido previdentes olham a paisagem desoladora de carcaças em carvão e, dela tiram suas lições...
E eu, olhando a cena, descubro que,
Estes tais bichos somos nós... e há uma floresta queimando ao nosso redor.
Autor: Emivaldo Aires Da Silva
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