INDÚSTRIA DE PALHAÇOS



O Circo do Pimpolhão recruta pessoas para trabalhar como palhaço de picadeiro. Não carece ter experiências anteriores. Basta apenas que voce seja um consumidor brasileiro que para a empresa já basta. Ótimo salário e cesta básica. Possibilidades de viagens contínuas. Entregue seu Cv junto a portaria do Circo a Rua João Violão nr 150, Centro de Jacupitanga.
Quem se habilita a alegrar as criancinhas?
Para esta vaga a empresa requer apenas que o candidato(a) seja um consumidor brasileiro nato que a experiência como palhaço é garantida.
A industria nacional é primorosa na criação de artimanhas consentidas pelos órgãos de defesa do consumidor ou das fiscalizações federal, estaduais e ou municipais.
A criatividade beira o ridículo.
A novidade do momento vem da maior fabricante mundial de alimentos com sede na Suiça (todo mundo conhece). A empresa comercializa uma bebida tipo sabor alpino, na verdade um tipo de mix com leite e chocolate. O problema é que de alpino a bebida nada tem enganando o pobre palhaço que vai lá na prateleira escolher a fraude envasada e gelada.
O ingrediente secreto da empresa para transformar qualquer bebida de leite e chocolate em sabor alpino é simplesmente uma essência comprada em lojas especializadas em produtos para festas de aniversário. Há muitas balas no mercado que usam esse ingrediente como matéria prima. Mas, este não é o ponto e nem poderia dizer qual o tal ingrediente que a empresa me processaria e me levaria até as meias velhas como pagamento à indenização.
O fato é que esse caso pontual revela uma prática comum na industria brasileira que é a arte da enganação, da engolobação, da falsidade para gerar mais lucros.
Uma parte dessa culpa cabe ao governo. Cobra muito imposto e o industrial se vê forçada à práticas espúrias para compensar o roubo no caixa com o Estado sendo sócio improdutivo do empreendimento.
A segunda culpa cabe à própria maneira de administrar natural da maioria das empresas nacionais sempre voltadas a uma ou outra atividade ilegal ou ilícita para gerar mais lucros. Caixa dois, por exemplo. Creio que 400% das empresas por aqui usam e abusam da artimanha para escapar dos impostos.
Não que eu seja contra isso, muito pelo contrário. Até questão de sobrevivência porque o Estado arrecada insanamente e gasta erradamente tudo o que cai no colo.
De qualquer forma, a fábrica da enganação saiu do controle e somos os palhaços do circo Pimpolhão como sempre.
Vez em quando circula na internet arquivos PPT mostrando o que rola de mais comum e que muitos já sabem: o engodo da metragem do papel higiênico, no peso das embalagens sempre alteradas para menos com a manutenção dos preços, volume de menos, gelo demais nos congelados, ar em excesso nas embalagens, pasta de dente com metade do tubo oco e pastas aguadas demais causando excesso na hora de verter o produto nas escovas de dente.
A lista é enorme. Esta empresa suiça tem se mostrado habitue nessas práticas de enrolar seus clientes. Dentre outras artimanhas que a empresa criou posso citar algumas: alteração do peso do leite em pó dos antigos 440 gramas para atuais 400 gramas sem desconto dos 10% que a empresa deixou de envasar nas latas, peso das barras de chocolate antigamente 200 gramas agora somente 160 grs sem o desconto do peso que não foi embalado. Já solicite a empresa tempos atras que me encaminhasse suas planilhas de cálculos para comprovar a inexistência dos descontos versus o que não foi embalado ou envasado. Nunca me atendeu claro.
A fraude é explícita.
Esta empresa não está sozinha não. A lista é enorme.
Os consumidores curitibanos que optarem pelo uso de peixes congelados ? mais comuns de serem encontrados nos balcões de supermercados ? devem ficar atentos. Levantamento do Instituto de Pesos e Medidas do Paraná (Ipem-PR) mostrou que muita gente pode ter pago preço de pescado e camarão ? que oscila entre R$ 10 e R$ 40 o quilo ?, mas acabou levando água suja para casa.
Na Operação Especial de Páscoa, foram encontrados, por exemplo, embalagem de 300 grs, que após um descongelamento parcial, apresentou apenas 226 gr de camarão, ou ainda filé sem pele de linguado, em embalagem de 500 gr, que virou 386,3 grs.
O que acontece em Curitiba acontece também em nossas cidades.
Basta sair de casa e lá vem o corneto de sorvete de uma rede mundial de lanchonetes, cujo simbolo é um palhaço, com uma voltinha a menos. O certo são três voltinhas com um rabinho no final. Isso é até objeto de severo treinamento, mas no balcão o que o funcionário aprende mesmo é colaborar com a sacanagem da empresa em enrolar o palhaço do outro lado e que paga a fraude.
Na industria de entretenimento a fraude rola solta. Cinemas cobrando R$ 200,00 o quilo do milho de pipoca e água mineral a R$ 3,00 a garrafinha de 500 ml, fora o preço do ingresso que não é para qualquer palhaço.
Ah o preço dos cartuchos de tinta para impressoras!
Em alguns casos o litro de tinta preta comum ordinária custa mais de R$ 16.000,00 e colorida algo em torno de R$ 22.500,00.
Os juros do cartão de crédito. Bom esse é caso mesmo de prisão e calabouço para as empresas que cometem crime de usura com seus quase 1.000% ao ano.
O governo o que faz? Nada. Assiste compra sua pipoca para ver o circo pegar fogo.
Farmácias da manipulação. Tem gente ai tomando capsulas pagas a preço de ouro contendo apenas trigo ou maisena.
Industria farmacêutica. Nossa essa é antiga na pratica de enganar.
Alteram a caixinha colocam comprimidos de menos ou o diminuem o peso de cada comprimido e vendem sem desconto colocando na caixinha o famoso produto "NOVO".
Novo só se for na cadeia. Também tem muita industria aí até multinacional comercializando remédios cujos ingredientes são simples placebos (maisena, trigo, polvilho).
Industria moveleira. Vendem a preço de madeira de lei para compensados e aglomerados que são mistura de cola e serragem. Aço mais fino na famosa linha branca, cuja durabilidade é coisa de piada de salão.
Industria automobilística: aqui é garantia do mais alto grau de sacanagem. Tudo agora é opcional. Logo, logo você vai comprar somente os pneus o resto vem como adjetivos ao produto e pagos à parte.
A escola de palhaços tem mais de 180 milhões de alunos aplicados de norte a sul do Brasil que vestem o nariz vermelho de borracha todos os dias. Postos de abastecimento de combustíveis vendendo gororobas feitas no quintal decretando o fechamento daqueles comerciantes honestos que ainda se preocupam com o que o consumidor leva no tanque.
Até o famoso álbum de figurinhas da copa. Quem coleciona sabe do altíssimo grau de figurinhas repetidas. Tem uma praça aqui na minha cidade de Piracicaba onde, aos sábados, os colecionadores se reúnem às centenas para trocar os cromos repetidos. Tem mercado negro de figurinhas consideradas "difíceis".
O governo também faz parte do show. Mentiras, falcatruas políticas, enganação, mais mentiras e cobrança dos juros e impostos mais amargos do planeta.
Planos de saúde: nossa aqui também podem chamar a polícia, FBI, CIA, NSA. Tem que ter cadeia, processos e muitas multas para esse ramo da economia.
Esse caso nem vou comentar devido ao tamanho da fraude. Seriam necessários vários artigos para dar conta. Em linhas gerais é o campo mais delicioso para aplicar golpes contra os consumidores. É só fazer um teste. Tentem marcar consultas médicas com seu especialista. Se for particular tem para hoje se for pelo convênio só em 2011. O pior é que no plano a consulta já está paga por antecipação.
Fazer exames? Os convênios cortam quase todos porque são caros, mas o carnê chega todo mês com preços que alcançam o Everest.
Não sei. Acho que está difícil escolher alguma atividade industrial ou comercial que não lance mão de artifícios ilícitos e de pura maldade.
Nem venda da tóxicos escapa. Tem viciados na praça comprando papeluchos de cocaína com pó de mármore dentro ou coisa bem pior.
Ah lembrei. Jogo do bicho. Esse é autêntico e honesto. A pule premiada é paga nem que for embaixo d'água, custe o que custar.
Não preciso dizer mais nada. Esse é o Brasil.
O que precisamos fazer não fazemos que é parar de comprar das empresas que nos fazem de tolos e botar a boca no trombone todas as vezes sem exceção, mas por outro lado se nada escapa... Eita dilema.






















Autor: Magno Almeida Lopes


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