VIOLÊNCIA E CRIMINALIDADE: FENÔMENOS EM ASCENÇÃO SOCIAL



Eduardo Veronese da Silva[1]

É perceptível o aumento do índice de violência e da criminalidade em nossa sociedade, tendo como um de seus aliados o uso abusivo de drogas lícitas e ilícitas. Uma ferramenta tecnológica moderna tem contribuído significativamente para esse acréscimo: a comunicação virtual. Este canal de comunicação pode ser feito através do site de relacionamentos (MSN, ORKUT etc.) ou com os modernos aparelhos de Celulares, MP3, IPOD, entre outros.

Segundo leciona Adorno (2000): "a problemática acerca da violência, [...], se relaciona com a crise ou a falência dos controles sociais tradicionais. Acrescenta o autor, que a violência é um fenômeno plural e multi-causal que perpassa anos e atinge todas as camadas sociais".

Registre-se que o uso de tecnologias avançadas era usado nos grandes conflitos de ordem internacional, ou, ainda, pelo serviço de inteligência militar (interna ou externamente), principalmente para prover a segurança e soberania territorial, ou na construção de armamentos bélicos e similares, aumentando sobremaneira a insegurança mundial.

Essa onda crescente de violência tem levado ao surgimento de um sentimento de medo, pânico social ou de sobressalto. Cada pessoa que se aproxima passa a ser um suspeito ou possível agressor, chegando-se até, em certos casos, pertencer ao ciclo familiar.

Fato trágico noticiado pela imprensa no ano de 2009, atingindo grande repercussão nacional, versava sobre uma discussão ocorrida entre pai e filho, o advogado Paulo Fernando Coelho Fleury, de 47 anos e Paulo Fernando Coelho Fleury Filho, de 20 anos, resultando na morte de ambos. Ocorrências assim, tem se tornado em fato comum nos nossos dias.

Estima-se que está havendo uma ruptura do pacto social, vez que se observa uma desvalorização e degradação de princípios basilares e fundamentais para se viver harmoniosamente em sociedade, tais como: solidariedade, afetividade, dignidade humana, justiça social. Estes, entre outros valores, são considerados pelos sociólogos como o "cimento social", ou seja, os alicerces responsáveis pelo bem estar de uma coletividade.

Como escreveu Adorno (2000): "a violência tem invadido vários setores sociais, deixando marcas profundas por onde passa". Nesse sentido, importa realçar três setores sociais que sofrem diária e diretamente com essa onda galopante de violência: a família, a escola e as ruas.

A Família - as estatísticas policiais e pesquisas realizadas pelos órgãos de segurança pública, comprovam que a violência doméstica atinge altos índices de agressividade, e, em muitos casos, motivados pelo consumo de bebidas alcoólicas ou outras drogas. Ressalta-se ainda, que o agravamento desta violência familiar, geralmente ocorre pela falta de diálogo, indisponibilidade de tempo dos pais para com os filhos, pelo abandono e pela violência psicológica. Estas circunstâncias e situações acabam deixando marcas psíquicas profundas, comprometendo o desenvolvimento intelectual e a formação da personalidade da criança e do adolescente.

A escola - instituição criada para promover o desenvolvimento intelectual e educacional da criança, que deveria ser iniciado em casa, envolvendo valores sociais, éticos, morais, regras de conduta em sociedade e expectativas de vida futura. Para Camacho (2003) "a violência se confunde e interpenetra e se interrelaciona com a agressão de um modo geral e/ou com a indisciplina, quando se manifesta no âmbito escolar".

Não se pode olvidar que a escola também pratica violência. Presume-se que a maior violência praticada pela escola (ou seus representantes), é aquela que não permite aos alunos defenderem suas idéias e opiniões, transformando-os em meros reprodutores do saber.

As ruas  foi-se o tempo em que se podia ficar até altas horas batendo um papo descontraído em frente das casas ou embaixo de um poste de energia. De um modo particular e abrangente, a violência tem transformado este espaço público em um verdadeiro campo de guerra. Muitas vezes, testemunhamos a marginalidade impondo suas ordens e determinações para a população, como exemplo, o fechamento do comércio ou o toque de recolher. E, caso estas ordens não sejam cumpridas, podem sofrer tremenda represália, inclusive, com a expulsão de toda a família da comunidade.

A marginalidade tem inovado a cada dia seu modus operandi, isto é, sua forma de agir e praticar violência e o delito. Com isso, tem aumentado seu poder territorial e sua forma de intimidar a população local e, em alguns casos, o próprio aparato de segurança pública.

Por certo, urge a necessidade de implementação de ações coordenadas e conjuntas entre os vários organismos estatais, para se tentar refrear estas ações criminosas (facções), antes que a "bandidagem" passe a ter o controle total do Estado. E, quem sabe, de até ampliar sua atuação criminosa a nível nacional.

Eduardo Veronese da Silva

Licenciatura em Educação Física  UFES.

Bacharel em Direito  FABAVI/ES.

Instrutor do Programa Educacional de Resistência às Drogas  PROERD.

Subtenente da PMES.

Contato:(27) 9863.9443  EMAIL: [email protected]


[1] Licenciatura em Educação Física  UFES; Bacharel em Direito  FABAVI/ES; Instrutor do Programa Educacional de Resistência às Drogas  PROERD; Subtenente da PMES.Contato: (27) 9863.9443 Email: [email protected]


Autor: Eduardo Veronese Da Silva


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