Sobre como o Edir Macedo maquiou o seu movimento contraditório para parecer igreja evangélica.



Não há dúvida a respeito da perspicácia do fundador da igreja Universal do Reino de Deus, perspicácia esta reconhecida até pelos seus maiores inimigos. Não é preciso entender  todo o processo através do qual um ex-bancário e espírita, construiu a partir do nada um uma grande empresa com fachada de religião, basta  somente ouvir alguns de seus sermões, próprios de um verdadeiro malabarista hermenêutico, para constatar o que afirmo; ou mesmo seu velho vídeo, um dos mais vistos no site de vídeos YOU TUBE , o qual foi anos atrás tão explorado pela emissora concorrente do bispo, no qual, aparece ensinando seus pares a estimular os incautos fiéis a fazerem doações à igreja. O que pretendo demonstrar é que a sua maior realização foi transformar seu movimento no mínimo sincrético e contraditório, numa igreja com nome de evangélica, infelizmente, para a amargura de alguns como eu, que ficam ruborizados diante do que é feito entre eles como prática cristã.

 Como afinal, o Edir Macedo realizou tal feito? Simples, o que ele fez foi construir uma doutrina em forma de estatuto interno, que não entra em contraste com a ortodoxia protestante, isto é, todas as doutrinas que os verdadeiros cristãos professam, como a volta de Cristo, a doutrina da trindade, do juízo de Deus, a ressurreição dos mortos, a salvação pela graça, os dons  espirituais e o batismo no Espírito Santo. Desta forma, podem eles até considerar-se pentecostais, sem, contudo ser censurados como heréticos, com base no seu estatuto interno, que a meu ver não vele para nada, enquanto cristalizado somente no papel. Os Empresários sabem muito bem como funciona esta malandragem, para burlarem a lei trabalhista, pagam o  salário mínimo na carteira, e o restante por fora, e depois que o funcionário é demitido, somente o valor da carteira é acertado, e assim também em relação a outros direitos que só valem no papel, mas lá dentro, na dinâmica do dia a dia a coisa é diferente. O empresário Edir Macedo, com máscara de religioso, se bem que, com mais vocação para falso profeta do que para Donald Trump, percebendo que seu movimento teria mais sucesso, se fosse aceito, pela comunidade evangélica, e pelos leigos de forma geral, cria um estatuto nos moldes da ortodoxia protestante. Caso fosse, atacado por algum apologista cristão sobre o que faz dentro de seus templos, poderia argumentar falaciosamente:  veja o estatuto da minha igreja, não somos heréticos, somos iguais a vocês!

Diante disso, o que faz uma igreja evangélica ser genuína? Um estatuto ortodoxo? Se o estatuto tivesse algum valor em si, poderíamos levá-lo dentro de um centro espírita e torná-lo evangélico, por que não? Porventura, não foi isto mesmo que fez o Edir Macedo na maior das suas malandragens? O que faz uma igreja ser igreja, muito além de suas doutrinas escritas em papeis, é o estatuto de Deus, isto é, as escrituras manifestas na vida da igreja, no dia a dia dos fiéis, na pregação diária e no caráter dos seus líderes. Que valor tem para a vida cristã, que um fundador de igreja, como o Edir Macedo, escrever uma série de livros, um deles sobre a própria doutrina de sua igreja, todos compilados de livros de teologia, se tais ensinamentos nunca são expostos, e nunca fazem parte do modo de vida de sua comunidade? Pelo contrário, o que tem sido uma constante em suas reuniões, é um catatal de superstições, sincretismos, ensinos sem fundamento nas escrituras, tais como, descarrego, fogueira que queima o dinheiro dos fiéis, cuja ênfase reside somente no lucro, através da aquisição de doações para sua organização.  Dizem eles que são pentecostais, que piada de mau gosto, pois falam daquilo que não conhecem; como podem ser pentecostais se não há qualquer manifestação dos dons espirituais, nem santidade de vida? E quanto aos exorcismos? Não é manifestação de Deus? Não devemos confundir um exorcismo, se é que ocorre de fato, com a aprovação de Deus, lembre-se do que disse o Senhor: Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E, em teu nome não expulsamos demônios? E, em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então, lhes direi abertamente: nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vos que praticais a iniqüidade. ( MT. 7.22,23). Até os fariseus faziam exorcismos nos dias de Jesus. Não são os sinais que evidenciam a genuína fé, mas os frutos de justiça, por este mesmo motivo Cristo nos ensinou a identificar os falsos profetas, pelas suas ações morais, quando adverte:  pelos seus frutos os conhecereis.


Autor: Moisés Do Vale


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