CORAÇÃO DE PAPEL - TROVÃO: O POTRO TRAVESSO



TROVÃO - o potro travesso

 

Estavam soltos pelo pasto o garanhão Corisco um belo cavalo meio sangue de raça Manga Larga, cor avermelhada, alto e imponente, seu relinchar ecoava pelos ventos e a égua Safira meio sangue Manga Larga, branca, mansa e com olhos bastante expressivos.

 

Era primavera e os dois corriam livres pelo pasto de nosso sítio e namoravam. Com o passar do tempo nós percebemos que a Safira estava um pouco mais gordinha porque estava prenha. Daria cria a um filhote e estávamos ansiosos para saber se nasceria uma fêmea ou um macho.

 

Dedicamos atenção especial a ela, além de alimentação farta. Vitaminas misturadas à ração, bastante água e vacinas para protegê-la e também ao bebê. Deixamos de montá-la para não forçá-la e não prejudicar a cria.

Após onze meses de prenhez, numa tarde chuvosa, a Safira se aninhou em baixo de uma árvore no pasto e deu cria a um potrinho macho que nasceu no meio da tempestade e a quem demos o nome de Trovão. Eu e meus filhos pulávamos de alegria no meio da chuva e comemorávamos o nascimento de nosso primeiro potro.

 

Após o nascimento, a Safira lambeu muitas vezes seu filhote e ele começou a mamar o primeiro leite, chamado colostro que é rico em vitaminas e substâncias imunizantes contra doenças. Depois de mamar bastante o Trovão ensaiou ficar em pé, com suas pernas ainda bem fracas e sem muita coordenação motora, cambaleou e caiu ao chão recebendo o carinho de sua mãe que estava sempre ao seu lado e vez ou outra o empurrava com o focinho para fazê-lo andar.

 

Assim foram os nossos dias no sítio, acompanhando os primeiros passos do Trovão, seus tombos e suas primeiras artes.

 

Ele nasceu com uma pelagem escura, marrom e com uma mancha branca bem no meio da cara, com o tempo os pelos foram mudando de cor e ele ficou mais claro, em tom caramelo. Tinha olhos espertos e era muito curioso, tudo ele queria ver de perto e era sempre observado pela sua mãe, a quem recorria quando ficava assustado com algo.

 

Ele foi crescendo e também corria pelo pasto junto com seu pai Corisco e sua mãe Safira. Trovão, assim como toda criança, gostava de fazer travessuras. Trovão cresceu e se tornou um lindo cavalo, alto e imponente como o pai, manso e obediente como sua mãe.

 

Meus filhos ensinaram o Trovão a trotar, marchar, cavalgar e ele se tornou um excelente amigo.


Autor: Valdessara Constancio


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