DESENVOLVIMENTO PSICO-EMOCIONAL




Numa sociedade do conhecimento, onde a conexão da tecnologia e comunicação explode a globalização e o sitema neoliberal, os estudos e pesquisas em torno de uma melhor educação, subsidia a ressignificação dos sistemas educativos. Somando os processos históricos a LDB 9394/96 que comporta um amplo campo de reformulações do sistema educacional do Brasil, mesmo tendo um caráter superfial, pois ainda persistem os esquemas centralizadores, mas contudo instiga um valor estrutural ante a equidade e Demo destaca tal fato com total veemência:

" Aos que nada vêem de bom na LDB, gostaríamos de dizer que o esforço do senador Darcy Ribeiro não foi em vão, de um congresso vetusto como o nosso, só pode sair uma lei antiquada. Mesmo assim, a Lei contém avanços ponderáveis, que permitem, sobretudo em seu senso pela flexibilidade legal, rumar para inovações importantes"
( DEMO, 1997, p.95)

Diante disso, exigi-se do gestor um constante trabalho de planejamento dentro das facetas pedagógicas, este tabalho abrangente torna-se vinhetas indicativas e sugestivas que mobiliza a escola para a diversidade de ações, concebendo assim inúmeros reflexos na instituição escolar. Daí a importância do gestor não simplesmente obedecer a mudanças ou disposições legais, porém é necessário que adote uma filosofia que resulte da experiência diversificada. Confrontando modelos alternativos em uma visão aberta aos ajustamentos, a fim de evitar excesso de regras e regulamentações burocratizadas.
Este contexto promove interconexões favoráveis, significativamente nos eixos do Ensino Básico: Infantil, Fundamental e Médio e os estudos e pesquisas de Piaget e Vygotsky. Piaget que concebe o desenvolvimento na ótica de estágios, diz que a primeira tarefa de todo homem é reconhecer-se e distinguir-se do objeto de conhecimento, isso enfoca a necessidade do trabalho voltado a essa área na Educação Infantil. Uma vez que a gestão está diretamente ligada a qualidade no ensino, este enfoque remete ao início do desenvolvimento de todas as potencialidades dos indivíduos uma vez que os mesmos internalizam o processo de aprender que lhes são apresentados seja do ensinar o caminho para a busca do conhecimento ESTRUTURA - AÇÃO - CONHECEIMENTO ou unicamente CONTEÚDO - OBJETO - CONHECIMENTO.
A capacidade de administrar é converter conhecimentos em relacionamentos, criando deste modo uma gestão participativa que aquilata hipóteses como um diferencial matricial, pois é nesta fase que nasce a construção do sistema de estrutura cognitiva de cada um, com essa abordagem a gestão poderia abolir a discrepância entre os objetivos dos documentos oficiais, a prática de professores e o resultado real: o nível de conhecimeto dos alunos.
Uma gestão comprometida, voltada para novas vicissitudes fundamentadas nos princípios da administração pública e nas pedagogias diferenciadas, requer um gestor com competência de identificar e implantar espaços de aprendizagens, pautado no fato de que suas atividades não se limitam a administrar um espaço educativo, estringindo-se a projetar, organizar, dirigir, controlar e fixar objetivos. Mas sobretudo transformar esse espaço em um recinto coeso, com a participação da comunidade e do corpo docente na aplicação dos recursos vinculados a uma proposta pedagógica transparente que dispõe dos resgates das experiências individuais e multiculturais como destaca Vygotsky.
As conjunturas sociais da atualidade leva a sociedade a ter um comportamento oscilante, onde a singularidade de cada um é embebida de peculiaridade herdadas dos que o rodeiam. Neste aspecto o gestor deve colecionar um amplo conjunto de valores dinâmicos e sistemáticos da natureza, organização e funcionamento da educação escolar, bem como das teorias da aprendizagem, para que a escola se abra a heterogenidade dos ritmos individuais. Vygotsky apresenta o desenvolvimento partindo de sua relação com as contradições existentes entre a Zona de Desenvolvimento Real e a Zona de Desenvolvimento Proximal, que leva cada sujeito a potencializar a aprendizagem, e neste caso o professor é a experiência individual mediada pelo fator linguístico de cunho pessoal.
Levando em consideração tão importante aspecto, cabe ao gestor articular esses conceitos dentro de sua instituição objetivando levar os alunos a sair das ideologias e atingir o campo de múltiplas construções de aprendizagem. Um gestor que realmente compreende a importância das teorias da apredizagem para o seu trabalho de fazer Educação, assume a postura de flexionar-se como ponte entre situações complexas da dimensão administrativa dentro dos aspectos operacionais pedagógicos, fortalecendo por essa via a participação para acomodar conflitos existentes entre as teias que inteligam as instâncias superiores a escola e consequentemente seu público alvo.


CONCLUSÃO


A realidade educacional brasileira, numa pespectiva de organicidade, funda-se em conteúdos formais, estagnados em grades curriculares, que busca justificar-se pelas implicações das práticas intervencionais. Avaliando visões históricas distintas, têm-se um recorte que vai da discussão da dicotomia existente entre a organização do sitema de ensino e a execução prática, embalsadas nas teorias da aprendizagem. Contribuir para uma nova ordem social implica que o gestor de um espaço educativo reflita permanentemente sobre o sistema, sua estrutura legal e as teorias da aprendizagem que presidem a formação dos cidadãos.
O sitema educacional por si só não existe, necessita da esfera pedagógica para então ter sentido completo, sendo assim podemos afirmar que, o sistema e as teorias da aprendizagem são indissociáveis, ambas devem alcançar um ambiente dinâmico de educação. Esta unidade assegura ao gestor a reflexão sobre os aspectos administrativos que envolvem seu fazer pedagógico, preparando deste modo um adulto não influênciado com identidade imitativa, mas um cidadão ativo, agente de sua história social.


REFERÊNCIAS


Medeiros, Marinalva Veras; Cabral, Carmem Lúcia de Oliveira. Formação Docente: da prática à prática em uma abordagem sócio-histórica. Revista E-curriculum,ISSN 1809-3876, São Paulo, v-1. n.2, junho de 2006



O trabalho docente no espaço educativo/ Fernando Barroso Zanluchi; Cleide vitor Mussini Batista; Samira Fayez Kfouri da Silva; Adriana Regina de Jesus dos Santos; Sandra Regina dos Reis Rampazzo; Vilma Aparecida Gimenes da Cruz. Londrina: Editora Unopar, 2008.

Autor: Karla Wanessa


Artigos Relacionados


Quando Um Diretor E Um Professor Se Tornam Gestores?

Sobre O Papel Do Gestor Escolar

Projeto Político Pedagógigo E A Ldb 9394/96

O CurrÍculo Na Escola Atual

GestÃo Efetiva Na Escola PÚblica Municipal

Desafios E Responsabilidades NecessÁrias A Uma GestÃo DemocrÁtica

Diretor Educacional Ou Gestor Educacional?