Fragmentos - Silene



Seu nome soava como um defeito. Como um adjetivo ao mesmo tempo negativo e grego. Não que eu conhecesse grego, nem gregas infelizmente. Qualquer dia vou atrás dessa questão.

Mas, retomando, ela era de uma beleza instigante, olhar curioso que se divertia enquanto vasculhava minha mente.

Eu a conheci por acaso, numa daquelas situações muito freqüentes, onde, num bar com treze mulheres, doze sozinhas e uma acompanhada, é essa maldita que me atrai.

Ainda não apanhei por causa disso, mas o risco é cada vez maior, proporcionalmente à atração recíproca. Elas também, cacete!, resolvem se interessar por mim.

O bar, na verdade um restaurante no centro velho que, em épocas áureas de turistas havia se tornado famoso, pelas bacalhoadas e pelos bolinhos de idem. Ainda hoje, na esquina da Gabus Mendes com a Basílio da Gama, o Califórnia ostenta no luminoso o título de "o melhor bolinho de bacalhau da cidade".

O garçon da noite, que chamamos de Tatu, pela semelhança com o ator da série Ilha da Fantasia (alguém ainda lembra?), era um primor. Digno representante dos clássicos garçons da época boêmia de São Paulo, que meu pai tanto cantava em versos e prosas. Tem uma maestria em entregar bilhetes com telefones e recados, que invejo até hoje.

E lá se foi meu guardanapo de papel, incriminador se parasse em mãos ciumentas, com um seco telefone e um nome. De forma mágica, chegou até ela, não me perguntem como. Quando foi embora com seu par, a viradinha rápida para trás, o sorriso breve e cúmplice selou a investida.

Longos e esquecidos dias se passaram. Numa tarde de quarta feira, com o saco cheio do serviço, contando os minutos para a hora da cerveja, toca o celular. Na bina um número desconhecido. De celular também; Atendi todo formal, e pela primeira vez ouvi seu nome :

- Oi, é a Cilene, lembra de mim ?

Pensei "claro ... que não!", e na hora um pensamento disparou "e ela passou por mim, silene ...".

Depois de responder com uma justificativa misturada com um galanteio de última hora, confessei que não lembrava. Como iria lembrar ? Ela riu, e sentenciou :

- Então, vai se encontrar comigo, no escuro ?

Respondi sem pensar, maldito defeito.

- Mas, depois posso acender a luz ?

Aí ela riu de novo, e eu me rendi. Nunca tinha ouvido um riso tão gostoso, tão íntimo, e marcamos para a quinta mesmo, não havia tempo a perder, no fatídico Califórnia.

E, quando a vi entrar, sorrindo, um vestidinho leve, flutuando entre as mesas, esqueci todas as precauções que tanto passo para meus filhos. A droga do "faça o que eu digo, não o que eu faço...". Me levantei de imediato, largando os amigos e a cerveja. Afinal, eles e ela sempre estão nos esperando, não é mesmo ? E ela veio, braços estendidos, aquelas deliciosas mãos me procurando como se fossemos antigos amantes.

O abraço, seguido do roçar nos lábios e no rosto, e eu já a estava pedindo em casamento.

O pessoal, mais tarde, não acreditou quando eu disse que era a primeira vez... Aliás, eles têm o péssimo costume de não me levar a sério. Dizem que, umas embelezadoras goela abaixo, eu peço até poste em casamento. Bobagem.

As horas seguintes foram deliciosas. Aquela coisa de contar sobre si, de ouvir, de deixar os provolones à milanesa virarem pedaços borrachudos e encharcados de óleo, a cerveja a perder a espuma, e o cigarro a virar um bastão de cinza.

Lá pelas tantas, quando percebemos que o barman, o Ari (grande Ari), já estava sem camisa jogando água no meio das mesas e dos nossos pés, nos demos conta que a meia noite estava chegando.

O grande amigo, seu Luís, de trás do caixa, nos olhava sorrindo, e, bom português que era, com toda a aquela civilidade européia, dizia para o amigo ficar à vontade, como se fosse fechar a casa e nos deixar dormir entre as caixas de cerveja. E, olha que ele é bem capaz disso. Uma noite nos deixou do lado de fora do restaurante, quatro amigos discutindo os problemas do mundo, uma mesa e algumas cervejas. Simplesmente fechou e foi embora. Até hoje não faço idéia quem guardou as coisas. Mas tenho uma foto testemunhando o momento glorioso.

Paguei a conta, uma porção de coisas não comidas nem bebidas, e saímos em direção à Ipiranga. Passamos no Zero Hora e tomamos mais uma cerveja, acho que a primeira realmente apreciada.

Lá fora, perguntei candidamente :

- Vamos esticar a noite ?

E ela, muito prática, devolveu na lata :

- Vamos ver quem mora mais perto.

Eu em Osasco, ela em Santana. Empate técnico. Aí eu resolvi, todo cavalheiro :

- Vamos para a minha casa.

Afinal, na dela ou na minha, isso já estava resolvido.

Ela se aconchegou nos meus braços, e deliciosamente concordou com uma mordida na minha orelha.

Chegamos a minha casa, e já passava da meia noite e meia. Abri os portões, espantei o guarda noturno curioso, fui até a varanda e abri a porta da sala enquanto acendia as luzes. Guardei meu morcegão (um maravilhoso Opala 82, preto, 2 portas), fechei o portão e a levei no colo para a sala.

Sorrindo feito uma rainha, entrou. Ou melhor, assumiu a casa. Voltei para fechar o carro, e entrei na sala. Ela estava me esperando, ou melhor, me recepcionando. Parecia que eu era a visita.

Me pegou pela mão e correu a casa toda, parando em cada móvel, em cada cômodo, inspecionando. Tomava ares de aprovação em cada detalhe de arrumação (afinal, sou virginiano) e franzia a testa quando não gostava de alguma coisa. Mas, eu, cego de paixão e tesão, nem reparava. Tudo era uma maravilha.

Na sala de jantar (grande pretensão) o teste foi mais difícil. Tenho dois troféus, roubados da porta de um boteco no Campo Belo e de uma banca de jornais no centro. O primeiro é um Zeca Pagodinho com uma Brahma na mão (não largo meu amor, voltei, lembram ?), e o outro é uma Mel Lisboa só de calcinhas, olhando para trás (para o Zeca), com cara de perversa, como diz o meu grande amigo Benê. Esses dois totens servem de anteparo para minha esquecida bicicleta.

Olhou com ar de desaprovação para os dois e disparou :

- Esta sala é pequena demais para eles e eu !

Naquela hora eu até mandava minha mãe embora, se ela ainda fosse viva e morasse comigo. Mas resolvi que havia um limite. Cacete, nem cinco minutos e já queria mudar as coisas ? Precisei de toda minha argumentação para lhe explicar que eram símbolos de momentos especiais da minha vida (na verdade, dois porres homéricos). Toda a poesia do Zeca e toda a beleza e juventude da Lolita, na verdade, eram uma homenagem aguardando a chegada dela.

Sei lá se colou ou não, mas as mordidas na orelha recomeçaram, e dali para a cama foi um pulo (na verdade alguns pulos, para não perder o encaixe).

Foi uma madrugada de amor deliciosa. Ela era todinha desfrutável. Depiladíssima, sensível da raiz dos cabelos às solas dos pés (e que pés, amigos !). Se contorcia e se derretia em orgasmos múltiplos, numa seqüência, digamos, silene.

Experimentamos de tudo um pouco, se bem que a fundo. Largada nos meus braços, lá pelas tantas, declarou, sonolenta :

- Amanhã você começa a ser meu... e dormiu.

Eu ainda fiquei uns cinco minutos acordado, pensando no que mais eu conseguiria ser dela, mas, cansado, dormi ao seu lado.

Nove e meia da manhã, sol explodindo na minha cara, acordei com o barulho da empregada começando a arrumar a casa. Na hora lembrei das inúmeras peças de roupa largadas pela casa toda. E mulher devia estar indignada.

Que nada. Quando abri a porta do quarto, me deparei com uma pilha de roupas arrumadinha, na soleira. Dei bom dia para a senhora, sem me preocupar em olhar para o seu rosto, censura pura. Peguei o jornal, preparei dois sucos de caju, e voltei para o quarto.

Ela acordou manhosa e safada. Porta fechada, suco de caju aqui e ali, e tome polca. Fomos na toada até a hora do almoço, quando batidas na porta, literalmente, interromperam o coito.

- Acabei tudo. Tenho que limpar o quarto !

Vesti o roupão, e delicadamente dispensei a empregada. Não ia admitir que o quarto fosse arrumado. Ele estava bom demais daquele jeito. Resmungando ela foi embora, com um olhar misturando inveja e curiosidade.

Porém, quando voltei ao quarto para a retomada, ela já havia ido, silenemente, para o banho. Tentei entrar no box, mas ela foi decisiva :

- Faça a barba enquanto eu me banho, depois você vem.

Entre esperançoso e resignado me barbeei.

Olhava para a droga do acrílico fosco, e os contornos do seu corpo me deixavam numa situação complicada. Fica difícil se barbear, tentando se encostar na pia daquele jeito.

Ela se curvava para ensaboar as coxas, e eu quase me cortava.

Ela passava a espoja entre as pernas, e eu passava o pincel no nariz.

Quando finalmente terminei o barbear, corri para a ducha. Ela estava maravilhosa, linda, e eu, arma apontada, parecia um bárbaro diante de uma virgem; Não que ela e eu fossemos as duas coisas, mas, oras, a comparação me pareceu ótima. E eu estava disposto a entrar de sola, barbaramente.

- Você ainda está assim ?

A pergunta me soou como se ela estivesse vestida para uma festa, e eu, um idiota pelado.

Acho que a cara de abandono que fiz foi tão convincente, que ela sorriu e se ajoelhou.

Depois de uma meia hora tentando me acalmar de todos os modos (todos!), conseguiu que eu relaxasse sentada no meu colo, se contorcendo como uma dançarina do ventre. E que ventre !

Duas da tarde. Meio largado me lembrei do serviço.

Corri ao celular e teatralmente descrevi um quadro horrível, diarréias, vômitos, tontura, o diabo a quatro. Não iria trabalhar, estava esperando um táxi para ir ao hospital. Tudo bem, qualquer coisa eu avisava.

Os dois vestidos, embora eu ainda quisesse mais (rapaz, virei um bicho!), entramos no carro. Aí ela contou seus planos :

- Vamos até minha casa, pegar umas coisas, e depois você vai comigo ao teatro.

Teatro ? Naquela hora ? Que cacete de teatro estaria aberto, sexta feira, naquela hora ? Só se fosse teatro infantil, peça de escola ...

- Não está aberto. Eu faço parte de uma peça que vai estrear daqui a duas semanas. Hoje tem ensaio.

Uma atriz ! Ainda não famosa, mas uma atriz ! Caraca, véio, eu nem sabia o que dizer.

Fomos para Santana, e esperei no carro em frente ao prédio onde ela morava. Meia hora depois ela voltou com duas sacolas de loja, cheias de coisas.

Eu adoro essa palavra, coisas. Generalizando, dá margem às mais amplas considerações. Quando meus netos, a Vittória e o Pedro, vão comigo na padaria, batem palmas contentes "Oba, vamos comprar coisas". Essas coisas ...

Bem, de Santana nos dirigimos ao centrão. Numa travessa da Amaral Gurgel paramos em frente a um galpão. Ela desceu, e fui procurar um lugar seguro para deixar o morcegão. Por sorte do lado havia um 24 horas, preço barato. Estacionei numa vaga ótima, levando as chaves. Não gosto de manobristas ralando meu carro.

Entrei no galpão. Na porta, um negrão me barrou.

- E aí, mano, está na peça ?

Respondi, todo simpático.

- Estou com Silene.

Naquela hora me senti num hospital declarando uma doença contagiosa, venérea.

O negrão fechou a cara, foi lá dentro, e voltou, todo amigo.

- Pode entrar, branquelo. A mina falou que você é o cara dela, e, com uma mesura cínica me deu passagem.

"Cacete", pensei, "que porra de lugar é esse ?".

Passei por um corredor e me deparei com um pequeno teatro. Umas cem cadeiras vazias, na penumbra, e no palco iluminado uma dezena de atores, com vestimentas variando de hippies a gregos.

Silene estava lá. Descalça, uma túnica semitransparente, e lá fui eu de novo, precisando de um banho de novo com ela.

Atravessei entre as cadeiras e me acerquei do palco.

- Silene ! chamei todo alegre.

Fez-se um silencio sepulcral. Ela me olhou, assustada. Os atores pareciam como um ovo partido no ar, congelado, entre a casca e a frigideira. O diretor me olhou como um padre vendo sua missa interrompida por um grito profano.

Ela olhou para o diretor, se desculpando.

- É meu namorado, não conhece teatro, desculpe...

O cara virou para o meu lado, e, estendendo a mão disse, todo afetado :

- Venha cá rapaz !

Ora, já faz tempo que não sou o que se chama de rapaz. Meio século depois de ter nascido tenho (às vezes, confesso) consciência da minha idade. Mas, subi à ribalta, achando aquilo meio divertido.

- Com que então o senhor interrompe meu ensaio, não é mesmo ?

Tentei responder, mas o xarope não me deu atenção. Voltou-se para Silene, reprovador.

- Um amador !

Aí meus brios (idiotas) encheram o salão.

- Amador o cacete ! O sangue de Moliére corre nas minhas veias !

Sabe quando você perde aquela excelente oportunidade de ficar quieto ? Pois é.

Sardônico (adoro usar essa palavra), o idiota me empurrou para o canto do palco.

- Espera aí, vou testar você, disse ele com um trejeito.

- Epa ! Que papo é esse ?

Sorrisinho safado, o canalha respondeu :

- Teste de interpretação, bobinho...

Me senti perdido. Procurei Silene com o olhar, mas ela, entre constrangida e reprovadora, se misturou ao bando e foi retomar o ensaio. Se esse cara viesse com sacanagem, enfio a mão na cara dele ! E bobinho foi o pai dele, cacete !

Fiquei feito um az de paus ali, parado em frente a uma cortina, esperando o que não fazia a mínima idéia.

Dali a dez minutos a besta do diretor lembrou de mim.

- Moliére, é ? Vamos ver. Quero ver você fazendo um laboratório.

Fazer um laboratório ? Que porra é essa, pensei. Nem química eu conheço.

E, enquanto eu tentava descobrir as intenções do cara (que não eram boas), ele virou-se para mim, teatralmente, e esticando o indicador (mania de bicha!), decretou:

- Interprete um hambúrguer !

Caralho ! Um hamburguer ?

- Diretor, balbuciei, como assim ?

- Ora, como assim ! Moliére, meu caro. Você tem teatro nas veias, ou não ? Haburguere-se.

Ainda tentei.

- Com queijo ou sem ?

Ele me deitou um olhar furimbundo (essa também é boa).

- Se fosse com queijo eu teria dito Cheese Burguer !

Me encolhi todo diante da fúria do outro.

Fiquei parado, confuso. O que é ser um hamburguer ? Olhei para os lados, e ninguém parecia prestar atenção em mim. Nem ela, silenemente dedicada ao seu papel, que até àquela hora eu não tinha descoberto qual era. Jogava os braços para cima, abria as pernas, e com a cabeça caída dizia frases que eu não entendia. Só sabia que ela estava muito gostosa naquela posição.

Antes que ficasse excitado de novo, procurei me concentrar no meu personagem. Afinal, não ia ficar bem um hamburguer de pau duro.

Tentei relembrar o pouco que sabia de teatro experimental (pelo menos era o que eu achava que aquele pessoal estava fazendo, experimentando sei lá o que).

Aí me lembrei de alguns conceitos. Todo compenetrado, braços largados, olhos fechados, procurei pensar em tudo que eu soubesse de um hamburguer.

Daí tive um estalo. Fiquei duro, braços ao longo do corpo, e comecei a tremer.

O diretor me olhou, e perguntou, assustado :

- O que aconteceu, rapaz ?

Quando respondi que era uma caixa de hamburguer congelado, ele desatou a rir, um riso histérico.

- Você é louco ! Eu não quero uma caixa, eu quero um hamburguer só.

Silene me olhava como se eu fosse um assassino.

Desanimado, desmanchei a pose.

Eu não podia decepcioná-la. Não com todo aquele potencial sexual.

Tive então uma das minhas malditas brilhantes idéias. Fiquei de quatro, e comecei a andar pelo palco, mugindo.

O diretor ficou estático. Silene arregalou os olhos. Os outros atores correram para um canto, assustados.

- O que é isso ? O que é isso ? berrava o idiota.

Olhei para ele, e bovinamente, expliquei :

- Estou construindo o personagem.

Se fosse uma comédia não teria provocado tantos risos.

Silene estava chocada. Se jogou nos braços de um Sócrates (me pareceu um) e escondeu o rosto, envergonhada.

O diretor, desesperado, me levantou daquela posição.

- Um hamburguer ! Apenas isso ! Dá para entender ?

E sacudiu os braços, feito um catavento.

Cabisbaixo, fiquei pensando. Como reverter a situação ? Silene nem me olhava mais; Nem parecia aquela ninfomaníaca no chuveiro.

Diabos!, pensei. Eu sou melhor que isso. Se é para ser um hamburguer, vou ser o melhor do mundo. Nem MacDonalds nem BurguerKing, vai ser "o" hamburguer. Ia perguntar que marca o diretor preferia, mas desisti. Ele evitava olhar para mim.

Foi quando me veio uma dúvida filha da puta na cabeça. Dúvida cruel, atroz. Sem respondê-la eu não poderia continuar. Pirei de vez. Não agüentei e chamei o diretor.

- Diretor, questão de ordem !

Maldito costume das velhas assembléias. Mas ele ouviu, e virou-se.

- O que foi agora ?, perguntou com as mãos nos quadris, desafiador.

- Eu tenho uma dúvida fundamental, disse, angustiado.

- Que dúvida ? Ele parecia assustado, depois de tudo.

Silene, quedou-se. Não ele, mas ela.

- Se vou ser um hamburguer, preciso saber !

- Saber o que, porra ! Ele já estava meio descontrolado.

Silene com os olhos arregalados.

- Vou ser um hamburguer cru ou grelhado ?

Aquela frase "o tempo congelou" me veio à mente.

O diretor veio, devagarinho, cauteloso, e delicadamente perguntou :

- Que caralho de diferença faz ?

Aí, toda a minha indignação explodiu :

- Como que diferença faz ? Um hamburguer cru é primitivo, não passou pela purificação. Tem que conhecer o sofrimento da grelha, para transformar-se no supremo estado de ser comestível. De ser devorado. Porra, um hamburguer grelhado é um hamburguer que atingiu o nirvana !

Um soluço, e um corpo no chão. Silene.

Um berro e um ataque inesperado. O diretor e o resto do elenco.

Só não fui linchado pois o negrão da portaria me salvou. Se bem que tomei um safanão dele, enquanto me punha para fora do teatro.

A tarde já havia caído, e a noitinha dava o ar da graça. Apanhei o morcegão e dei o fora.

Voltei para o Califórnia, e, entre várias doses de maria mole (chique, Domeq com Martini Bianco), fiquei pensando sobre como os verdadeiros artistas são incompreendidos.

Onze da noite chegou, com ela os amigos. Fomos para o MyLove afogar as mágoas.

Silene nunca mais me procurou, silenemente desapareceu na noite de São Paulo...
Autor: Adalberto Capelli


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