Educação e Liberdade



O domínio da utilização das mãos, da linguagem e do cérebro, tanto em sociedade quanto individualmente, trouxe ao homem uma capacidade para o desenvolvimento de atividades complexas. Na atividade relacionada ao trabalho, a primeira mudança, foi à soma da agricultura com a caça e a pesca. Logo depois começaram a ser desenvolvidas as criações do cérebro. As criações do cérebro eram exteriorizadas pelo pensamento e materializadas na política, no direito, na arte e na religião. Essas ciências eram utilizadas como ferramentas para a dominação da sociedade. Já o indivíduo, que executava as atividades manuais, ficava relegado a um segundo plano. Quem planejava o trabalho, já tinha capacidade para ordenar que outros o fizessem (ENGELS, 2010).

Na visão de Smith (1979, p.13), a divisão do trabalho e suas vantagens, não tinham a origem no gênio humano, e sim em uma "consequência necessária" lenta e gradual. O homem tem tendência para negociar e trocar. Sempre necessita da ajuda do seu semelhante, que está disposto a negociar - "Dê-me o que quero, e terá aquilo que deseja". Assim persuadimos nossos semelhantes a nós darem o que queremos ou necessitamos. Nada nos é feito a título de favor, quem o faz ,espera também satisfazer seu desejo. Com o surgimento das instituições, como, a justiça, a religião, a educação; o homem, por meio da burocracia, da ideologia e do discurso (FIORIN, 2009), conseguiu aumentar seu poder de manipulação de massa, deixando o indivíduo cada vez mais alienado e distante da realidade.

A educação é um veículo de grande importância para a libertação do homem, desde que utilizada de forma adequada, ou melhor, na forma como expõe o grande educador Paulo Freire. Este modelo de indicado por ele, a "educação problematizadora," trabalha com a troca de experiências contando com a máxima participação dos alunos e os professores em uma relação horizontal, prevalecendo à teoria dialógica. Ao contrário do primeiro método abordado, temos a educação bancária, que cria no ambiente escolar uma hierarquia, distanciando o professor do aluno, dificultando a dialética entre eles e transformando os estudantes em meros receptores de formação. Este sistema de educação é geralmente o preferido pelos grupos interessados em perpetuar no comando social sem serem contestados.

Seja qual for o modo de divisão de trabalho, regime político ou econômico, vigente em um determinado país, não se deve permitir a presença de qualquer tipo de ideologia arbitrária na educação. Como disse Freire (1987, apud LIMA, 2010), "ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si mediatizados pelo mundo".

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SMITH, A.; RICARDO D. Os pensadores. 2. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1979.

E-REFERÊNCIAS

ENGELS, F. Sobre o papel do trabalho na transformação do macaco em homem. Disponível em: http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/macaco.html Acesso em: 25 mar. 2010.

LIMA, M. E. B. Da pedagogia do oprimido. Disponível em: . Acesso em: 5 abril. 2010.

MEDEIROS, L. M. B de. Paulo Freire: Construtor de educação transformadora. Disponível em: http://br.monografias.com/trabalhos/paulofreire/paulofreire.shtml Acesso em: 30 mar. 2010.

RESENHA do Livro Linguagem e Ideologia (José Fiorin). Disponível em: .

Texto composto por: Waldir Roberto Baccili

Graduado em Direito, Pós - graduando em Direito Público e em Direito Processual Civil.


Autor: Waldir Roberto Baccili


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