CORAÇÃO DE PAPEL - MISTER BASCON: o cão nadador



MISTER BASCON: o cão nadador

 

Lembro-me perfeitamente do dia em que eu, meu pai, minha mãe e minha irmã fomos à casa de uma conhecida chamada Dona Araci, para buscar aquele cãozinho da raça Fox.  Ele era tão pequenino, com pelos longos negros e umas poucas manchas na cor marrom, bigodes compridos, olhos amendoados e bem escuros que ficavam totalmente encobertos por seus pelos.

 

Eu estava muito feliz, pois ele seria o nosso cãozinho, nosso companheiro. A ele demos o nome de Mister Bascon, por causa de um filme que passava na televisão no qual o cão tinha esse nome. Com o passar do tempo, carinhosamente foi apelidado de Basquito.

 

Ele era a travessura em forma de cão, corria, latia e adorava fazer festinha quando eu chegava da escola. Aprendeu rapidamente a pegar o rabo girando de um lado e depois de outro. Rastejava pelo tapete da sala e ficava deitado ao pé do sofá enquanto assistíamos televisão.

 

Quando ele estava com fome, pegava a vasilha de comida e trazia até nós para mostrar que ela estava vazia. Quando estávamos molhando as plantas ou lavando o quintal ele adorava entrar no meio da água e ficar todo molhado.

 

Sempre que viajávamos para a praia, o Basquito era o primeiro a entrar no carro, viajava em pé apoiando as patinhas no encosto do banco e sentindo o vento da janela. Ao chegar à praia ele corria pela areia em direção ao mar e nadava de maneira invejável. Depois de nadar bastante ele saía da água e se esfregava na areia, cavava buracos, corria, rastejava e ficava todo sujo de tanto brincar.

 

Basquito era um cãozinho que ficava dentro de casa e só saia à rua quando estávamos juntos. Ele não era acostumado a andar sozinho pela rua, pois ficava nervoso e começava a latir e correr atrás dos carros que passavam.

 

Em uma noite de verão, tivemos a triste notícia de que um tio havia sofrido um grave acidente de carro e que estava hospitalizado. Ficamos todos muito tristes e reunimos toda a família para rezarmos em nossa casa. Ao término de nossas orações, quando um de meus tios se despediu e foi embora, nós não vimos que o Basquito saiu à rua e acabou sendo atropelado. Ao ouvir a freada do carro, saímos correndo para a rua e já o encontramos caído no chão. Fizemos respiração boca a boca, massagem cardíaca ... tentamos de tudo para reanimá-lo
Autor: Valdessara Constancio


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