Como Sair de Dívidas Sem Mágicas



Muitas vezes dentro da floresta não se consegue ver todas as árvores que cercam uma pessoa. Esta frase pode ser aplicada a situação de uma pessoa que se endividou. A dívida é a floresta inteira e cada um dos compromissos é cada uma das árvores. Nestas situações e imaginando que você se perdeu na floresta, o melhor é parar de gastar sua energia tentando encontrar o caminho. Para se sair da floresta quando se está perdido é preciso uma estratégia.

A estratégia é muito simples. Olhe a floresta inteira do ponto mais alto que puder e comece a entender quais as árvores que lhe cercam. O caminho, assim, será descoberto. Olhe suas dívidas de maneira panorâmica para perceber cada árvore e os caminhos entre elas.

Primeiramente, é necessário entender quais as despesas que são importantes para o sustento pessoal e da família. São estes os compromissos que devem ser focados e honrados. São pela ordem as despesas com alimentação dentro de casa, moradia, saúde, educação e transporte. Organize um orçamento que permita você cobrir estas despesas básicas. Não considere eventuais ganhos extraordinários como o 13º salário, venda de férias, programas de participação nos lucros e restituição do imposto de renda neste orçamento. Relacione cada gasto. Ao fazer isto aproveite para cortar todas as despesas desnecessárias como assinaturas de jornais, revistas, assinatura de TV a cabo, telefone celular, saídas de final de semana, academia etc. Estes cortes doem, mas são absolutamente necessários. Eles são verdadeiros ralos por onde seu dinheiro corre. Só exemplificando uma assinatura de TV a cabo que custe R$ 100,00 ao mês representará ao fim de um ano R$ 1.200 soma-se o mesmo valor de uma mensalidade de academia e no final do ano você terá economizado R$ 2.400. Por isso observe que o importante é garantir seu fluxo de caixa operacional.

Cumprida esta etapa inicial veja quanto sobra. Este deve ser o seu orçamento. O que restou deve ser considerado como seu superávit operacional. Com este valor você deve agora partir para uma segunda fase: a negociação da dívida.

Vamos supor que você disponha neste orçamento de R$ 600 de superávit operacional para negociar dívidas de R$ 20.000. Portanto, sem juros, você levaria 33 meses para pagar a dívida ou perto de 3 anos.

Explique a seus credores (Bancos, Lojas de Departamentos, Empresas de Cartões de Crédito, etc) sua situação e de quanto dispõem para pagá-las. Suspenda os pagamentos das dívidas e negocie o máximo que puder. Faça isso sempre por carta para que fique declarada sua intenção de pagar. Caso os credores se neguem a negociar ou te ameacem mantenha a cabeça fria e fixe-se em sua estratégia. Devo não nego, pagarei com meu superávit operacional.

Algumas dívidas podem ser eliminadas como, por exemplo, com a venda de algum bem que você tenha. Se livre agora de juros e se desmobilize. Lembre-se que quanto antes você sair das dívidas melhor, uma vez que o superávit poderá ser utilizado mais na frente para fazer uma poupança e recuperar estes bens que temporariamente você teve que dispor. Esta é uma questão emocional importante tenha fé em dias melhores e eles virão, mas apresente a sua oferta de sacrifícios.

Mas, de fato, manter-se nesta camisa de força por três anos sem pequenos prazeres que se pode ter na vida não é fácil, nem desejável. Por isso, em seu orçamento operacional há uma reserva para os eventuais ganhos extra (13º salários, venda de férias etc) para que você possa dar presentes, fazer uma viagem, comprar algo que você gostaria para você ou sua família. Pague estes pequenos prazeres sempre à vista para não correr o risco de vir aumentar seu endividamento.

Finalmente, mantenha a calma e fixe-se em sua estratégia e não arrede o pé. Pode ter a certeza que a dívida em pouco tempo será algo do passado. Dias melhores virão.


Autor: Vitor Bellizia


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