Disponibilidade de água nas Bacias Industrializadas



Disponibilidade de Água para Bacias Hidrográficas Industrializadas.
A FIESP/CIESP teve uma ótima iniciativa ao realizar um workshop sobre trabalhos mostrando o que está sendo feito para preservar e recuperar a QUANTIDADE de ÁGUA, a Produção de Água.
Infelizmente nada de concreto foi mostrado porque na realidade os quatro Comitês de Bacias das regiões mais industrializadas: PCJ(Piracicaba/Capivari/Jundiai), Alto Tiete, Médio Tiete e Sorocaba, pouco, muito pouco fazem por este importante segmento da gestão de RH (Recursos Hídricos)-a QUANTIDADE DE ÁGUA. Incompreensivelmente isto não é, e nunca foi valorizado no CBH-PCJ onde sempre atuei e conheço. Não posso falar dos demais por não conhecer seus trabalhos, mas pelo que apresentaram, seguem o CBH-PCJ que sempre foi referência.
Felizmente a FIESP/CIESP começa a se preocupar não só com a Qualidade da Água como fazem os outros, mas com a importância e necessidade imediata de implantar trabalhos para melhorar a QUANTIDADE DE ÁGUA. Espero encontrar nesta, uma força poderosa para mostrar que há bons trabalhos que deveriam estar no chão há muito tempo, mas nunca foram valorizados e muito menos implantados. Temos o Diagnóstico do problema e a Metodologia para o problema de escassez de água ,com ações que vão atuar diretamente nas entranhas dos impactos que degradam nossas nascentes e consequentemente as redes hídricas de cada Bacia Hidrográfica, diminuindo suas vazões de forma preocupante. Pelo menos isto uma Metodologia), poderia e deveria ter sido apresentado neste worshop.
Na realidade estamos muito atrasados nesta questão e outros trabalhos importantes deveriam estar sendo implantados para preservar e recuperar os mananciais produtores da água, como:
*-Planejamento Econômico/Ambiental-que vai corrigir o errado uso e ocupação do solo rural. Tudo começa aqui :processos erosivos e a baixa recarga dos aqüíferos subterrâneos.
*Zoneamento Agro/Ambiental por Bacia Hidrográfica- definindo a região Produtora de Água/Região Produtora de Alimento/R. P. de Madeira, de Carne, Leite etc., proporcionando uma Gestão coerente de cada situação.
*Política Estadual de Valorização do Produtor Ambiental- é mínima a participação do produtor rural(PR) na implantação de ações ambientais e nada será conseguido sem esta adesão. Quase 90% da área rural ocupa a bacia PCJ. Nesta área rural se encontram os impactos que precisam ser corrigidos e também as nascentes que precisam ser revitalizadas. Tudo começa pelas nascentes, que vão dar origem a toda rede hídrica existente em nossa região.
* Tem muito mais ações /operações/práticas ambientais, que poderiam ter sido citadas em outros trabalhos, mas só para destaque citamos as seguintes: a)-Necessidade de trabalhos em grandes áreas/grandes dimensões; b)-Necessidade de trabalhos Preventivos ( o retorno dos benefícios da maior parte das ações ambientais são lentos); c)-Priorizar região das Cabeceiras d)-Remodelar o Programa de Remuneração do Produtor de Água- pagar com preços reais e justos ( muito mais que a atual proposta) e somente as áreas trabalhadas (área total não). Não dar as implantações gratuitas( paternalismo nunca funcionou...). O P.R. faz sua parte se isto for um bom negócio para ele; e)-Criar Politica Agricola/Ambiental estadual; e)-Estudo decente sobre Barramentos e Represas- não adianta construir novas represas ( caríssimas e muito impactantes) e deixar de consertar a rede hídrica que vai alimentá-la. No período de estiagem, onde temos problemas, o que mantém o volume alto da água da represa, é o bom funcionamento das redes hídricas que ficam à montante da represa. Vamos investir na saúde destas microbacias. Sabem qual é a perda de água por evapotranspiração do espelho d?água de 96 km² do Sistema Cantareira? Já viram o tamanho da área de APP(100m.) criada ao redor das represas? E o êxodo rural? Milhares de hectares (os mais aptos) ficaram sob a água e deixaram de produzir.E os impactos ambientais? E o custo?
Enfim já podemos fazer muita coisa, mas estamos na estaca zero. Estamos muito atrasados ,perdendo de longe da degradação que aniquila nossos recursos naturais. Pior é que cada dia que passa, se torna mais difícil e onerosa a preservação e recuperação do Meio Ambiente, como um todo, mas em especial ao correlacionado aos recursos hídricos.
Nelson Luiz Neves Barbosa ? Engº Agronomo
R. S. Lourenço 337 ?Centro Joanópolis 19-96042594 /[email protected]
Autor: Nelson Neves Barbosa


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