Ética na Política Brasileira



MÁRCIA GOMES DE OLIVEIRA

RESUMO

Este artigo busca verificar os conflitos entre a ética e a política e analisar a situação do povo oprimido que não tem vez e nem voz na sociedade, enfocando como o poder político interfere nas relações sociais desde a chegada da política no Brasil, pouco depois do deu descobrimento em 1500, deturpando os valores morais na sociedade moderna através de mentiras e corrupção.
Palavras-chave: Política. Ética.Povo.Corrupção.Valores.

RESUMEN

En este artículo se intenta verificar el conflicto entre la ética y la política y examinar la situación de los pueblos oprimidos que no tiene tiempo y no tiene voz en la sociedad, centrándose en cómo el poder político en las relaciones sociales desde la llegada de la política en Brasil, poco después del descubrimiento dio en 1500, lo que distorsiona los valores morales en la sociedad moderna a través de mentiras y la corrupción.
Palabras claves: la política. Ética.Pueblos.Corrupción.Valores.



INTRODUÇÃO


A ética pode ser entendida como a ciência que estuda as relações morais dos homens entre si. Originada do grego ethos que significa costume. A ética surge para estudar e investigar os princípios, as normas de comportamento, ou seja, as práticas morais e tradicionais consideradas valores que regem as condutas humanas de determinada sociedade. (VASQUÉZ, 2000).
Os princípios éticos de uma sociedade podem e devem evoluir seguindo os valores morais que sofrem mutação, conforme as mudanças econômicas, tecnológicas e sociais. Para Adolfho Vasquez (2000) os princípios éticos evoluem devido à "necessidade de relacioná-los com as condições sociais as quais se referem, com as aspirações e interesses que os inspiram e com o tipo concreto de relações humanas que pretendem regulamentar."
Durante a Idade Média a visão teocêntrica do mundo vez com que os valores morais da sociedade fossem substituídos. Essa começava a ser regida pelos valores religiosos, mais precisamente os católicos, que impuseram a dialética do bem x mal vinculados à fé, pelos dez mandamentos que são seguidos e respeitados até hoje, como: não matar, não roubar, e outros, conforme as normas religiosas no âmbito social.
Posteriormente, a visão iluminista transformou os valores éticos da sociedade, pois, estes se tornaram secularizados. O fundamento ético passava a ser o próprio homem, e não mais Deus. Na concepção Kantiana apud Aranha, (1993), que é iluminista, o agir moralmente se funda exclusivamente na razão. Essa nova visão pressupõe o individualismo. Uma vez que o homem é levado a agir seguindo a sua consciência, seus costumes ou a favor do que seria bom para si mesmo.
Atualmente Habermas (1980) apud Aranha, (1993) traz uma nova concepção para a ética. Sua teoria, influenciada por Kant, também pontifica a razão como fundamento básico. Porém, é uma razão comunicativa, onde o sujeito recorre à comunidade, ao diálogo, a interação social, para chegar à razão. Dessa forma é necessário o entendimento para se conseguir uma única conclusão entre os indivíduos do grupo social, conseguida através da utilização de argumentação racional.
Por outro lado, a palavra "política" foi utilizada pela primeira vez por Aristóteles. Este disse que "o homem é um animal político, porque nenhum ser humano vive sozinho e todos precisam da companhia de outros". Dessa forma, "política se refere à vida na polis, ou seja, a vida em comum, as regras de organização dessa vida, aos objetivos da comunidade e as decisões sobre todos esses pontos". Aristóteles. Apud Dallari, (1999).

CONCEPÇÃO DE POLÍTICA

No decorrer da história da política muitos estudiosos enfatizam pensamentos ideológicos sobre esta. Com isso Weber (1926) traz duas concepções de política. A primeira diz que:

"por política entederemos tão somente a direção do agrupamento político hoje denominado ?Estado? ou a influência que se exerce nesse sentido." Nessa concepção, torna-se viável e tolerável o uso da força ou violência pelo estado para a garantia do seu poder, soberania e ideias. Na segunda, entende por política "o conjunto de esforços feitos visando a participar do poder ou a influenciar a divisão do poder, seja no interior de um único estado".

Dessa maneira, para Weber "qualquer homem que se entrega a política aspira ao poder". O estado consiste apenas em uma relação de dominação do homem pelo homem.
Poderíamos elencar além dessas inúmeras outras definições do que é política, mas tomaremos como base a concepção de Dallari (1999, p.10): "política é a conjugação das ações de indivíduos e grupos humanos, dirigindo-as a um fim comum".
Este fim comum deve ter como ideal o bem-estar, a igualdade entre os componentes da sociedade e paz social.
A política resulta da própria vida em sociedade, das ações humanas e da necessidade de organização dessa sociedade, visando sempre ao bem comum, de tal modo que se atinja uma sociedade justa e livre.
Entre a ética e a política parece não existir um ponto em comum, pois, agir conforme os padrões políticos significam que as suas atitudes estão distante dos valores éticos da sociedade. Essa afirmação parece ser contraditória. Se uma aspira a uma vida justa e feliz, torna-se inseparável da outra. Porém, esta finalidade é mera teoria. Onde a política, na prática, não realiza o bem comum, mas o bem dos próprios detentores do poder e seus apadrinhados.

A prática dos privilégios acontece no Brasil desde a época colonial. Ficou explicita com a divisão das capitanias hereditárias, pois os donatários que receberam as terras eram nobres e/ou os amigos do Rei português.
Atualmente, as palavras mais ouvidas nos jornais televisionados são promessas não cumpridas, corrupção, má utilização ou desvio de dinheiro público, desonestidade, compra de votos e abuso de poder, contradizendo a vontade dos eleitores que escolhem seus representantes a espera de pessoas honestas e preocupadas com inúmeras falhas.
Acredita-se que as movimentações políticas do país, em geral, não levaram em conta a vontade da maioria da população. É um poder antiético e elitista, centrado no acúmulo de poder político-econômico nas mãos de poucos cidadãos para o beneficiamento da mesma massa populacional.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

O processo político brasileiro, desde seu início, não se preocupou na prática com princípios éticos e sociais durante a formação da sociedade. Dessa forma, formou-se uma sociedade patriarcal, com uma população pobre, destinada a viver na miséria, e com uma cultura individualista que reflete todas as áreas de atuação populacional.
De tão acostumados com escândalos políticos, os brasileiros pouco se comovem, e continuam estáticos em relação a todos os impasses provocados pelas políticas elitistas dos governantes.
Apesar da população a cada dia tornar-se mais pobre, não é capaz de transformar ou proporcionar maior esclarecimento sobre os deveres ético-políticos dos governantes. Além desses, parece que a população em geral também está se esquecendo dos valores e princípios éticos que todos devem seguir e respeitar. Talvez esteja indiferente.
Só conseguiremos mudar essa realidade quando houver garantia a população de uma boa educação, o que trará consciência e resultados éticos muito mais satisfatórios que os presenciados atualmente, pois, não se aprende mais a ética durante o período escolar. Deve ser pressuposta na medida em que se torna indispensável para a convivência entre os homens.



REFERÊNCIAS


ARANHA, Maria Lucia. Filosofando. 2. Ed. São Paulo: Moderna, 1993.

IGLÉSIAS, Francisco. Trajetória política do Brasil: 1500-1964.2.ed. São Paulo:
Companhias das Letras, 1993.

MAAR, Wolfgang Leo. O que é política. 16. Ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.

NOVAES, Adauto. Ética. 8. Ed. São Paulo: Companhias das Letras, 1992.

SARTORI, Giovanni. A política. 2. Ed.Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 1997.

VÁSQUEZ, Adolfho Sanches. Ética. 20. Ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000.
Autor: Márcia Gomes


Artigos Relacionados


A Ética Na Política

Cadê A ética Nacional?

Ética E Política ? O Brasil Tem Fome De ética, De Política E De Justiça

Ética: NecessÁria Em Tudo

Ética Profissional - Artigo CrÍtico

A Escola E A FormaÇÃo De Um Sujeito Ético-polÍtico

Ética