Qual a solução ideal para promover a inclusão de alunos especiais em escolas sem preparo?



A educação inclusiva deve acolher todas as pessoas, em exceção. Deve ser para o estudante com algum tipo de deficiência física ou mental, superdotados, minorias ou crianças que são discriminadas por qualquer outro motivo. Isso tudo é assegurado pela Declaração de Salamanca (1994) e pela Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948).
O simples fato de colocar alunos lado a lado, deficientes ou não, não garante uma interação, podendo ocorrer atitudes negativas. É enorme a capacidade dos alunos se ajudarem, mas para que esta capacidade se manifeste, é necessário que os professores liderem o processo, encorajam e cooperem com os alunos.
De acordo com a entrevista de Werneck (2008):
A principal característica da inclusão é propor uma sociedade para todos, uma escola para todos, de forma incondicional. É para todos mesmo! Se alguém ficar de fora, não é mais inclusão. A inclusão propõe uma ruptura dos paradigmas que já existem, a construção de um novo trabalho, um novo lazer, uma nova escola.

Os professores vêem com receio um sistema educacional inclusivo, temem ser cobrados demais e avaliados injustamente ao não conseguirem atingir um objetivo com alunos deficientes. Um exemplo bem claro é na escola onde trabalho, percebe-se claramente a posição dos professores frente a este desafio: a falta de preparo. A pergunta que fica é: como? De que adianta ter escolas com rampas de acesso e banheiros adaptados se o que realmente importa fica de fora deste processo?
Treinar os docentes para esta nova realidade de inclusão, através de palestras, oficinas ou trocas de experiências entre os profissionais é fundamental. Ter políticas públicas que transmitam informações, conhecimentos, desenvolvam habilidades e incentivem atitudes; como tratar, como falar, como ajudar.
Será isso mais um fardo para que os professores tenham que carregar? A realidade é que estão "despejando" alunos de escolas especiais em escolas sem preparo. Uma política voltada aos alunos para que estes sejam inclusos é ótima, mas onde está o subsídio para tais atitudes legais? Se o professor hoje já é mal capacitado e mal remunerado, será que vai dar conta de mais este encargo de lidar com crianças especiais?
A pergunta é esta e o que se espera é uma resposta prática por parte de quem comanda os caminhos da escola. Faz-se urgente enfrentar o desafio da inclusão escolar e de colocar em ação os meios pelos quais ela se concretiza. É necessário promover uma reforma estrutural e organizacional de nossas escolas, criando uma organização única, capaz de oferecer condições de aprender na convivência com as diferenças.
Autor: Paulo Fabricio Moreira


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