A eterna casa nova
Sempre quis ter um sítio,
ou mesmo uma chácara.
Mais vontade de eximir-me
da responsabilidade humana
do que mero egocentrismo.
Sou preguiçoso, acomodado,
mas nem tanto.
Não precisa ser grande.
Uma área plana na frente,
uma pequena elevação com mata nativa
na parte posterior
e uma nascente d?água.
Um pomar de frutas corriqueiras,
umas galinhas, uns marrecos,
talvez uma vaca.
Um ipê amarelo, um "flanboyant"
e um coqueiro na entrada.
A piscina seria apenas um buraco revestido de ardósias,
com a água de mina entrando por um lado
e saindo pelo outro.
O campinho antes do pomar.
A casa é o que menos importa:
que tenha paredes e telhado,
uma garagem para o fusca.
E que eu, a mulher e as crianças
gostemos do local,
preocupemo-nos com a horta,
respiremos ar puro,
arrumemos afazeres aprazíveis.
Sonho, logo existo.
Mas São João da Cruz ensinava:
"Devemos fazer o que Deus quer que façamos,
não o que nossa inclinação nos pede,
pois só assim ele estará contente conosco,
e nosso espírito viverá confortado".
Vamos, então, criando as crianças,
que é a missão divina mais imediata
que enxergamos no momento.
Mas nem precisa ser grande.
20.01.2000
Autor: Roberto Jr Esteves Siqueira
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