A INTELECTUALIDADE NEM SEMPRE GERA O BOM POLÍTICO



"Hoje é o dia do reencontro do Brasil consigo mesmo."
Lula quando tomando posse na Presidência da República.

Na Grécia antiga, existia a chamada "democracia direta", ou seja, o povo participava diretamente na política da polis. Então, qualquer um poderia votar - qualquer um que fosse cidadão, é claro - e também poderia se tornar um governante. Isso era possível, pois os gregos primavam pela "formação do caráter", ou seja, a educação deles era voltada para tornar o cidadão homens virtuosos e se eles não conseguissem se tornar isto durante a vida, eles passavam a ser equiparados aos bárbaros (tidos como animais). Esta formação do homem grego dava condições a todos os homens estarem aptos a se tornarem governantes. Já aqui, no nosso caso, vivemos aquela "falsa democracia", onde alguns "valores" se conservaram no tempo, para facilitar a manipulação das pessoas que "pensam" que são livres e que tem alguma participação política. O problema mais grave não é só este, a nossa educação também não é voltada para uma formação do caráter, mas sim, para que possamos nos tornar produtivos, isto é, para que nos tornemos meros robôs do status quo, com vastos conhecimentos aplicáveis no processo de produção de riquezas, que sempre beneficiaram alguns poucos. Temos uma formação individualista, que permite tomar atitudes que valorizam apenas o nosso bem estar e isto é um fator fundamental para se produzir tanta corrupção.

Entre muitos "doutores ratazanas" que existem e que já passaram pelo cenário político brasileiro, temos, por exemplo, o Maluf, que é formado em engenharia, estudou no Colégio São Luís, estabelecimento o qual é reconhecido pela disciplina, excelente qualidade de ensino e baseado na doutrina de padres jesuítas. Nada disso fez com que ele não tivesse (e ainda tenha) uma carreira política marcada pela corrupção. O meliante possui mais de 150 processos nas costas e recentemente seu nome foi incluído na difusão vermelha da Interpol, podendo ser preso em 181 países, mesno no Brasil. Fernando Collor, graduou-se em Ciências Econômicas pela UPIS (União Pioneira de Integração Social). Se tornou conhecido nacionalmente como "O Caçador de Marajás". Depois da falsa postura de "guardião da moralidade", sofreu o o impitimam. Quem não lembra do grande caudilho Antônio Carlos Magalhães, este era formado em Medicina pela Universidade Federal da Bahia.

E Celso Pitta, lembra dele? Ele é economista, graduado pela Universidade Federal Fluminense, possui mestrado em economia na Universidade de Leeds (Inglaterra) e ainda cursou Administração Avançada na Universidade Harvard (Estados Unidos). Renan Caclheiros, além de ser formado em Direito é autor de quatro livros: Em Defesa de um Mandato Popular, "Contadores de Balelas" (vejam quanta ironia), Do Limão, uma Limonada e Sem Justiça não há Cidadania. Outro velho caudilho, que ainda impera é Sarney, este concluiu seus estudos secundários no Colégio Marista e no Liceu Maranhense, cursou depois a Faculdade de Direito da atual Universidade Federal do Maranhão, pela qual se bacharelou e ingressou nas academias Maranhense e Brasileira de Letras. Jader Barbalho, da mesma estirpe de Sarney, formou-se em Direito na Faculdade de Direito ? UFPA. O "doutor político" mais famoso do momento, Roberto Arruda, é formado em Engenharia Elétrica na Escola Federal de Engenharia e foi pego no engenhoso mensalão do DEM.

Portanto, o que se nota, é que passamos boa parte da vida toda votando em doutores que nunca se preocuparam com a educação básica, muito menos com o ensino superior. O fato de que qualquer um que saiba apenas ler e escrever poder ser um candidato é produto de um resquício da democracia que um dia funcionou (lá na Grécia) e que hoje é hipócrita e preconceituosa. Temos um presidente que é analfabeto para o status quo, no entanto, ele è aprovado por mais 60% dos brasileiros e já fez coisas que muitos letrados não fizeram ou fariam. O problema maior disso tudo é que pouco se exige de um político para sua efetiva atuação, então, aqui no Brasil, por exemplo, para que um político tenha que ler um contra-cheque e consultar um extrato bancário, calculando suas perdas e ganhos, não é necessário formação alguma, basta apenas saber somar e subtrair. Caso fosse exigido um diploma para ser político, muitos deles acabariam dando um "jeitinho" de comprá-lo...

E por ai vai!

Mário Sérgio Melo Xavier
Cursa História na UFT
www.dnoto.blogspot.com
Autor: Envergaduramoral .Com.Br


Artigos Relacionados


Ano De Reflexão

Lei Da Ficha Limpa É Pouco

A Tática Da Manipulação

Os Fundamentos Da Política

O Voto Nos Moldes Atuais - A ConservaÇÃo Da Hegemonia Burguesa

Eleições: Uma Festa Da Democracia

A Ética Do Eleitor