MEU FALECIDO MARIDO MORREU!!!



Conto                          Meu Falecido Marido Morreu

__  Numa cidadezinha de interior com pouco mais de oito mil habitantes.   Vivia um afamado médico e cientista, o Dr.  Alfredo Carneiro Ovelha Pinto, que acabara de desenvolver, um remédio para cura de uma doença que ele mesmo constatou!    Essa doença só atingia mulheres casadas, onde após usar o viuvex, remédio desenvolvido pelo Dr. Alfredo, acabavam tornando-se viúvas e curadas, é claro que isso só acontecia depois de terem seguido todas as recomendações.

   Primeiro ele examinava bem a paciente com uma série de questões  e ia anotando numa prancheta, se a resposta fosse a favor a doença ele anotava negativo, e se fosse contra a doença era positivo, no final fazia uns cálculos médicos e pronto, aí estava o seu diagnóstico! 

Pergunta nº 01: Seu marido dorme em casa todas  as noites?

R: Negativo.

Pergunta nº 02: Quando ele dorme em casa vocês copulam?

R: Negativo.

__ Caso a paciente não entendesse, ele reformulava a questão.

Quando ele dorme em casa vocês transam?

R: As vezes sim, as vezes não, negativo + positivo= Negativo.

Pergunta nº 03: Você tem orgasmo com seu marido?

R: Com meu marido não!

Positivo + negativo= negativo

__ OK!  Já encontrei o seu problema!  Você está sofrendo de maridofobia.

__ E tem cura DR.?

__ Não!

__ E o que é que eu faço?

__Nada, apenas espere uns quinze dias e, você vai está sofrendo de maridotransformoumulheremfrígidaantesmortedoqueissoiti!

__Então você volta aqui e eu te passo o remédio viuvex, é cura imediata!

__Vinte dias depois...

__Quanto as dores do corpo DR. Alfredo não se preocupe, só volto amanhã para demonstrar meu apreço por sua medicina, acho que sofria mesmo era de carência, depois que meu falecido marido morreu eu nunca mais... bom, eu já vou não quero interromper seu trabalho, vejo e ouço daqui do seu consultório a fila enorme de outras pobres coitadas que sofrem do mesmo mal que eu sofria, ah DR. Qual é mesmo o nome da doença?  Não não! Não diga!

    É maridofobia, correndo um risco tremendo de passar à se tornar MARIDOTRANSFORMOUMULHEREMFRÍGIDAANTESMORTEDOQUEISSOITI.  Que foi o meu caso, quando lembro, ah meu pobre marido!   Mas ele me amava tanto que hoje estou curada, graças ao amor dele, e ao seu remédio DR. Alfredo, é engraçado porque o remédio sendo pra mim quem tomava era ele.

            Agora DR. O senhor vai passar o mesmo remédio para as outras senhoras, que breve creio em Deus também vão estar curadas!   Depois que o senhor desenvolveu essa cura, que só poderia vir de um homem de ciência como o senhor, inteligente, sabe que até o comércio tem tido sua fatia merecida nesse negócio que é a sabia medicina.   O Tonho das flores tem vendido cada arranjo lindo, já comprou até uma carroça e contratou neguinho o filho da minha vizinha, a funerária Santo Antônio, o santo casamenteiro, tem vendido caixões de luxo, e promessa pra santo Antônio pra conseguir casamento só lá no céu, afinal lá ninguém vai ter aqueles desejos!   O Padre Venâncio ta feliz da vida, pois é tanta missa de sétimo dia, que sobrou até dinheiro para fazer uma festa na paróquia para comemorar!   As lojas e os mercados, todo mundo comprando roupa nova pra ir para os enterros, é tanto cafezinho, bolachinha, pãozinho, e até cachaça pra beber o morto!   Daí o senhor ver.

   DR. O seu remédio tem contra-indicação?

__Não, por que?

__Graças à Deus, é que sobrou um pouco de viuvex que eu comprei ao senhor, e então fiz uma caridade, ontem entreguei a uma senhora que encontrei triste numa calçada, o senhor acredita que ela estava ainda pior do que eu, se ela seguiu minhas recomendações, quero dizer, as suas recomendações, afinal eu só fiz repassar tudo o que o senhor me ensinou:   Acorde cedo, primeiro que o seu marido, não deixe ele perceber que você está com viuvex, coloque sete gotas no seu suco ou café e, faça-o beber tudinho, e depois de quatro horas em ponto o remédio fará efeito.

   Ah quando eu lembro!   Pobre Maria Carneiro Ovelha Pinto, tão moça e já sofrendo tanto.

   DR. O senhor está bem?

Autor: Jonas Mello


Autor: Jonas Mello


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