Políticas Cambiais: O Melhor Modelo Econômico



1.INTRODUÇÃO

É via de regra que ao visar o desenvolvimento da nação, ocorra por parte dos países a adoção de um modelo econômico que esteja adequado á realidade político-financeira do estado. Alguns especialistas em econômica política recomendam o modelo de substituição das importações; entretanto, outros vêem o modelo exportador como melhor escolha á emergência da economia. Surge então a seguinte discussão: Qual dos dois modelos econômicos apresentados garante um melhor resultado?É justamente esta questão tratada neste artigo. Através de uma análise sucinta dos dois modelos econômicos apresentando de forma clara as vantagens e desvantagens conseqüentes de ambas as políticas cambiais, pretende-se após comparação tentar expor a melhor política econômica.

2.DESENVOLVIMENTO

Primeiramente, vamos analisar o modelo Substituição das Importações.Neste modelo, o país produz mercadorias que originalmente fazem parte da pauta de importação do estado, ou seja, não há uma produção nacional de determinado produto de modo que estes são adquiridos mediante transação comercial no mercado internacional.Assim, neste modelo, há um processo que leva ao aumento da produção interna em função da diminuição das importações.

Os defensores deste modelo alegam que o mesmo soluciona o déficit do Balanço de Pagamento, por que diminui os gastos com importações, deste modo o saldo nacional passa a ser positivo e o "Cash" aumenta.Porém vale ressaltar que a produção nacional, voltada somente para o mercado interno é quantitativamente pequena e não desfruta dos benefícios da economia de produção em larga escala fazendo com que os custos se tornem bem mais elevados do que os produzidos no exterior.

Outra aparente vantagem deste sistema é a garantia de um mercado cativo( o do próprio país) que beneficia os três agentes econômicos .A produção já encontra destino certo, o que é ótimo para a classe empresarial e melhor ainda para o proletariado, pois a produção gera empregos contribuindo com o estado que passa a arrecadar mais impostos.

Este beneficio mutuo entre os agentes econômicos foi bom para países como o Brasil cujo mercado interno e relativamente grande.Porém,a produção nacional neste modelo cresce protegida e não há concorrência externa.A conseqüência é o comodismo do empresário que não progride e á longo prazo se torna ineficiente.

A falta de gastos elevados com pesquisas tecnológicas é outra desvantagem deste modelo econômico e deve ser analisada; decorrente do nível pequeno de produção, os investimentos de "Upgrade" se tornam limitados justamente pela falta de capital.Isso põe o produto nacional em desvantagem com o concorrente externo tornado a mercadoria absoleta.

O Modelo Exportador por sua vez tem por objetivo desenvolver uma atividade produtora em níveis técnicos, que seja capaz de suprir tanto a demanda do mercado interno quanto ser competitiva no exterior.

Os benefícios deste modelo econômico se encontram principalmente nos fatos de que em uma política voltada á exportação, a mercadoria nacional encontra um mercado amplo, o que permite uma produção em larga escala reduzindo eventuais custos de manufatura.

No mercado externo a mercadoria nacional não se encontra amparada por leis protecionistas impostas pelo estado. Isso obriga o produtor a um constante desenvolvimento técnico, deste modo, o consumidor nacional adquire produtos de melhor qualidade por um preço mais em conta.

Como o estado está diretamente interessado na venda dos manufaturados produzidos, uma política que vise o desenvolvimento tecnológico dos meios de produção será incentivada beneficiando o campo cientifico do país.

As vantagens oferecidas por este modelo econômico são tentadoras, porém, atingi-las requer uma implantação sólida deste sistema político-financeiro; o que não é tão fácil. A conquista do mercado externo é algo difícil devido á concorrência das potencias tradicionais que já tem tradição no mercado. Por exemplo, um país como o Brasil, apesar dos recentes avanços nas áreas de tecnologia, não conseguiria (ainda) disputar vendas com exportadores tradicionais como o Japão ou os EUA.

Além disso, países desenvolvidos oferecem resistências na transferência de tecnologia para países mais pobres, o que faz com que o produto nacional fique em desvantagem no mercado internacional.

2.1 MODELO IDEAL

Definir um modelo de política cambial ideal requer uma análise profunda da situação verdadeira do estado. Sem os referentes dados, a solução mais passível seria primeiramente a identificação do mercado interno.

No caso de países com mercado interno grande como é o caso do Brasil.O Ideal seria iniciar o processo produtivo pelo método de substituição das importações, com tarifas alfandegárias protecionistas.Entretanto, estas tarifas deveriam seguir uma regressão geométrica em função do tempo.De modo que a cada ano se tornem menores.

Quando as taxas de proteção atingirem um determinado ponto de equilíbrio, o mercado passa automaticamente para o modelo exportador.Obviamente,nesta política nem todos os produtos encontrariam espaço no mercado externo.Estes produtos deveriam manter taxas alfandegárias altas dando seguimento a política de substituição.

Países com mercado interno pequeno como a Coréia do Norte,Japão, etc.; devem estimular a política de exportação, dando subsídios,concedendo empréstimos ao empreendedor, etc.Porém, como ocorre nos países citados, deve haver exigências de metas de desenvolvimento técnico.O País deve concentrar suas exportações nos produtos em que poderá ser competitivo de modo que a produção não pare quando cessar subsídios.

3.CONCLUSÃO

Não há melhor ou pior modelo de política cambial.Exportar em larga escala ou substituir importações dependerá da real situação em que se encontra o estado.Ambas políticas econômicas encontram dificuldades e são detentoras tanto de pontos positivos como pontos negativos.


Autor: Erick Jonas Costa Gomes


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