Síntese e Coro Coralino



(poemas do caderno ?trauma?)

síntese

Sou o que fui,
o que vim sendo,
um calor que dissipei pelos dias comuns,
um tempo que passei com uns meus.

Um metido a Freud,
um olho comprido a mais
na estimativa
de cada preferência.

Um caminho,
uma escapada num bote,
uma lasca conquistada
pelo controle inconsciente
da eletricidade intransmissível
de mais um desassossego aturável.

O mundo é um encontro de águas,
uma busca para sempre
anacrônica
de nós mesmos.

01.06.2009

coro coralino

Quase quarenta anos.
Com sorte, quase no meio.
Que me desculpem meus pais,
mas vou continuar adiando
algumas coisas.

Aprendi a não cometer mais
alguns erros velhos.
Meus filhos que me perdoem:
não vou preparar tanto o futuro.

Agora erro menos e com mais calma.
Sigo na minha autoterapia,
papéis para (que ia) publicar um dia.

Minha continuação.
Aprendo a me pesquisar, me aproximar,
a me defender da culpa antiga,
a me preparar
e merecer a culpa nova.

O amor que regue na medida certa
ou errada
a minha ilusão real.

Erro consertando meu eu
independente, e carente,
em paz, e incompleto,
quase nada
e ao mesmo tempo cheio,
exemplar de espécie,
mas semideus.

02.06.2009

Autor: Roberto Jr Esteves Siqueira


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