Canibalismo
Nossas raízes portuguesas chegaram ao Brasil e se depararam com a cultura indígena. Várias vezes não havia o que comer em suas ocas e em rituais religiosos era praticada a antropofagia, hábito de comer homens, a qual os descobridores chamaram de selvageria. E por esse motivo eram tidos pelos portugueses como inferiores, sem religião e sem cultura.
Hoje produzimos gêneros alimentícios como nunca havíamos pensado antes, somos o terceiro maior produtor mundial de alimentos, alimentando a Europa, os Estados Unidos da América e outras potências industriais. Têm-se mantimentos para exportar, então sobram alimentos no interior do país. Não é isso que acontece, pois nossa gente está cada vez mais carente de uma boa refeição. Por isso, muitos praticam o canibalismo moderno, a mesma antropofagia dos índios. É um canibalismo moderno em que milhões de pessoas procurando matar sua fome vão à busca dos restos do lixo e nutrem-se de sobras vindas dos abastados estragados e, por vezes, da carne humana doente e deteriorada.
Existe uma má distribuição nos recursos do país. Essa é uma conseqüência do capitalismo que prioriza apenas o lucro da elite e abandona a educação, a alimentação e a saúde para todos.
A verdadeira selvageria não vive nos que se sujeitam a comer partes de seus semelhantes obrigados pela fome, mas naqueles que, por luxo próprio, se tornam cegos para a possibilidade de uma alimentação civilizada para todos.
Essa é uma crítica ao artigo de Cristóvam Buarque : "Modernidade Canibal".
Autor: Iolanda Souza
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