Revolução sustentável: do feudalismo empresarial à mudança de atitudes da relações humanas



O conceito sistêmico não é novo, mas parece que em algumas organizações este conceito está muito distante do que é discursado pelos departamentos e do que realmente é praticado. Nas empresas, o jogo do poder, de quem manda mais, de estar mais perto das decisões, de "aparecer bem na foto" ainda reina em plenas águas do século XXI. Existe ainda pessoas que para subir trocam acusações e deterioram setores mais fracos ou até mesmo usam o poder de forma exagerada para pisar em outras pessoas ou subir mais um degrau de posição. Isso não é novo e não vai terminar tão cedo.

Vamos considerar agora a empresa ou organização como um bloco fechado, com entradas e saídas. Esta é a visão que todos nós desenhamos daquilo que não conhecemos internamente, é como acreditar que as "Maiores e Melhores" são realmente melhores, subtraindo da nossa mente qualquer possibilidade de marketing mercadológico e publicidade do poder econômico. Neste contexto, uma empresa denominada "grande" é aquela que tem um volume de trocas maiores com o meio externo, podendo ser em mercadorias ou em espécie (dinheiro).

A análise que o mercado apenas baseado na produção em escala ou em faturamento bruto ou líquido, embora saudável para o enriquecimento pessoal, não será o modelo aceitável para uma sociedade que terá que viver de modo sustentável.

Sustentabilidade é um termo cuja definição ultrapassa ainda nossa capacidade de compreensão prática, pois é definido como "um conceito sistêmico, relacionado com a continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana." (vide wikipédia).

Olhando dessa forma, para termos uma sociedade sustentável, deveríamos projetar demandas sustentáveis, ao contrário da economia de escala, de se produzir e vender cada vez mais. ]

Analisando item a item da definição acima de sustentabilidade, veremos como estamos distantes da "sustentabilidade" e que a mesma parece mais um conceito utópico.

Produzindo mais (conceito empresarial, ou seja, aumentar a produção), produzimos mais lixo (conceito ambiental), e com isso deveríamos gerar mais riquezas (onde ficam as riquezas? Apenas 10% detém 90% de toda a riqueza produzida), culturais (do dinheiro) e sociais (o dinheiro não retorna para serviços).

O caminho será longo e árduo. Mas podemos fazer a nossa parte para que isso se apresse, aí vão algumas dicas:

- Embora exista e seja praticado, o jogo de poder dentro de uma empresa não precisa ser aceito, os "feudos" podem ser quebrados se tivermos em mente que não fazemos parte desse jogo, embora seja saudável saber as regras do mesmo para podermos sobreviver;

- Use o poder de compra como resposta ao mercado, não compre produtos de empresas que poluem, que não protegem seus empregados de acidentes do trabalho, que usam mão-de-obra infantil;

- Comece na sua casa um programa de gastar menos energia, de reciclagem do lixo, de aumentar o conhecimento através da leitura, pesquisas (menos BBB e novelas);

- Não acredite em propaganda. Pesquise na internet as empresas que são certificadas nas Normas da Qualidade, Meio Ambiente, Segurança, Responsabilidade Social, etc pra verificar se as empresas gastam dinheiro se adequando as exigências do mercado. É um bom indicador para decisão de escolha.

Para a implementação da sustentabilidade vai ser necessário que o ser humano faça uma revolução nas suas atitudes e comportamentos e principalmente será necessário que este mesmo ser humano terá que aprender a perder um pouco para todos ganharem.

Temos diversas formas de ajudar o meio ambiente e melhorar as relações humanas, todas começam por nossas atitudes, mas infelizmente o mercado e as empresas só entendem isso quando os consumidores deixam de comprar produtos desta empresa.

Pense nisso e sucesso!







Autor: Ricardo Medeiros


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