O Papel do FEEDBACK POSITIVO na Ovulação



                       Por Rafael Pereira de Albuquerque                  Os hormônios são substâncias químicas, produzidos por glândulas endócrinas, injetados na corrente sanguínea, atingindo o tecido-alvo que contêm receptores específicos. As principais funções dos hormônios são reprodução, crescimento, desenvolvimento, metabolismo e a modulação do comportamental. O Sistema Endócrino é o conjunto de glândulas responsáveis pela síntese e regulação dos hormônios.

Os órgãos que compõem o Sistema Endócrino são: Hipotálamo, Hipófise, Glândula Tireóide, Paratireóides, Pâncreas endócrino, Glândulas Adrenais, Ovário (na mulher) e Testículos (no homem)

O hipotálamo, localizado no Sistema Nervoso Central, ao nível do centro da visão, está relacionada fisicamente com a hipófise, mediante um estreito canal denominado infundíbulo da hipófise. Esses dois órgãos comandam a síntese de hormônio pelas glândulas do sistema endócrino, através de estímulos de retroalimentação, FEEDBACK, positiva ou negativa, dos hormônios secretados pelas glândulas-alvos, promovendo, desta maneira, o equilíbrio das funções orgânicas.

Neste trabalho, será feita uma breve abordagem da atuação do FEEDBACK POSITIVO, nas funções hormonais do sistema reprodutor feminino.

O ovário é o órgão responsável pela síntese dos hormônios gonadotrópicos e do desenvolvimento de folículos, contendo os gametas femininos. O ovário responde aos estímulos dos hormônios Folículo Estimulante  FSH e Lúteo Estimulante  LH, secretados pela hipófise anterior, para sintetizar os hormônios ESTROGÊNEO E PROGESTERONA, promovendo o amadurecimento dos folículos ovarianos, bem como das características sexuais secundárias individuais. Esses hormônios exercem efeito por retroalimentação sobre o hipotálamo e, também, na hipófise anterior, influenciando os pulsos de liberação de FSH e LH. Esse mecanismo é denominado FEEDBACK.

Quando os níveis séricos do hormônio estradiol estão baixos, ocorre um FEEDBACK POSITIVO sobre a hipófise anterior para liberar FSH, que atuará no ovário, provocando a maturação do folículo dominante, através do desenvolvimento e proliferação das células da granulosa no folículo ovariano. O maior número de receptores de FSH nas células da camada granulosa dos folículos ovarianos mobiliza a enzima AROMATASE, que converte os andrógenos produzidos pelas células da TECA, em ESTRADIOL. O estradiol, por sua vez, provoca aumento das células da granulosa e receptores de FSH. No processo de geração, apenas um folículo primordial consegue alcançar o estágio de maturação, constituindo o folículo dominante, por volta do quinto ou sétimo dia do ciclo. Os folículos que não alcançam a dominância entram em um processo degenerativo denominado ATRESIA folicular. O FSH provoca importantes mutações intrafoliculares, as quais são necessárias a expulsão física do óvulo.

Ao passo em que o folículo se desenvolve, aumenta-se a secreção do hormônio estradiol na circulação sanguínea, o que provoca um FEEDBACK NEGATIVO, sobre a hipófise, inibindo a síntese de FSH e, ao mesmo tempo, emite pulsos de FEEDBACK POSITIVO, que provoca o aumento da secreção do LH, pela adeno-hipófise. O declínio da concentração do FSH induzido pelo FEEDBACK de estradiol não interfere na maturação do folículo dominante, pois os níveis de FSH intrafoliculares são suficientes para o seu crescimento.

Na fase mediana do ciclo, acontece o pico do LH, sob o estímulo do FEEDBACK POSITIVO DO ESTRADIOL sobre a hipófise anterior. Em contrapartida, quando os níveis de estradiol estão baixos, ocorre um feedback negativo sobre a hipófise anterior, que produz uma declínio da síntese de LH. Quando os níveis de estradiol atingem um limiar crítico, o efeito inibitório sobre a secreção de LH converte-se em uma ação estimulante, propiciando uma descarga de LH, pelo sistema porta hipofisário.

O pico do FSH, na fase intermediária do ciclo ovariano, é imprescindível para assegurar uma resposta de LH compatível para a formação do corpo lúteo hábil. Assim, o FEEDBACK POSITIVO DO ESTRADIOL estimula a hipófise anterior a elevar os níveis do hormônio Lúteo Estimulante, no estágio denominado PICO DE LH, promovendo uma acentuada secreção de PROGESTERONA e conseguinte expulsão do óvulo para a fecundação.

João Pessoa

Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, abril de 2010

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*Rafael Pereira de Albuquerque: é estudante de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, Paraibano, nascido em Cajazeiras, morou em Campina Grande e atualmente reside com a família em João Pessoa.


Autor: Rafael Pereira De Albuquerque


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