Nossa, logo você, um cara estudado...Defendendo o Lula?
Inicio o texto com a frase acima, tendo em vista que ela é demasiadamente pronunciada nas ruas, tanto pelas pessoas estudadas, como pelas pessoas analfabetas. Porém, antes que o leitor também comece a tirar suas conclusões, tenho que reafirmar aqui que não sou petista e sou totalmente apartidário. Na verdade, o que eu percebo, é que as pessoas pronunciam a frase sempre num tom preconceituoso e hipócrita, como se vivessem num país com níveis educacionais espetaculares. O preconceito está embutido diretamente nas expressões das pessoas e se manifesta em exemplos como o que citei. Para se ter uma idéia, consultando o Wikpedia, poderemos observar, que a definição da palavra preconceito é a seguinte: É um juízo preconcebido, manifestado geralmente na forma de uma atitude discriminatória perante pessoas, lugares ou tradições considerados diferentes ou "estranhos... Então eu lhes pergunto: O que Lula tem de estranho aos olhos dos brasileiros? No meu mode ver, nada, aliás, ele é a verdadeira controvérsia, por exemplo, do seu grande programa, o bolsa família, que acaba deixando as pessoas acomodadas, reclamando da vida e não fazem nada para reverter o quadro. Por que tô disendo isso? Justamente porque mesmo sem o tal bolsa familia, nascendo em meio a pobreza e ralando no duro trabalho metalúrgico, ele (Lula) conseguiu chegar a ser presidente da república. Um exemplo de obistinação, perseverança e conquista.
Também não quero e nem vou penetrar muito no mérito da questão, se ele deveria ou não ter estudado um pouco mais, como muitos outros exemplos de pessoas pobres que conseguiram subir na vida através dos estudos. Apenas vejo que há um claro desconforto da população, pelo fato de Lula não ter concluído seus estudos, de ter uma origem miserável e de ter tido a ousadia de tornar-se Presidente da República. Entendo que cada um tem seu momento, sua oportunidade, seu interesse e sua forma de agir aqui no planeta, mas não dá para aceitar que num país como o Brasil, onde grande parte da população é analfabeta, outra metade é analfabeta funcional e uma pequeníssima minoria, que se diz estudada, ainda fiquem pronunciando algo desse tipo. Dentro desse contexto mesmo, eu até me consideraria inserido na segunda turma, a dos analfabetos funcionais, pois ainda estou no primeiro andar desse gigantesco edifício que é, em princípio, saber escrever e falar com perfeição o meu próprio idioma.
É mais triste ainda, quando agente depara com pessoas cultas (estudadas), que no passado sofreram tanto para conseguir se formar, mas de repente, quando atingem o seu objetivo, passam a esculachar as pessoas menos estudadas. Viram as costas para seu passado e sua realidade. Esquecem que ainda há muito por fazer neste país, que há ainda muitas pessoas na fila querendo subir ao topo da pirâmide também. Nas escolas, dificilmente aprendemos a respeitar isso, ou seja, depois que chegam ao apse da carreira, passam a pisotear os que ainda estão subindo. Um lutador faixa preta em artes marciais, por exemplo, não é doutrinado pra sair batendo em qualquer um na rua, mas sim, para proteger as pessoas e/ou até mesmo defendê-las quando necessário. Tudo isso, talvez, seja o reflexo do dna eurocêntrico que carregamos em nosso sangue até hoje, oriundo ainda daquela época em que fomos colonizados pelo egocentrismo europeu. Um exemplo claro desse preconceito todo está ocorrendo na copa do mundo na África do Sul, onde o povo branco e rico não demonstra interesse algum em se misturar com o povo negro e pobre que, aliás, estão preparadíssimos para fazer uma grande festa.
De qualquer modo, você que vai votar nessas próximas eleições, não pode se deixar influenciar por esta conversa fiada de que o cara tem que ser estudado, ter doutorado, ter mestrado, reinado, papado ou ter sido beatificado. Para ser competente, principalmente em se tratando de política, não precisa de muita coisa, a não ser muita honestidade, coragem e força de vontade. Não deixe que qualquer pessoa na rua minimize a sua decisão. Tudo isso é um processo democrático e se assim não fosse, não haveria necessidade de ter eleições. Não vote em qualquer um dos candidatos por receio de não ser bem aceito em seu meio. Se alguém, amigo ou não, direta ou indiretamente, quiser fazer chacota com você, pela escolha do seu voto, certamente não merecerá mais estar em seu círculo de amizades. Repense isso e exija respeito. A própria mídia vem programada para polarizar em apenas dois lados o processo eleitoral, com se houvessem apenas duas opções. Isso divide o Brasil ao meio, cria barreiras e derruba pontes, tomem muito cuidado com isso e procurem votar de consciência limpa, sem preconceitos...
Mário Sérgio Melo Xavier
Autor do Blog: www.dnoto.blogspot.com
Autor: Envergaduramoral .Com.Br
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